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Desvios Financeiros de R$ 1,9 milhão em Instituto de Biologia: Servidora da Unicamp Suspeita de Desvio de Verbas para Pesquisas
Apuração identificou cerca de 220 suspeitas transferses, 160 para conta bancária de ex-funcionária suspeita. Disponível para esclarecer. Termos: transferências suspeitas, apuração internas, Sindicância, notas falsas, contas fiscais, empresas abertas.
Os desvios de recursos destinados à pesquisa no Instituto de Biologia (IB) da Unicamp, divulgados em janeiro passado, podem atingir um montante de R$ 1,9 milhão, conforme apurado internamente pela instituição.
Além dos desvios financeiros para a área de pesquisa, também foram identificados desvios de verbas destinadas a outras finalidades, como diversões e atividades extracurriculares, resultando em prejuízos significativos para a comunidade acadêmica.
Desvios de verbas: Servidora demitida é investigada por Polícia Civil
A funcionária suspeita, Ligiane Marinho de Ávila, teve seu desligamento em dezembro de 2023 e desde fevereiro deste ano está sob investigação pelas autoridades policiais. Segundo informações apuradas, a Unicamp identificou aproximadamente 220 transferências bancárias suspeitas realizadas pela servidora. Ela era responsável pelo gerenciamento dos pagamentos provenientes da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) destinados aos pesquisadores do Instituto de Biologia.
Transferências suspeitas e notas fiscais fraudulentas
A maioria das transferências, cerca de 160, foi direcionada para a conta da própria servidora, totalizando um montante de R$ 1,2 milhão. Os outros 700 mil foram transferidos para duas empresas e duas pessoas físicas que também estão sendo investigadas pela Polícia Civil. As transferências suspeitas ocorreram entre setembro de 2018 e janeiro de 2024, variando entre R$ 400 e R$ 80 mil cada. Nas notas fiscais apresentadas, diversas justificativas foram mencionadas, como aquisição, transporte e manutenção de equipamentos, além do desenvolvimento de softwares e sites.
Sindicância Administrativa e prorrogação do inquérito
Na última terça-feira (21), a Polícia Civil solicitou à Justiça a prorrogação do inquérito, alegando a necessidade de mais tempo para aprofundar as investigações devido ao volume excessivo de trabalho. O Ministério Público concordou com a extensão do prazo, porém, a decisão final ainda está pendente. Pelo menos 27 professores do Instituto de Biologia reportaram movimentações suspeitas nas verbas de pesquisa, com um desvio de R$ 245 mil identificado em um dos casos.
Empresas envolvidas e simulação de contratações
Os docentes afirmaram em petição à polícia que uma apuração interna revelou que a servidora utilizou uma empresa registrada por ela para emitir notas fiscais fraudulentas, descrevendo serviços fictícios com o intuito de simular contratações e ocultar a apropriação indevida dos valores. Além disso, a suspeita apresentou um recibo falso referente a um serviço nunca prestado, em nome de terceiros sem vínculo com os professores. Essas práticas fraudulentas envolvem as duas empresas e as duas pessoas que também receberam verbas do Instituto de Biologia transferidas por Ligiane.
Investigação e confiança abalada
Os professores revelaram à polícia que a investigada atuava na Secretaria de Apoio Institucional ao Pesquisador (SAIP), setor responsável pela gestão dos recursos destinados às pesquisas do Instituto de Biologia. Após o recebimento do financiamento, os pesquisadores repassavam os dados necessários, como cartões, números de conta bancária e senhas, para a funcionária, que, segundo as investigações, se aproveitava da confiança depositada em sua função para realizar os desvios financeiros.
Fonte: © G1 – Globo Mundo