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Mercado reage a acusações de Lula sobre juros e autonomia do Banco Central, prejudicando o povo brasileiro.
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Na sequência de discursos de Lula, Ibovespa perdeu tração, dólar ganhou e curva de juros tomaram direcões opostas no sistema financeiro alto.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje que os juros estão no centro das atenções, destacando a importância de acompanhar de perto as decisões do Comitê de Política Monetária (Copom). Ele ressaltou que a manutenção da taxa básica de juros em 10,5% foi uma surpresa para muitos, impactando diretamente a economia do país.
Em meio a discussões sobre o percentual da Selic, Lula enfatizou a necessidade de avaliar os efeitos dessa decisão nos próximos meses. O presidente destacou a complexidade das questões relacionadas aos juros e reiterou seu compromisso com políticas econômicas que beneficiem a população brasileira. sistema
Juros em Destaque: Lula Critica Banco Central por Investir no Sistema Financeiro
Lula fez duras críticas ao Banco Central (BC) por priorizar o sistema financeiro e os especuladores que lucram com juros. Ele lamentou a manutenção dos juros pelo Copom, afirmando que a população brasileira é a principal prejudicada. Segundo o ex-presidente, quanto mais altos os juros, menos recursos ficam disponíveis para investimentos internos.
A reação do mercado financeiro foi imediata após as declarações de Lula. O Ibovespa perdeu força, interrompendo um período de otimismo devido à decisão unânime do Copom. O dólar, que estava em queda, reverteu a tendência e subiu, atingindo R$ 5,46 durante a tarde. As taxas de juros futuros, que estavam em baixa, também viraram, refletindo a preocupação com o risco fiscal.
Lula não poupou críticas ao atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, comparando sua autonomia com a de Henrique Meirelles. O ex-presidente questionou a quem a autonomia do BC serve e criticou a preferência dos bancos por lucrar com juros altos em vez de oferecer crédito à população.
O comunicado do Copom ressaltou a incerteza global e a resiliência da atividade doméstica, justificando a cautela em relação aos juros. O comitê não fez compromissos explícitos sobre a trajetória da Selic, mas enfatizou a necessidade de manter uma postura contracionista para consolidar a desinflação e ancorar as expectativas de inflação.
As críticas de Lula e a postura do Copom evidenciam a tensão entre a política monetária e os interesses do sistema financeiro, destacando a importância do equilíbrio entre as necessidades do mercado e o bem-estar da população.
Fonte: @ Valor Invest Globo