Transformando o Futuro: Perspectivas da Indústria de Transformação Sustentável no Brasil

Lançado no início do ano, o programa de desenvolvimento neoindustrial sustainável reversa desindustrialização. Agenda nova inclui comércio internacional, indústria 4.0 alicerces. Government’s bet for sustainable industrial revival. New agenda: international trade, industry 4.0 supports.

O programa Nova Indústria Brasil, lançado no início deste ano, é a grande aposta do governo Lula para impulsionar a indústria de transformação e fortalecer a economia do país. A iniciativa visa promover a modernização e a competitividade do setor industrial brasileiro, estimulando investimentos e a geração de empregos.

O setor de transformação é fundamental para o desenvolvimento econômico do Brasil, sendo responsável por agregar valor aos produtos e impulsionar a inovação. Através de políticas públicas e incentivos, busca-se garantir a sustentabilidade e o crescimento do setor industrial, contribuindo para a diversificação da economia e a geração de riquezas para o país.

Desafios e Oportunidades na Indústria de Transformação

Depois de atingir mais de 21% nos anos 1980, a participação da indústria de transformação no Produto Interno Bruto (PIB) diminuiu para cerca de 10% em 2023, de acordo com informações da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). A nova política, focada em inovação, modernização e transição energética, tem o potencial de reverter essa tendência, desde que as propostas sejam implementadas conforme descritas no programa.

Trata-se de uma política pública moderna que redefine diretrizes para o desenvolvimento sustentável, com maior investimento, produtividade, exportação, inovação e geração de empregos, por meio da neoindustrialização, conforme destacou o vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria, Léo de Castro.

No Dia da Indústria, o setor enfatiza a necessidade de agilidade na adoção dessa nova agenda. Apesar de tentativas anteriores no Brasil e das mudanças nas condições em comparação com o século passado, a questão atual é como acelerar processos e evitar erros do passado.

A retomada da política industrial no Brasil ocorre com certo atraso em relação a países da América Latina e outras nações em desenvolvimento. O mundo evoluiu consideravelmente desde os anos 90, especialmente no que diz respeito à inovação associada à economia de baixo carbono, antes da pandemia. A urgência agora é compreender como impulsionar a transformação e evitar repetir falhas anteriores.

‘O exemplo mais evidente disso são os Estados Unidos com o plano Biden’, destaca o economista Marco Antônio Rocha, professor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Desde pelo menos 2012, os países desenvolvidos estabeleceram os alicerces da indústria 4.0.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) enfatiza a necessidade de agilidade. Além de chegar tarde à inovação industrial, os líderes da CNI pressionaram recentemente por uma implementação mais rápida do Nova Indústria Brasil. É crucial que os gestores evitem repetir erros do passado, como ressalta o economista Armando Castelar, professor da FGV Direito Rio e do Instituto de Economia da UFRJ, e pesquisador associado do FGV IBRE.

‘Proteger simplesmente as empresas de baixa produtividade não tornará o setor mais competitivo a longo prazo’, alerta Castelar. A essência de uma política industrial eficaz, segundo o pesquisador, deve ser o oposto.

‘A queda na participação da indústria de transformação no PIB se deve principalmente ao baixo desempenho em termos de produtividade, que tem declinado’, explica Castelar. Planos anteriores buscaram compensar essa questão com medidas de proteção contra importações mais baratas e competitivas, por meio de barreiras comerciais, requisitos de conteúdo local e vários subsídios, especialmente através de financiamento público com juros excepcionalmente baixos.

Fonte: @ Info Money