Descoberta de fóssil revela segredos da evolução da pele em dinossauros ceratopsianos com penas.

Desenterrado em China, fóssil quase completo de Psittacosaurus juvenil, datado de 130 milhões de anos atrás. Tinha cerca de 66 cm de comprimento, com pele escamosa e estrutura celular ao vivo. Foi descoberto por autor desconhecido em fósseis moles.

Uma nova descoberta surpreendente no mundo dos dinossauros foi feita recentemente. Um fóssil inédito do dinossauro Psittacosaurus, do período Cretáceo, foi encontrado na China. Este dinossauro herbívoro, do tamanho de um cachorro e com um bico semelhante ao de um papagaio, foi doado para uma universidade chinesa, revelando detalhes incríveis quando observado sob luz ultravioleta.

Além disso, os cientistas descobriram que o fóssil do Psittacosaurus preservava grandes áreas de pele, incluindo sua estrutura celular. Essa descoberta fornece novas informações sobre a evolução da pele em dinossauros emplumados, revelando aspectos fascinantes sobre a vida desses antigos saurianos. Os theropodos em particular podem ter tido características de pele únicas, como mostrado neste fóssil surpreendente.

Descoberta de fóssil revela detalhes sobre a pele dos dinossauros

O fóssil recentemente descoberto revelou um intrigante ‘desenvolvimento zonado’ na pele dos dinossauros, conforme apontado pelos pesquisadores. Psittacosaurus e outros dinossauros emplumados mostraram uma mistura de pele escamosa, típica de répteis, em áreas sem penas, e pele macia, similar à de pássaros, em regiões com penas.

Inicialmente, a equipe não tinha grandes expectativas de encontrar tecidos moles, pois à primeira vista, o espécime parecia preservar apenas os ossos. No entanto, persistiram na busca, cientes de que durante o processo de fossilização, os tecidos moles podem ser substituídos por minerais, que se mesclam com os sedimentos. Zixiao Yang, pesquisador pós-doutorado em paleontologia na University College Cork e autor principal do estudo publicado na Nature Communications em maio, compartilhou insights valiosos sobre a descoberta.

Ao examinar o fóssil, Yang descreveu a emoção de ver a pele escamosa brilhando sob luz UV. Grandes áreas do dinossauro, incluindo o peito e a barriga, exibiam uma tonalidade amarelo-dourada impressionante. A pele fossilizada revelou detalhes requintados, com escamas pequenas e arredondadas, aproximadamente de um milímetro de largura.

Fósseis de tecidos moles são raros, e encontrar um exemplar com essa qualidade é ainda mais excepcional. Descoberto no nordeste da China, o fóssil quase completo pertence a um Psittacosaurus juvenil, datado de cerca de 130 milhões de anos atrás. Com aproximadamente 66 cm de comprimento e cerca de 3 anos de idade no momento da morte, o fóssil foi doado à Universidade de Nanjing em 2021, proveniente de uma coleção privada.

Psittacosaurus, membro inicial da linhagem de dinossauros ceratopsianos, não possuía chifres, mas seu nome significa ‘lagarto papagaio’, devido ao seu bico adaptado para se alimentar de plantas. O dinossauro tinha penas simples, semelhantes a cerdas, no topo da cauda, enquanto o restante do corpo era revestido por pele escamosa.

A evolução das penas remonta a quase 250 milhões de anos, quando as primeiras penas rudimentares surgiram a partir de escamas reptilianas em ancestrais dos dinossauros e pterossauros, répteis voadores. Psittacosaurus, com suas penas simples, fornece insights valiosos sobre essa transição evolutiva.

A descoberta do fóssil adiciona nuances à compreensão da evolução das penas, destacando a coexistência de pele semelhante a répteis e de pele macia, similar à de pássaros, em diferentes regiões do corpo. Maria McNamara, coautora do estudo e professora de paleontologia na University College Cork, ressaltou a importância dessas descobertas para a compreensão da evolução dos dinossauros e de seus ancestrais.

Fonte: © CNN Brasil