Tecnologia
Prioridade Absoluta: Hackers russos ameaçam a segurança da saúde em Londres, impactando transfusões de sangue.
O NHS britânico adverte que ataques cibernéticos impedem processamento do sangue dos pacientes com a mesma frequência, ameaçando detecção precoce de doenças e patologia.
Um incidente virtual ocorrido na semana passada resultou na interrupção de procedimentos cirúrgicos, testes e doações de sangue nos principais centros de saúde de São Paulo, no Brasil.
A saúde da população foi comprometida devido a esse ataque, causando transtornos e afetando o bem-estar de muitos pacientes. É fundamental investir em medidas de segurança cibernética para prevenir futuros incidentes e garantir a saúde e o bem-estar de todos.
Saúde em Risco: Ataque Cibernético Afeta Estoque de Sangue nos Hospitais
Acredita-se que um grupo de hackers russo, conhecido como Qilin, esteja por trás do ataque do tipo ransomware, que teve como alvo a Synnovis, empresa que presta serviços de patologia para hospitais do NHS, sistema de saúde público britânico. Em decorrência do ataque, os hospitais afetados não estão conseguindo processar o sangue correspondente dos pacientes com a mesma frequência de sempre. O NHS Blood and Transplant, órgão público responsável pelas doações de sangue, está fazendo então um apelo para que doadores do tipo sanguíneo ‘O’ (com fator Rh positivo e negativo) marquem uma consulta para doar, no intuito de aumentar os estoques, uma vez que este tipo sanguíneo é considerado seguro para todos os pacientes.
Memorandos enviados a funcionários do NHS e serviços de atenção primária à saúde em Londres alertaram para um ‘incidente crítico’. Os ataques do tipo ransomware geralmente envolvem hackers obtendo acesso a uma rede de computadores e criptografando arquivos ou bloqueando os usuários de seus sistemas até que um resgate seja pago. Para realizar cirurgias e procedimentos que exigem transfusão de sangue, os hospitais estão precisando usar o tipo sanguíneo ‘O’. E, como o sangue tem um prazo de validade de 35 dias, os estoques precisam ser continuamente reabastecidos, explicou o NHS.
Isso significa que serão necessárias mais unidades do que o normal deste tipo de sangue nas próximas semanas. O sangue ‘O’ negativo, conhecido como tipo sanguíneo universal, pode ser recebido por qualquer pessoa. É usado em emergências ou em qualquer outra situação em que o tipo sanguíneo do paciente seja desconhecido. Ambulâncias aéreas e veículos para atendimento de emergência transportam suprimentos de ‘O’ negativo. Apenas 8% da população possui sangue tipo ‘O’ negativo, mas ele representa cerca de 15% das demandas hospitalares. Já ‘O’ positivo é o tipo sanguíneo mais comum, de 35% dos doadores, e pode ser recebido por qualquer pessoa com fator Rh positivo.
Isto significa que três em cada quatro pessoas, ou 76% da população, podem se beneficiar de uma doação de sangue ‘O’ positivo. Na campanha para doação de sangue nesta semana, foi revelado que são necessárias três doações de sangue a cada minuto nos hospitais. Segurança dos pacientes ‘A segurança do paciente é nossa prioridade absoluta’, afirmou Gail Miflin, médica chefe do NHS Blood and Transplant. ‘Quando os hospitais não conhecem o tipo sanguíneo de um paciente ou não conseguem um correspondente, é seguro usar o sangue tipo ‘O’.
‘Para auxiliar os hospitais de Londres na realização de mais cirurgias e na prestação do melhor atendimento possível a todos os pacientes, precisamos de mais doadores ‘O’ negativo e ‘O’ positivo do que o habitual’, acrescentou. O professor Stephen Powis, diretor médico do NHS England, o serviço público de saúde da Inglaterra, disse que os funcionários estavam se ‘desdobrando para minimizar o transtorno significativo para os pacientes’ causado pelo ataque cibernético. ‘Sabemos que uma crise de saúde pública pode surgir se os estoques de sangue não forem restabelecidos rapidamente. A colaboração da comunidade é crucial para garantir a saúde e bem-estar de todos os pacientes durante esse período desafiador’, ressaltou Powis.
Fonte: © G1 – Tecnologia