Mundo
Dossiê: Medicina em Pauta – Médicos defendem restrição de 7 procedimentos estéticos | Blogs | CNN Brasil
ouça este conteúdo
Documento da cruzada dos conselhos e sociedades médicas contra a prática indiscriminada de procedimentos invasivos estéticos pelos leigos, considerada ilegal e ameaçadora à saúde pública.
Representantes de conselhos e sociedades médicas elaboraram um relatório que defende a limitação de sete procedimentos estéticos invasivos exclusivamente para profissionais da medicina. O extenso documento de 79 páginas, divulgado pela CNN, apresenta uma visão abrangente do que eles denominam de ‘prática indiscriminada do exercício ilegal da medicina’, que acarreta problemas para a saúde pública e está crescendo de maneira alarmante e veloz no Brasil. Durante a semana passada, o tema foi discutido entre representantes do Conselho Federal de Medicina e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa.
Os sete procedimentos mencionados são utilizados para aprimorar a qualidade da pele, alterar a estrutura facial e corporal, e disfarçar os sinais do envelhecimento. É crucial ressaltar que nenhum desses procedimentos deve ser realizado por indivíduos sem formação em medicina. É importante conscientizar a população sobre os riscos associados a essas práticas e reforçar a importância de buscar profissionais qualificados na área da medicina para realizar tais intervenções.
Medicina Estética: Práticas e Regulamentação
A medicina estética abrange uma variedade de procedimentos, como o botox, preenchedores, bioestimuladores, queima e remoção de feridas, endolaser e peelings químicos, incluindo o fenol. A preocupação com a prática indiscriminada desses procedimentos veio à tona com o trágico caso de Henrique Chagas, que faleceu aos 27 anos após complicações de um peeling de fenol realizado por uma pessoa que se autodenominava esteticista.
O Conselho Federal de Medicina (CFM), em conjunto com a Anvisa e o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), tomou medidas legais para restringir o uso do fenol por não-médicos. Essa ação foi motivada pela necessidade de garantir a segurança dos pacientes e a qualidade dos procedimentos estéticos.
O ‘Dossiê de Complicações’, assinado por oito regionais das sociedades médicas de Dermatologia e Cirurgia Plástica, destaca a importância de assegurar que procedimentos como preenchimentos cutâneos, toxina botulínica, Endolaser e peeling de fenol sejam realizados exclusivamente por profissionais de saúde qualificados, especialmente médicos.
As imagens de 87 pacientes que sofreram complicações decorrentes desses procedimentos ressaltam a gravidade da prática indiscriminada na medicina estética. Reações inflamatórias, infecções crônicas, rejeição do produto, sangramentos e até mesmo casos de morte foram documentados, evidenciando os riscos envolvidos.
É fundamental que haja um maior controle e regulamentação na delegação do cuidado com o diagnóstico e tratamento em saúde pública. A banalização dos serviços por profissionais não qualificados representa uma ameaça à saúde da população, exigindo uma atuação mais rigorosa das autoridades competentes, como a Anvisa, para garantir a segurança e eficácia dos procedimentos estéticos.
A necessidade de um conselho médico para supervisionar e regular a prática médica é crucial para proteger os pacientes e garantir a qualidade dos serviços prestados. A conscientização sobre os riscos associados à medicina estética é essencial para promover uma abordagem responsável e ética nesse campo em constante evolução.
Fonte: @ CNN Brasil