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Desvendando os Segredos do Buraco Negro no Coração da Via Láctea: Um Reino de Mistérios
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Explosões e ecos detectados pela NASA podem ajudar a entender a história recente do buraco negro pela análise espectroscópica de imagem eletromagnética de nuvem de gás atmosférico extremo e masssa solares nuclear.
Um grupo de cientistas observou fenômenos e reverberações provenientes de Sagitário (Sgr A), o buraco negro gigante no coração da Via Láctea, por meio de informações reunidas ao longo de uma década pelo instrumento Telescópio de Espectroscopia Nuclear (NuSTAR), da NASA. Essa revelação tem o potencial de aprimorar o conhecimento dos estudiosos sobre a trajetória desse buraco negro enigmático que a galáxia circunda.
Na busca por compreender a natureza desse objeto invisível colossal, os pesquisadores se deparam com desafios intrigantes que podem revelar segredos sobre a formação e evolução dos buracos negros. A presença de um buraco negro supermassivo como Sgr A desafia as fronteiras do conhecimento científico, instigando novas investigações e teorias audaciosas.
Descobertas Espectroscópicas de Explosões de Raio-X do Buraco Negro Sagittarius A*
Segundo informações divulgadas pela equipe de pesquisa, as observações realizadas pelo telescópio em raio-x revelaram um total de nove explosões ocorridas entre os anos de 2015 e 2024. O destaque dessas observações recai sobre a presença do buraco negro Sagittarius A*, objeto invisível e supermassivo que habita o centro de nossa galáxia.
Cientistas afirmam que os buracos negros supermassivos são entidades praticamente imperceptíveis para nós, sendo sua detecção possível apenas através dos efeitos que exercem sobre a matéria circundante. Esses objetos têm a capacidade de consumir matéria ou estrelas que se aproximam muito deles, dando origem a um disco de acreção que emite luz em todo o espectro eletromagnético.
No entanto, nem toda a matéria presente no disco é absorvida pelo buraco negro, parte dela é direcionada para os polos do objeto, onde é expelida em forma de jatos de plasma acompanhados de radiação eletromagnética intensa. Alguns desses buracos negros não são tão ativos, pois não estão envoltos por grande quantidade de matéria, o que dificulta sua detecção.
O buraco negro Sagittarius A* é um exemplo desse tipo, com uma massa equivalente a cerca de 4,5 milhões de massas solares. Sua taxa de consumo de matéria é tão baixa que se assemelha a um humano ingerindo um grão de arroz a cada milhão de anos. No entanto, quando ocorre esse evento raro, uma leve emissão de raio-x é liberada, o que motivou os cientistas a investigarem mais a fundo.
Os resultados dessas pesquisas foram apresentados durante a 244ª reunião da Sociedade Astronômica Americana, onde Grace Sanger-Johnson, líder do estudo, ressaltou a importância dos dados coletados para a compreensão das propriedades do buraco negro e das condições físicas extremas presentes em seu entorno.
Outro aspecto estudado em relação ao Sagittarius A* foi uma nuvem molecular gigante denominada ‘The Bridge’ (A Ponte), investigada através de uma técnica semelhante à detecção de ecos. Enquanto nuvens de gás e poeira não emitem raio-x, a Ponte apresentou esse tipo de emissão, levando os pesquisadores a concluírem que ela refletia o brilho de fontes anteriores, possivelmente relacionadas a explosões anteriores do buraco negro.
Essas descobertas destacam a importância das observações espectroscópicas para desvendar os mistérios dos buracos negros supermassivos e das complexas interações que ocorrem em seu entorno, contribuindo para ampliar nosso conhecimento sobre esses fascinantes fenômenos cósmicos.
Fonte: @Olhar Digital