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Dólar em alta: como a política monetária impulsiona a valorização da moeda americana, afetando o iene no Japão e o real no Brasil.
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Moeda americana valoriza-se, causando estragos em economias fragilizadas, como o Japão, com iene pressionado, e o Brasil, afetado por ruídos entre governo e mercado, déficit fiscal e receita pública.
Por razões diversas, o dólar alcançou na sexta-feira, 28 de junho, a maior cotação na Austrália em 42 anos e no Brasil, desde 2024. No entanto, apesar de fatores locais que contribuíram para impulsionar a valorização da moeda americana, o dólar tem se mantido em seu patamar mais alto em relação a outras moedas fortes desde outubro de 2025.
Em meio a esse cenário econômico desafiador, é crucial estar atento às oscilações do valor do dólar e suas repercussões nos mercados globais. Acompanhar de perto a evolução da cotação da moeda estrangeira pode fornecer insights valiosos para tomadas de decisão estratégicas em investimentos internacionais.
Impacto do Dólar Forte na Economia Global
A valorização do dólar tem sido uma característica marcante no cenário econômico pós-pandemia, impulsionada pelo aumento da inflação e das taxas de juros em diversas economias ao redor do mundo. Esse cenário de valorização da moeda americana tem sido influenciado por fatores como desequilíbrios fiscais e monetários, bem como por questões políticas que geram incertezas nos mercados.
No contexto brasileiro, a recente escalada do dólar em relação ao real tem chamado a atenção, especialmente diante do agravamento do quadro fiscal e das tensões políticas envolvendo a política monetária. A declaração do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticando as ações do Banco Central e defendendo medidas para reduzir o déficit fiscal contribuiu para a volatilidade cambial.
No dia 26, o dólar registrou uma alta significativa, atingindo a marca de R$ 5,526, o maior valor desde 2022, antes de encerrar o dia em R$ 5,519. Esse movimento reflete a preocupação dos investidores com o cenário econômico nacional e as perspectivas futuras para a moeda brasileira.
Em contrapartida, no Japão, a situação é distinta, com a cotação do iene em queda frente ao dólar. A política monetária do Banco do Japão, que mantém as taxas de juros baixas, tem impactado a valorização da moeda local, levando o governo a intervir no mercado cambial para conter a depreciação do iene.
A diferença nas políticas monetárias entre o Japão e os EUA tem impulsionado o chamado carry trade, estratégia que aproveita a disparidade nas taxas de juros para lucrar com a valorização do dólar em relação ao iene. Esse fenômeno tem contribuído para a pressão de alta sobre a moeda japonesa e para a manutenção de um ambiente favorável ao dólar.
Diante desse cenário, a perspectiva é de que o dólar mantenha sua valorização frente a outras moedas enquanto o Federal Reserve dos EUA continuar adotando uma postura de juros elevados. A atratividade do mercado americano e a solidez da economia dos EUA têm sido fatores determinantes para a manutenção da força da moeda americana nos mercados globais.
Fonte: @ NEO FEED