Medicina 3.0: Inteligência Artificial na Cardiologia para uma Assistência Médica Mais Humana

Orientações médicas assinadas por profissionais brasileiros. Algoritmos e ultrassonografia contribuem para diagnósticos mais precisos em Medicina 3.0, que merge Máquina e Aprendizagem.

Uma nova profissional adentra a sala de consultas e se posiciona ao lado do médico e do paciente. Ela chega preparada para colaborar com diagnósticos mais precisos, elevando a eficácia dos tratamentos e proporcionando ao especialista maior confiança e agilidade. Essa integrante recém-chegada representa a evolução da Medicina 3.0.

Além disso, a presença da Inteligência Artificial e de outras Tecnologias nesse cenário promove uma sinergia única, potencializando a capacidade de atendimento e a qualidade dos serviços prestados. A combinação entre o conhecimento humano e o poder das ferramentas digitais marca uma nova era na prática médica, impulsionando a transformação contínua rumo a uma saúde mais eficiente e personalizada.

Medicina 3.0 e sua Importância na Cardiologia

A base da Medicina 3.0 é a Inteligência Artificial (IA), uma tecnologia que revoluciona a análise de big data e redefine a abordagem da saúde, considerando-a dinâmica e multidimensional, englobando bem-estar e prevenção de doenças. Na área da cardiologia, a Medicina 3.0 desempenha um papel cada vez mais crucial, apesar do preconceito inicial persistente entre leigos e profissionais da saúde.

Para muitos, a ideia de que a IA irá automatizar consultas médicas, substituindo os profissionais por máquinas, ainda é uma preocupação. No entanto, evidências científicas demonstram que as tecnologias estão permitindo que as tarefas técnicas sejam realizadas de forma eficiente, liberando tempo para que os médicos possam se concentrar no cuidado do paciente.

As doenças cardiovasculares são responsáveis por um alto índice de mortalidade no país, com cerca de 400 mil óbitos anuais. A contribuição efetiva da IA na antecipação de eventos cardiovasculares é amplamente reconhecida, com pesquisas mostrando resultados significativos nesse sentido.

Um exemplo concreto vem da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), onde pesquisadores utilizaram a máquina de aprendizagem – uma ramificação da IA que emprega algoritmos – para prever os riscos de recorrência de síndrome coronariana aguda em pacientes. Esse estudo conseguiu aprimorar a identificação de indivíduos com maior probabilidade de desenvolver novos problemas cardíacos.

A taxa de recorrência de eventos cardiovasculares em um ano após o primeiro episódio é de 26%. Com o uso dos algoritmos, a precisão na previsão de novos eventos chega a 90%, auxiliando médicos e pacientes a tomarem decisões mais informadas e a reduzir as chances de ocorrências futuras.

Outro exemplo da colaboração entre a Medicina 3.0 e a cardiologia é um estudo recente que utiliza ultrassonografia convencional das artérias carótidas, aliada à inteligência artificial, para identificar precocemente alterações que podem indicar riscos de infarto, AVC ou morte súbita, mesmo em pacientes sem histórico de doenças cardiovasculares.

Essa abordagem inovadora permite uma detecção mais precisa de problemas, aumentando a taxa de acerto de 10-20% para 40%. São evidências concretas de que a Medicina 3.0 está trazendo benefícios significativos para a prática clínica, oferecendo respostas mais precisas e auxiliando na tomada de decisões terapêuticas mais eficazes, tanto na prevenção quanto no tratamento pós-diagnóstico.

Fonte: @ Veja Abril