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Descobrindo a Liberdade: O Sucesso da Netflix e sua Transformação Rumo à Transparência
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Falta de transparência pode ter dissecado o modelo empresarial, enquanto rivais tropeçavam, frases da moda ecoavam em sua franquia corporativa, espírito constante em seu modelo de negócios.
A Netflix (NFLX34) é reconhecida há bastante tempo por ser uma empresa que preza a liberdade de criação e inovação. Com uma postura discreta em relação a certas informações, como a falta de classificação da Nielsen e a pouca divulgação de dados de bilheteria, a empresa mantém um ar de mistério para o público externo. No entanto, por mais que seja discreta com o mundo exterior, a gigante do streaming é notavelmente transparente internamente, promovendo um ambiente de colaboração e troca de ideias.
Essa postura de liberdade e transparência reflete a busca constante da Netflix por autonomia e inovação. Ao incentivar a criatividade e a comunicação aberta entre seus colaboradores, a empresa se destaca por sua abordagem única no mercado. A busca pela independência de pensamento e a valorização da diversidade de ideias são pilares fundamentais da cultura organizacional da Netflix, que se traduzem em um ambiente dinâmico e propício ao crescimento contínuo.
Liberdade e Autonomia Empresariais na Netflix
A filosofia da empresa foi eternizada em 2009, quando Reed Hastings, cofundador e CEO da Netflix, revelou pela primeira vez o espírito corporativo em uma apresentação de 125 slides que introduziu novas frases da moda como ‘colegas impressionantes’, ‘o teste do guardião’ e ‘honestidade sempre’.
Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na visão dos especialistas, têm potencial de crescimento para os próximos meses e anos. A apresentação, com sua ênfase em franqueza constante e sem filtros, parecia ao mesmo tempo brutal e refrescantemente incompatível com a maneira tradicional de Hollywood fazer negócios.
Para a frustração de ex-colaboradores e concorrentes atuais, esse pode ser exatamente o modelo que permitiu à Netflix obter tanto sucesso enquanto seus rivais enfrentavam dificuldades. Mais três memorandos culturais foram lançados ao longo dos anos. Antes de serem liberados, eles são examinados e analisados por meses pelos altos executivos.
Ao mesmo tempo, qualquer colaborador pode acessar o Google Doc onde o memorando está sendo elaborado para deixar uma ideia ou fazer um comentário. Reed Hastings, cofundador e ex-presidente-executivo da Netflix, em Los Gatos, Califórnia, 11 de agosto de 2020.
O último memorando interno da empresa sobre sua cultura corporativa é mais sobre como ela espera que os funcionários se comportem do que o que ela deseja se tornar. A última versão do documento, que foi divulgada internamente em 8 de maio e em breve será tornada pública, passou por oito meses de revisões e recebeu 1,5 mil comentários de colaboradores, afirma Sergio Ezama, diretor de talentos da Netflix.
Ele tem cinco páginas (metade do memorando final de Hastings em 2022) e alguns princípios básicos mudaram, ainda que ligeiramente. Quando Hastings intitulou sua apresentação de 2009 de ‘Cultura Netflix’, ele deu ao texto o subtítulo ‘Liberdade e Responsabilidade’. A ideia era que a Netflix confiava que seus colaboradores agiriam no melhor interesse da empresa. Se você quer férias, tire férias. Se você tiver um bebê e precisar tirar uma licença, tire uma licença. Os documentos foram amplamente compartilhados por toda a empresa, sem medo de vazamentos.
Embora esses princípios permaneçam em prática, o novo memorando destaca primeiro a filosofia da Netflix de ‘Pessoas acima do processo’: ‘Contratamos pessoas extraordinariamente responsáveis que prosperam com esta abertura e liberdade’. O teste do guardião – que é definido como ‘se X quisesse ir embora, eu lutaria para mantê-lo?’ – agora inclui esta ressalva: ‘O teste do guardião pode parecer assustador. Na verdade, incentivamos todos a dialogarem regularmente com seus gestores sobre o que está indo bem e o que não está.’
Há uma frase no último memorando que diz: ‘Nem todas as opiniões são criadas iguais’ porque à medida que a organização cresceu para mais de 13 mil colaboradores, a liberdade, independência e autonomia se tornaram valores fundamentais do modelo de negócios da Netflix.
Fonte: @ Info Money