Futebol
Arbitragem em destaque: A necessidade de mudanças para salvar o futebol
É preciso vencer com competência, mesmo diante da arbitragem e da deterioração do espetáculo esportivo.
O mundo da arbitragem no futebol brasileiro foi surpreendido por uma situação inédita no começo de fevereiro, quando a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro convidou Flamengo e Vasco para escolher quem seria o árbitro do clássico válido pela sexta rodada do campeonato estadual. Essa atitude gerou polêmica e levantou questionamentos sobre a ética e imparcialidade que devem estar presentes no processo de arbitragem esportiva.
A decisão da federação expôs o juízo dos árbitros a uma situação constrangedora, colocando em xeque a integridade e isenção do processo. É fundamental que medidas sejam tomadas para preservar a credibilidade da arbitragem no futebol, garantindo um ambiente justo e equilibrado para todas as equipes envolvidas. A transparência é essencial em qualquer procedimento relacionado à arbitragem, evitando conflitos de interesse e protegendo a imparcialidade dos árbitros.
Precariedade do Futebol Brasileiro: Relação com Arbitragem e Consequências
Poliana tentaria encarar o acontecimento como uma forma de aprimorar a interação do futebol com o apito, uma vez que quem opta não pode – ou ao menos não deveria – reclamar, mas é provável que nem ela fosse capaz de apoiar uma perspectiva tão distante da realidade. Aliás, a arbitragem é um pilar essencial do jogo, em uma dinâmica em que não cabe aos participantes tratá-la como convidada, ou, pior, como desconvidada. O cenário ideal é que seja institucionalmente independente, o que não se percebe na estrutura do esporte no Brasil, em que as federações e a confederação são responsáveis pela mediação de suas competições. A FERJ deu um considerável passo na direção errada.
Impacto das Atitudes dos Clubes na Arbitragem
No Campeonato Paulista, onde se vive o auge da era das notas preventivas, a ideia de clubes substituírem a comissão de arbitragem – ainda? – não teve adesão. Antes do clássico de quarta-feira (14) contra o São Paulo, o Santos fez chegar ao público uma comunicação oficial em que basicamente alertava que seria prejudicado pela árbitra escalada para o encontro. É interessante notar que frases do tipo
o (nome do clube) não precisa ser beneficiado…
são vistas como normais num ambiente em que se entende que o jogo dos bastidores precisa ser disputado com a mesma competência do jogo jogado. Se é mesmo o caso, o que impediria um clube, ou todos, de trabalhar nos gabinetes para ser favorecido? E como se deve analisar o que aconteceu no Morumbi, quando foi o São Paulo, derrotado por 1 x 0, quem reclamou das decisões da apitadora que o Santos não queria que estivesse em campo? Teria sido a atuação dela um produto da pressão? Não há nenhuma preocupação com a qualidade da arbitragem, apenas com o resultado do jogo.
Represálias dos Clubes e a Problematização da Arbitragem
O estadual do Rio de Janeiro também teve uma nota oficial, assinada pelo Vasco da Gama, após o empate em zero a zero com o Fluminense. Poliana sofreria com a decepção ao ler a peça, porque o clássico foi mais um premiado com arbitragem designada pelos rivais. O clube de São Januário informou que pedirá a suspensão do juiz que ele próprio escolheu. Se a noite de quarta-feira no Maracanã não levou à ruína a ideia de expor árbitros na vitrine para o cliente dizer qual é seu preferido, mostrou, pela enésima vez, que a atitude beligerante de clubes e jogadores para com a arbitragem é o que a torna cada vez mais problemática. Entra-se em campo para ganhar também do apito, sem o menor constrangimento com a deterioração do espetáculo a níveis repugnantes.
Responsabilidade da FERJ no Cenário Atual
A FERJ lavou as mãos. Para tentar disfarçar a negligência e o anacronismo, contratou uma empresa para analisar o desempenho dos árbitros em seu torneio. É a mesma à qual o Botafogo encomendou o parecer que pretendia convencer as pessoas de que o Campeonato Brasileiro do ano passado foi manipulado. Mesmo nas inovações que provocam retrocesso, o cliente tem sempre razão. Está na hora do futebol salvar a arbitragem.
Fonte: ESPN – Futebol