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Ascensão do Valor de Mercado da Nvidia: Um Caso de Sucesso no Mercado Financeiro
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Fabricante de chips alcançou título de mais valiosa do mundo. Márcio Aguiar fala sobre trajetória e desafios da queridinha da IA, com soluções de alta performance para aplicações e plataforma software-hardware, utilizando unidades de processamento gráfico de alto desempenho no mercado da computação.
Na terça-feira, 18, o que parecia algo inimaginável há cinco anos, quando a Nvidia não figurava nem entre as 20 empresas mais valiosas do mundo, aconteceu.
No cenário atual, o valor de mercado da Nvidia alcançou patamares surpreendentes, consolidando sua posição no mercado global de tecnologia.
Valor de Mercado em Destaque
Por um dia a fabricante de chips e provedora de soluções para aplicações de inteligência artificial (IA) ultrapassou a Microsoft e a Apple e se tornou a empresa com o maior valor de mercado do mundo: a empresa é avaliada atualmente em US$ 3,21 trilhões. A ascensão da empresa foi meteórica: apenas no último mês a valorização dos papéis atingiu 19,30% e, no acumulado do ano, as ações sobem 164,10%. Ficou cara? Nada disso: a ação continua sendo quase uma unanimidade entre os analistas do mercado financeiro.
Dados compilados no terminal da Bloomberg apontam que 64 especialistas recomendam atualmente a compra do papel, entre eles analistas de bancos como Wells Fargo, Citi, HSBC, UBS, Goldman Sachs, BNP Paribas, Barclays, Bank of America, J.P Morgan e Morgan Stanley, além da gestora Bernstein. Apenas sete, entre eles o Deutsche Bank, indicam manutenção da aplicação e um indica a venda do investimento.
Marcio Aguiar, diretor da divisão Enterprise da Nvidia para a América Latina, conta a trajetória da empresa até aqui. ‘Não queremos liderar um mercado, mas criar novos. Estimamos que nosso mercado valha hoje US$ 68 bilhões dólares. No final do ano, devemos superar US$ 100 bilhões, mas acreditamos que o segmento de software para IA possa chegar a US$ 43 trilhões. Há mais de dez anos na empresa, o foco de Aguiar é desenvolver mercados de inteligência artificial e ampliar o uso das plataformas de software e hardware da empresa.
O executivo tem mais de 25 anos de experiência de vendas em TI e se formou em administração pela Loyola Marymount University, em Los Angeles, na Califórnia. Veja abaixo a entrevista concedida pelo executivo ao Valor Investe:
Visão de Mercado e Expansão
Valor Investe: Como a empresa passou de uma vendedora de unidades de processamento gráfico para vendedora de sistemas para clientes, e como essa mudança levou a um aumento significativo do valor da empresa?
Marcio Aguiar: A Nvidia fundou um ecossistema para usufruir ao máximo dos seus produtos. A empresa começou em 1999 focada em plataformas de jogos. Em 2003, verificamos que profissionais, como arquitetos, estavam usando nossos produtos para criação de gráficos em três dimensões. Então, resolvemos criar produtos para esses profissionais. Em 2006, lançamos a computação de alto desempenho, que atende às principais aplicações de físicos, químicos e biólogos, cuja atividade demanda muitos cálculos. Em 2012, foi criada uma unidade de processamento gráfico (GPUs, na sigla em inglês, os chips) que atende redes neurais de classificação imagens, pela qual pesquisadores ganharam uma competição usando técnicas inovadoras. Nos aproximamos deles para entender o que precisavam para criar uma rede neural mais complexa. Vimos que era necessário um alto nível de processamento, que futuramente seria necessário na IA. Entregamos arquitetura de hardware e plataforma de software para GPUs. Se a empresa não tiver desenvolvedores, nós fornecemos aplicações. A empresa pode contratar quatro delas e criar o seu próprio ChatGPT. Temos hoje.
Fonte: @ Valor Invest Globo