Dados do Inpe mostram que a chuva no Pantanal zerou os focos de incêndio.

Bombeiros continuam a atuar nas áreas do bioma para monitorar e realizar operações de rescaldo. O Pantanal já teve mais de 1 milhão de hectares consumidos pelo fogo este ano.

Após um longo período de devastação, causado por incêndios que consumiram mais de um milhão de hectares do Pantanal, as chuvas dos últimos dias finalmente extinguiram os focos de fogo. Imagens capturadas por satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) confirmam a ausência de incêndios no bioma nesta segunda-feira (20). Essas chuvas representam uma esperança para a recuperação desse importante ecossistema.

No começo de novembro, o Pantanal foi devastado pelas chamas, resultando no mês de novembro mais catastrófico já registrado. Especialistas apontam que o fogo é uma consequência da falta de chuvas, temperaturas elevadas e vegetação seca na região.

Entre os dias 12 e 19 de novembro, o Inpe registrou 1086 focos de incêndio no bioma. No entanto, na última segunda-feira (20), foi possível observar que o número de pontos de alerta foi reduzido a zero. Neste ano, mais de 1 milhão de hectares do Pantanal já foram consumidos pelas chamas.

Imagem mostra transformação após precipitação no Pantanal:

A precipitação estava prevista para setembro, porém, devido ao fenômeno El Niño, houve uma alteração no período de chuvas, resultando em modificações no clima de todo o país. Os especialistas indicam que essas mudanças climáticas têm sido responsáveis pelo impacto significativo na vegetação.

O meteorologista Guilherme Borges menciona que em algumas áreas remotas não é possível atribuir a culpa dos incêndios apenas à intervenção humana.

De acordo com especialistas, as pancadas de chuva na região não causam grandes acúmulos de água e, normalmente, vêm acompanhadas de raios. A combinação desses raios com o solo e a vegetação seca pode resultar em incêndios florestais de grandes proporções. Além disso, os ventos favorecem a rápida disseminação do fogo, aumentando ainda mais o risco de queimadas.

No entanto, é importante destacar que o aumento das temperaturas é uma consequência direta das atividades humanas, como a intensa emissão de gases de efeito estufa. Neste ano, foi registrado um recorde global de temperatura média, com a média 2°C acima da era pré-industrial. Esse calor excepcional é um reflexo das mudanças climáticas causadas pelas emissões de gases, e precisa ser levado em consideração para entendermos os impactos das pancadas de chuva na região.

Apesar do término das chamas, muitos bombeiros continuam trabalhando no bioma realizando o processo de rescaldo. O objetivo do rescaldo é evitar que novos focos de incêndio se iniciem, já que ainda há presença de fumaça na região.

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