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Tarifa Zero: Gratuidade nos ônibus municipais em São Paulo passa a valer a partir deste domingo
A gratuidade no domingo vai valer para todos os passageiros nos 4.830 ônibus da capital. A prefeitura vai deixar de receber R$ 283 milhões.
Neste domingo, os passageiros que utilizarem os ônibus municipais na cidade de São Paulo poderão desfrutar da tarifa zero. Essa medida, proposta pelo prefeito Ricardo Nunes, tem como objetivo oferecer gratuidade no transporte público, beneficiando a população da cidade. Além disso, a tarifa zero também estará em vigor em datas comemorativas, como Natal, Ano Novo e no aniversário de São Paulo.
A proposta sem tarifa aos domingos e em datas específicas representa um alívio financeiro para os passageiros e uma forma de incentivar o uso do transporte público. A gratuidade nos ônibus municipais tem o potencial de impactar positivamente a mobilidade urbana e contribuir para a redução de tráfego nas vias da cidade. Além disso, a prefeitura terá que reajustar o orçamento para compensar os R$ 283 milhões provenientes das tarifas que deixará de arrecadar.
Proposta de Tarifa Zero em São Paulo
Em uma recente entrevista ao g1, realizada em novembro, Nunes, que está se candidatando à reeleição, havia anunciado uma proposta sem tarifa ainda neste ano.
Segundo o prefeito, não haverá necessidade de aumento da frota. Ele afirmou que ‘A própria ociosidade vai poder assimilar essa demanda‘ e enfatizou que as pessoas poderão ‘curtir e viver a cidade, ter suas ações desenvolvidas de esporte, cultura e lazer’.
Ao ser questionado sobre a duração da medida, Nunes não especificou um prazo, afirmando que a intenção é manter a gratuidade indefinidamente.
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) expressou sua discordância com a proposta de tarifa zero e declarou que a ‘tarifa congelada há muito tempo prejudica a saúde das empresas’. Recentemente, ele anunciou que a passagem de ônibus e trem custará R$ 5 a partir de 1º de janeiro de 2024.
Segundo Nunes, apenas os ônibus oferecerão gratuidade. Ele afirmou que ‘Não é necessário que Metrô e CPTM tenham a gratuidade. Os ônibus atendem 100% do nosso objetivo’.
Levi dos Santos Oliveira, presidente da SPTrans, destacou que o passageiro ainda precisará passar o bilhete no leitor das catracas para fins estatísticos. Para os usuários que não possuem bilhete, é possível usar o bilhete de bordo do cobrador. Caso não haja cobrador, o motorista liberará a entrada.
O relatório final que trata da tarifa zero foi aprovado pela Câmara Municipal de São Paulo na última quarta-feira (6).
‘A Câmara Municipal também realizou um estudo significativo para que isso possa se tornar uma realidade, é preciso um exercício financeiro. A comissão de finanças já reservou uma rubrica a respeito do projeto’, disse o vereador Fábio Riva (PSDB).
Em 1991, durante a gestão da prefeita Luiza Erundina (PT), a cidade teve uma experiência regional em Cidade Tiradentes, no extremo da Zona Leste da capital, com cinco linhas de ônibus de graça, para a circulação das pessoas dentro do bairro. A medida foi extinta em meados dos anos 2000.
Tarcísio é ‘absolutamente contra’ à proposta
O governador Tarcísio expressou sua contrariedade à proposta de tarifa zero no dia 24 de novembro.
Durante uma coletiva no Palácio dos Bandeirantes, o governador afirmou que ‘não vê viabilidade’ na proposta do prefeito de São Paulo em zerar a tarifa do Metrô e da CPTM.
Tarcísio argumentou que, para bancar a proposta, seria necessário retirar dinheiro de outras políticas públicas. Ele enfatizou sua posição, afirmando: ‘Sou contra. Absolutamente contra. Não consigo ver viabilidade em você colocar o sistema que tem 8 milhões e 300 mil passageiros com tarifa zero. Que tem estrutura de custos completamente diferentes. Alguém já apresentou de fato a conta de quanto vai ser o subsídio? É hoje esse valor. Com a catraca livre vai ser mais…’.
‘Quanto você vai subtrair de outras políticas públicas para vir com a tarifa zero? Para mim é algo que não se sustenta, não faz sentido e nós não vamos embarcar’, completou.
Subsídio recorde
Em relação ao aumento do subsídio pago pela prefeitura às empresas de ônibus da cidade em 2023, que chegou a R$ 5,3 bilhões em novembro e já é o maior da história da cidade, Nunes explicou que o montante resulta do congelamento da tarifa em R$ 4,40 desde janeiro de 2020.
Segundo o prefeito, manter o valor da passagem no atual patamar é importante para tentar atrair novos usuários para o sistema e resgatar o número de passageiros transportados antes da pandemia da Covid-19.
‘O aumento atual do subsídio é para manter a tarifa nos R$ 4,40. Sem ele, era para estar em torno de R$8,00. Nós tínhamos, em 2019, nove milhões de passageiros por dia. Hoje são apenas sete milhões. Nós estamos mantendo a tarifa congelada para poder atrair mais passageiros para o transporte coletivo e desincentivando o transporte individual. E a manutenção da tarifa baixa, faz parte desse processo’, declarou.
O gasto gestão municipal com subsídios pagos às empresas de ônibus já o maior da história da cidade, pelo terceiro ano consecutivo.
Segundo dados divulgados pela SPTrans, entre janeiro e novembro deste ano, o total aplicado pelo tesouro municipal no sistema municipal de transporte público da capital superou em cerca de 4% os R$ 5,1 bilhões gastos em todo o ano passado.
Esse valor ainda deve crescer até o fim do ano, uma vez que 2023 ainda não terminou e, no ano passado, só no mês de dezembro, a prefeitura desembolsou R$ 650 milhões para subsidiar o transporte público da cidade.
Subsídios pagos às empresas de ônibus em SP
- 2023: R$ 5,3 bilhões (até novembro)
- 2022: R$ 5,1 bilhões
- 2021: R$ 3,4 bilhões
- 2020: R$ 3,3 bilhões
- 2019: R$ 3,1 bilhões
- 2018: R$ 3,3 bilhões
- 2017: R$ 2,9 bilhões
- 2016: R$ 2,5 bilhões
Fonte: SPTrans
Fonte: G1 – SP
