Leilão do arroz: Conab exige comprovação de capacidade técnica e financeira das vencedoras – Mercado&Consumo

Após o leilão, surgiram suspeitas sobre empresas novas em mercado e presença de “comprado”, “venda”, mercadorias e “Bolsas” de mercadoria.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) anunciou ontem, 8, através de um comunicado em seu portal, a convocação das Casas de Comércio para demonstrarem a competência técnica e financeira das empresas que adquiriram as 263,7 mil toneladas de arroz importado, em leilão promovido na quinta-feira, 6, pela organização.

A concorrência no mercado de importação de grãos tem sido acirrada nos últimos meses, com diversas empresas buscando expandir suas operações através da aquisição de produtos estrangeiros. Esse sinônimo1 de competitividade tem impulsionado o setor e proporcionado oportunidades para novos empreendedores se destacarem no ramo.

Leilão: Transparência e Segurança Jurídica

Segundo comunicado oficial, as empresas participantes foram representadas pelas Bolsas de Mercadorias, e, diante das ‘incertezas e repercussões’ decorrentes do desfecho do leilão, o presidente da Conab, Edegar Pretto, optou por agir. A transparência e a segurança jurídica são princípios fundamentais e a Conab está vigilante para assegurar a solidez nessa importante transação, declarou Pretto no comunicado.

Após o leilão, críticos do governo, especialmente a ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina, atual senadora pelo Partido Progressistas de Mato Grosso do Sul, levantaram questionamentos sobre a participação de empresas desconhecidas do mercado que adquiriram alguns lotes. Das quatro empresas vencedoras, apenas uma – a Zafira Trading – é do setor.

Além da Zafira Trading, uma empresa de sorvetes, uma mercearia especializada em queijo e uma locadora de veículos também foram vitoriosas no leilão. Tereza Cristina, em sua rede social, solicitou ao Tribunal de Contas da União (TCU) que investigasse o leilão, classificado por ela como ‘vultoso’, realizado pela Conab.

A senadora afirmou que nunca utilizou recursos públicos para adquirir arroz. O TCU foi acionado pelo Partido Novo para investigar e suspender o desfecho do leilão. Em resposta à controvérsia em torno do leilão, a Conab emitiu um comunicado em seu site na sexta-feira, 7, explicando que o formato do leilão de arroz importado envolve as Bolsas de Mercadorias como intermediárias.

As Bolsas, previamente credenciadas e certificadas pela Conab, são responsáveis legalmente pelas propostas que apresentam em nome de seus clientes. A Conab esclareceu que cada Bolsa deve avaliar a capacidade dos representados nos leilões oficiais, sendo estes responsáveis pelos lances efetuados de acordo com as normas.

Qualquer violação da legislação ou das regras do leilão acarreta em penalidades. As Bolsas de Mercadorias são responsabilizadas caso permitam a participação de empresas que não cumpram os requisitos estabelecidos no contrato com a Conab.

‘No dia 13, quando as empresas devem depositar uma garantia, teremos clareza sobre os envolvidos. Não posso confirmar quem entregará o produto, mas garanto que a Conab realizará três inspeções. Não haverá prejuízo financeiro para o governo’, afirmou Thiago dos Santos, diretor de Operações e Abastecimento da Conab, ao Estadão.

Em outro comunicado divulgado no sábado, 8, a empresa Wisley A de Sousa Ltda., principal arrematadora dos lotes com aquisição de 147,3 mil toneladas das 263,7 mil vendidas, lamentou as tentativas de grupos com interesses contrariados de manchar sua reputação e distorcer a realidade em um momento crucial para o país.

Fonte: @ Mercado e Consumo