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Revertendo o Jogo: Uma Nova Rodada de Técnicos em Ação no Brasil
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O carrossel dos treinadores vai girar mais rápido com transferências de profissionais, um fenômeno que vai andar mais alto e a arquibancada é um fetiche para os fanáticos, um rosto sem noção e sem limites, bem.
A reviravolta no cenário do futebol brasileiro com as demissões de Cuca e Fernando Diniz, quase simultâneas, impulsionou a dinâmica da reversão dos treinadores. O ambiente futebolístico nacional continua fixado na dança de técnicos, buscando combinações aleatórias que não levam em conta os erros passados e tampouco asseguram o sucesso futuro, se é que haverá sucesso.
Em meio a esse reversão constante, é crucial refletir sobre a necessidade de uma mudança efetiva no contrato entre clubes e treinadores. A transição de comando deve ser mais do que uma simples troca de peças em um carrossel, exigindo um olhar mais atento às estratégias a longo prazo e ao desenvolvimento sustentável das equipes.
Reversão: O Carrossel da Transição no Futebol Brasileiro
Há épocas em que o carrossel parece ter desacelerado sua marcha, mas basta uma peça se mover para que o efeito dominó da reversão se inicie, em um fenômeno que parece resistir ao fetiche dos clubes por profissionais formados na Argentina e em Portugal.
Pouco mais de um mês atrás, Mário Bittencourt, com sua eloquência característica, anunciou a extensão do contrato de Diniz com o Fluminense, em resposta às críticas sobre a falta de tempo dado aos técnicos para trabalhar e se recuperar de momentos difíceis.
Além de ser um gesto de virtude aparente, o acordo pode ter sido um aviso ao vestiário, uma indicação de confiança na permanência de Diniz. O intervalo entre a renovação e a demissão foi de 33 dias, um período em que a certeza se transformou em incerteza, e a incerteza em uma decisão que vai de encontro à convicção inicial.
E assim seguimos. Com Diniz e Cuca em processo de transição, técnicos como António Oliveira e Fábio Carille próximos do mercado de transferências, e Renato Portaluppi tendo que justificar a abordagem nômade do Grêmio em meio a eventos trágicos no Rio Grande do Sul, podemos estar à beira de uma reversão recorde no ritmo do carrossel.
Avalie com cuidado, analise os cenários, e questione se não é possível que, mais cedo ou mais tarde, algo do tipo possa ocorrer: Diniz no Athletico Paranaense, Cuca no Cruzeiro, Carille no Corinthians, Mano Menezes no Santos, Renato no Fluminense, Scolari no Grêmio.
E ainda não mencionamos o São Paulo, que já envia sinais de que tudo está bem com Zubeldía, o que na verdade pode indicar o contrário, considerando sua invencibilidade recente.
Não interprete mal. O parágrafo anterior não é uma lista de sugestões, mas uma observação contraditória sobre o potencial da cultura do futebol brasileiro. Um treinador vindo de Portugal estreou com uma derrota avassaladora e foi demitido após apenas três rodadas. A Série A, o patamar mais alto do profissionalismo.
Os bastidores do futebol nacional não hesitam em agir, com a contribuição crucial da arquibancada virtual, arrogante e barulhenta, que acredita que vencer é para todos e que quem não vence é considerado ‘fraco’ ou ‘ruim’.
Se lidar com a vaidade dos torcedores sempre foi desafiador, a vaidade dos fanáticos sem rosto, sem noção e sem limites representa uma nova era. Em breve, posições serão preenchidas, reduzindo as opções e acelerando as decisões. Um gol pode mudar destinos, uma defesa pode ganhar tempo. O carrossel dos treinadores está prestes a girar ainda mais rápido.
Fonte: @ ESPN