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Córrego transborda e água volta a inundar casas em Porto Alegre, trazendo consequências mais impactantes do que antes
Chuva intensa provoca alagamentos nas ruas, avenidas e bairros, interrompendo aulas e criando caos em casas e ruas inundadas.
Depois de muitos dias sem chuva, a cidade de São Paulo teve um dia de chuva prolongada e intensa ao longo de toda esta quinta-feira (23). Por conta disso, ruas e avenidas ficaram alagadas e, em alguns bairros, especialmente no centro e oeste da cidade, que já tinham secado após as enchentes do início do mês, voltaram a ficar inundados e pessoas precisaram ser retiradas de suas casas.
No entanto, a água da precipitação foi fundamental para amenizar a seca que vinha assolando a região, trazendo alívio para a população e para a natureza. Mesmo com os transtornos causados pelas enchentes, a água da chuva foi recebida com gratidão por muitos, que reconheceram sua importância para a manutenção do equilíbrio ambiental.
Residências alagadas devido à precipitação intensa
O dentista Brígido Ribas, residente no bairro Cavalhada, testemunhou sua residência sendo invadida pelo arroio que batiza a região. Esta não foi a primeira vez que sua casa foi afetada, sendo a mais recente em 1º de maio, marcando o início de um ciclo de inundações na cidade. Ribas teve que elevar seus móveis e abrir as portas para permitir a passagem da água. A moradia do dentista ficou alagada em Porto Alegre, em meio a um cenário desafiador.
Agora, com a nova precipitação, a situação parece mais grave do que antes, com ondas formando-se atrás da casa de Ribas. Ele observou através da porta o avanço da água do arroio em direção à sua residência. Em uma tentativa de proteger seus pertences, Ribas deixou o portão e a porta abertos para a água fluir. Ele relata: ‘O que consegui salvar da última vez, subi. Vamos ver se resistem desta vez’. O dentista e sua esposa foram obrigados a deixar a casa e buscar abrigo na casa de um vizinho.
A situação se repete para Ribas, que enfrenta pela quarta vez, em quatro anos, a invasão das águas do arroio em sua propriedade. Apesar de residir no local desde 2011, os transtornos começaram somente em 2020. A persistência dos alagamentos levou Ribas a considerar a mudança para um apartamento, devido à frequência e intensidade das inundações.
A poucas ruas dali, Guiomar Meireles testemunhou a água do arroio Cavalhada subir mais de meio metro. Embora não seja uma situação inédita para ela, desta vez pôde evacuar sua residência levando consigo seus sete cachorros. Meireles relembra: ‘Já tive 75 centímetros de água dentro de casa, mas nunca saí, pois os serviços de resgate só queriam me salvar a mim, não aos meus animais. Eu disse: ‘Aqui ninguém fica para trás”. Desta vez, seu apelo foi atendido, e ela aguarda por abrigo na rua, cuidando de seus animais, com o apoio da Guarda Civil Metropolitana.
Enquanto isso, no mesmo bairro, veículos blindados do Exército, incluindo um anfíbio, circulam pelas ruas inundadas, oferecendo suporte para a evacuação dos moradores. A presença militar é uma resposta às condições emergenciais causadas pelas inundações. O lixo nas vias públicas e o mau funcionamento das casas de bomba, como no bairro Menino Deus, agravaram a situação, contribuindo para o transbordamento das águas.
De acordo com o Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) da capital, em áreas desprovidas de sistemas de drenagem, a chuva escoa para os córregos por gravidade. Com o nível elevado desses arroios, a água da chuva não encontra saída, resultando em retorno pelas bocas-de-lobo. O acúmulo de detritos nas ruas e bueiros, juntamente com o funcionamento deficiente das casas de bomba, agravou a situação, levando a inundações em áreas antes não afetadas.
A cidade histórica de Porto Alegre enfrenta desafios diante das fortes chuvas, com o Mercado Público, um ícone local, também sendo impactado pela água. A comunidade local se mobiliza para enfrentar as consequências das inundações, buscando soluções para minimizar os danos e garantir a segurança dos residentes afetados.
Fonte: @ Agencia Brasil