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Meio Ambiente

Acordo histórico da COP 28: O lado positivo e o saldo negativo na luta contra a crise do clima’ – Uma análise do marco histórico e desafios enfrentados.

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Conferência do Clima, acordo final
Ativista protesta contra os combustíveis fósseis na COP 28 — Foto: REUTERS/Thaier Al-Sudani 2023 deve ser o ano mais quente em 125 mil anos, diz observatório europeu - Todos os direitos: G1
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Documento da COP 28 reconhece a transição energética para combater mudanças climáticas, mas não prevê o fim dos combustíveis fósseis, gerando críticas.

A COP 28 chegou ao seu acordo final, trazendo como destaque a previsão da redução gradual do uso de combustíveis fósseis. Essa medida é vista como um passo importante para diminuir a emissão de gases de efeito estufa, que têm impactado o planeta de forma significativa.

No entanto, o texto do acordo final da Conferência do Clima não detalha como será feita a transição energética, nem menciona quais recursos financeiros serão utilizados. Além disso, não há menção sobre a eliminação total dos combustíveis fósseis, e nenhuma meta ou ano foi estabelecido para que esse processo aconteça.

Conferência da COP 28: Desafios e Resultados

O recente acordo final da COP 28 reconhece a urgente necessidade de reduções profundas e sustentadas das emissões de carbono. Este é um passo crucial se a humanidade quiser limitar o aumento da temperatura global em 1,5ºC e evitar os piores impactos das mudanças climáticas.

A conferência do clima, que encerrou no dia 13, reuniu representantes de 195 nações, com os Emirados Árabes Unidos desempenhando o papel de anfitrião. Este é um marco significativo, considerando que o país é um dos principais produtores de combustíveis fósseis do mundo.

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De acordo com diversas entidades, houve avanços importantes nas negociações, embora muitos as considerem insuficientes para lidar com a crise climática atual.

Abaixo, confira os principais tópicos do acordo final da COP 28:

1 – Combustíveis fósseis

Um dos principais objetivos da COP 28 era estabelecer um cronograma para o fim do uso de combustíveis fósseis na produção de energia – uma demanda especialmente defendida por ambientalistas e países mais vulneráveis ao aquecimento global.

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Ponto a ser destacado: O documento final reconhece, pela primeira vez, a necessidade de uma transição energética global.

Ponto de atenção: Por outro lado, o texto não estabelece uma data específica para a eliminação total do uso desses combustíveis poluentes – apesar da meta da ONU de atingir esse objetivo até 2050.

O acordo determina que os países devem reduzir gradualmente a dependência dos combustíveis fósseis nos sistemas energéticos, favorecendo uma transição justa, ordenada e equitativa. Além disso, destaca a importância de acelerar essa transição durante esta ‘década crítica’ para o clima.

❗ Na visão de críticos, o texto deixa lacunas ao não especificar as medidas e prazos necessários para alcançar esse objetivo. Segundo Vanessa Nakate, ativista climática e embaixadora do Unicef, ‘a decisão da COP 28 está longe de ser suficiente. A ciência exige a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis’.

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2 – Carvão

Ponto positivo: Não houve retrocesso em relação ao que foi acordado na COP 26, em 2021.

Ponto negativo: O texto reafirma os compromissos anteriores, que incluem a redução gradual do uso de carvão em favor de fontes de energia limpa. Contudo, mais uma vez, não estabelece metas específicas para essa transição.

O carvão, responsável por cerca de 37% da eletricidade produzida globalmente, é amplamente reconhecido como uma das principais fontes de gases de efeito estufa.

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3 – Combustíveis de transição

Ponto positivo: O acordo reconhece que os combustíveis de transição podem ter um papel relevante na transição energética, garantindo segurança energética e fornecimento estável de eletricidade.

Ponto negativo: No entanto, o texto não especifica quais são esses combustíveis de transição, limitando-se a mencionar a necessidade de acelerar o uso de sistemas de energia com baixas ou zero emissões, priorizando tecnologias renováveis, nucleares e de captura e armazenamento de carbono.

Alguns especialistas argumentam que essa ambiguidade pode permitir que países dependam do gás natural – uma fonte que, embora gere menos CO2 do que o carvão ou o petróleo quando queimada, ainda contribui para o aquecimento global. Isso pode beneficiar países como a Rússia, que são fortemente dependentes do gás natural.

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4 – Captura de carbono

Ponto positivo: O documento estimula investimentos em tecnologias com baixas ou zero emissões de carbono para facilitar a transição energética, incluindo a captura de carbono.

A captura ou sequestro de carbono é vista como uma ferramenta importante para reduzir o impacto dos gases de efeito estufa. Empresas e países estão desenvolvendo uma variedade de tecnologias para capturar, armazenar e transformar o carbono retirado da atmosfera em produtos úteis, como aqueles que transformam o CO2 em bicarbonato de sódio, armazenando-o de forma segura e econômica na água do mar.

Ponto negativo: Segundo ambientalistas, o texto deveria enfatizar medidas para eliminar a emissão de carbono, ao invés de apenas capturá-la.

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5 – Meta do Acordo de Paris

O acordo menciona a necessidade de reduzir as emissões de carbono e expressa preocupação com o fato de que as ações atuais não são suficientes para cumprir a meta do Acordo de Paris. O Acordo de Paris estabelece o objetivo de limitar o aumento da temperatura global a 1,5 °C até o final do século, em comparação aos níveis pré-industriais – um limite considerado inviolável pelos cientistas para evitar impactos climáticos devastadores.

6 – Energia renovável

O acordo compromete-se a triplicar a capacidade de geração de energia renovável em escala global e a aumentar a taxa média anual de melhoria da eficiência energética até 2030. Porém, não especifica metas quantitativas ou equitativas para essas ações, o que, na visão de grupos ambientais, representa apenas um compromisso vago.

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7 – Financiamento para mitigação

O texto destaca a importância de aumentar significativamente o financiamento para a adaptação e mitigação dos impactos das mudanças climáticas, particularmente nos países em desenvolvimento.

O acordo afirma que os governos, juntamente com iniciativas públicas e sinais claros para os investidores, desempenham um papel fundamental em eliminar as barreiras que impedem que os recursos necessários cheguem a essas ações.

Fonte: G1 – Meio Ambiente

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