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Menina de SP viaja à BA para interromper gestação após crime de agressão.
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Mena, tem algo se mexendo na minha barriga, disse ela, com 14 anos e 29 semanas de gestação.
(AGÊNCIA BRASIL) – Marcos (o nome é fictício), 45, de Brasília (DF), descobriu que sua irmã Luana (o nome é fictício) estava sendo agredida pelo namorado quando viu os hematomas em seu corpo. ‘Luana, o que aconteceu com você? Quem foi o agressor?’, questionou Marcos, preocupado com a situação da irmã, naquela tarde de sábado.
Preocupado com a segurança de Luana, Marcos decidiu confrontar o agressor e pedir ajuda a um amigo próximo. Juntos, planejaram uma forma de proteger a jovem e garantir que o agressor fosse responsabilizado por seus atos. A violência doméstica é um problema sério que precisa ser combatido com firmeza e conscientização. suspender
Deslocamento em busca de justiça
Após registrar um boletim de ocorrência, as vítimas decidiram procurar o Hospital da Mulher, localizado na movimentada capital paulista. Lá, Karen foi submetida a uma série de exames minuciosos e recebeu o coquetel recomendado para situações de violência sexual. No entanto, foi informada de que naquela unidade, os abortos legais eram realizados somente até a vigésima semana de gestação. A situação se tornou ainda mais complicada quando descobriram que os procedimentos haviam sido suspensos no Hospital Maternidade Vila Nova Cachoeirinha. Sem alternativas, mãe e filha precisaram se deslocar de ônibus até Salvador, na Bahia, em busca da interrupção da gestação. Foram longas duas jornadas e cinco horas de estrada, em meio a angústia e incertezas, enquanto o agressor permanecia foragido.
Questionamentos e desespero
A mãe compartilhou a angústia de sua filha, que constantemente perguntava sobre o paradeiro do agressor e a ausência de medidas legais contra ele. A sensação de impunidade pairava no ar, deixando-as vulneráveis e desamparadas diante da injustiça. A Constituição garantia a realização do aborto independentemente da idade gestacional do feto, porém, o Projeto de Lei Antiaborto por Estupro, em tramitação na Câmara dos Deputados, propunha a criminalização do procedimento após a vigésima segunda semana de gestação para vítimas de estupro.
Revelações perturbadoras e mudanças abruptas
Residente em Guarulhos e mãe de três crianças, a narradora viu sua realidade desmoronar quando sua filha mais velha revelou ter sido vítima de abuso por parte do marido de sua avó. A jovem, antes doce e dedicada, passou por uma transformação assustadora, tornando-se reclusa e agressiva. A descoberta da gravidez, marcada por um misto de confusão e medo, revelou a crueldade do agressor, que se aproveitou da inocência da menina. Meses de silêncio e ameaças culminaram em um momento de revelação doloroso, onde a jovem desabafou sobre o trauma sofrido, mencionando sensações estranhas de algo mexendo em sua barriga.
Busca por justiça e desaparecimento do agressor
Diante da gravidade da situação, a família agiu rapidamente, registrando um boletim de ocorrência e buscando auxílio no Hospital da Mulher em São Paulo. No entanto, a limitação de tempo para o aborto legal na instituição trouxe novos desafios, já que a gestação da jovem ultrapassava as vinte semanas. Em meio a esse cenário de desamparo, o agressor, após confessar seus atos e prometer se entregar, simplesmente desapareceu, deixando um rastro de dor e impunidade.
Fonte: © Notícias ao Minuto