GPA avança na estratégia de desalavancamento com venda de postos – ação PCAR3 sobe 8%

Varejista vende postos de gasolina por R$ 200 milhões em operação de desalavancamento financeiro, com relação dívida líquida/Ebitda em 1,5x.

O GPA (PCAR3) divulgou ontem à noite a comercialização de 71 postos de combustível por aproximadamente R$ 200 milhões, avançando em direção ao processo de desalavancamento financeiro. De acordo com o anúncio, 49 pontos estão situados em São Paulo, sendo essa a parte mais significativa do montante da operação, e serão adquiridos pela Ultrapar (UGPA3).

Essa medida faz parte da estratégia da empresa para reduzir o endividamento e fortalecer sua posição no mercado, visando melhorar o ratio financeiro. O movimento de venda dos postos de gasolina é uma iniciativa importante para o desalavancamento da companhia, que busca otimizar sua estrutura de capital de forma sustentável.

Desalavancamento Financeiro e Estratégias de Redução de Endividamento

Cabe destacar que, no dia anterior, os papéis apresentaram queda de 7,77% e tiveram uma recuperação parcial hoje. As ações da PCAR3 encerraram o dia com alta de 8,05%, atingindo R$ 2,82. A empresa varejista tem a expectativa de receber um montante de R$ 138 milhões até o final de 2024, sujeito a determinados processos, incluindo a aprovação antitruste no Brasil. Os R$ 62 milhões restantes serão repassados após a conclusão da transferência dos 71 postos de gasolina para seus respectivos compradores.

O Bradesco BBI expressa uma visão favorável em relação ao desinvestimento de ativos considerados não essenciais, pois isso permitirá que o GPA concentre seus esforços e atenção na gestão do negócio de varejo alimentar. Segundo o BBI, a alienação dos postos de gasolina deverá contribuir para uma margem Ebitda mais elevada, com projeção de 8,5% a 9,0% nos próximos dois anos. Além disso, espera-se que essa ação ajude a reduzir a alavancagem financeira, com a relação Dívida Líquida/Ebitda ajustado prevista em cerca de 1,2 vez até o final de 2024, um valor consideravelmente inferior às 6,8 vezes registradas no final de 2023.

O BBI ressalta ainda que melhorias contínuas nos Indicadores-Chave de Desempenho operacionais devem resultar em uma geração sustentável de fluxo de caixa a médio prazo. Os analistas da XP Investimentos também avaliam de forma positiva o anúncio, apesar de terem sido inicialmente céticos em relação à venda desses ativos, que não abordam totalmente a questão do endividamento da empresa.

Em linha com as avaliações da XP e do BBI, o JPMorgan considera a transação como benéfica. Combinada com a venda da sede corporativa anunciada anteriormente por R$ 218 milhões em maio, o desinvestimento dos postos de gasolina eleva o montante total obtido com essas operações para R$ 418 milhões, dentro da faixa estimada pela empresa.

O GPA encerrou o primeiro trimestre de 2024 com uma relação dívida líquida/Ebitda de 3,8 vezes. O JPMorgan estima que, ao antecipar todo o fluxo de caixa proveniente da venda da sede e dos postos de gasolina, juntamente com o aluguel adicional do lease-back da sede, a alavancagem poderia cair para 2,9 vezes.

Diante desse cenário, o banco americano acredita que uma estrutura de capital mais equilibrada proporcionaria à administração maior flexibilidade para implementar o atual plano de reestruturação, focado em aumentar a lucratividade e aprimorar a dinâmica do capital de giro. O Itaú BBA destaca que a melhoria na estrutura de capital foi um dos pilares fundamentais do plano de recuperação do GPA. A venda dos postos de gasolina marca o encerramento do programa de alienação de ativos não essenciais, que arrecadou um total de R$ 1,9 bilhão.

Fonte: @ Info Money