CBF pode adotar padrão Conmebol para combater violência no futebol brasileiro após atentado contra Fortaleza

CBF prepara esquema de segurança reforçado para jogos do Brasileirão após atentado ao Fortaleza. Segurança do Regulamento de Competições em ação.

A CBF está considerando uma importante modificação em seu Regulamento Geral de Competições (RGC) para 2024 com o objetivo de reforçar as punições contra casos de violência no futebol brasileiro. O recente ataque à delegação do Fortaleza, envolvendo torcedores do Sport, é um ponto central nesse debate.

De acordo com informações obtidas pela ESPN, houve várias discussões nos bastidores a respeito desse assunto e ganhou força a possibilidade de a CBF adotar medidas semelhantes às implementadas em competições da CONMEBOL, como aLibertadorese aSul-Americana, transferindo a responsabilidade pela segurança para o clube mandante.

Fortaleza e as Sugestões para o RGC de 2023

No RGC de 2023, o artigo 78

afronta

a accountability por incidentes entre os dois clubes envolvidos em uma partida.

Os clubes, sejam mandantes ou visitantes, são responsáveis por qualquer conduta imprópria do seu respectivo grupo de torcedores nos termos do Código Disciplinar da FIFA e do CBJD.

A questão da responsabilidade por incidentes entre clubes em partidas está em destaque neste regulamento geral de competições.

Segurança em Partidas de Futebol – Envolvimento do Fortaleza

Já no Manual de Clubes da confederação sul-americana, a situação é um pouco diferente.

Todas as questões vinculadas à Segurança da partida serão de responsabilidade exclusiva do clube que atue como local (mandante) de acordo com as obrigações que impõe o Regulamento de Segurança e as circulares provindas da CONMEBOL

, diz o capítulo 5, artigo 11, específico sobre segurança.

O próprio Fortaleza, também segundo apurou a reportagem, foi um dos que levou essa sugestão ao presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, para que fosse considerado para o RGC.

A Busca por Mudanças no Regulamento Geral de Competições

Para as mudanças no regulamento geral e endurecimento das punições, a CBF também trata com outros atores importantes do futebol nacional, como o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva).

Acho que tem que haver mais punições de uma forma forte. O Jurídico da CBF ainda está trabalhando de uma forma firme nisso. Não só a CBF, mas aquilo que ela coloca no regulamento, ela tem que ouvir o STJD, que é quem faz cumprir as penalidades. A gente não pode colocar nada que a gente não possa cumprir

, afirmou o dirigente, em entrevista à ESPN, em Luque, no Paraguai.

A CBF tem feito todo o possível contra o crime no futebol. Temos tratado de uma forma incisiva. A CBF colocará no Regulamento Geral de Competições algumas cláusulas que serão bem contundentes com relação a este tipo de violência, assim como fizemos com relação a racismo

, seguiu.

Envolvemos todos os órgãos de segurança. A CBF assinou um convênio com o Ministério da Justiça sobre arenas seguras, para que possa ser implementado o mais rápido possível o reconhecimento facial em todos os estádios, além de outras medidas. Temos que envolver a Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal…não deve haver fronteira. Enquanto a delegação não chegar e voltar do estádio por conta deste tipo de terrorismo, tem que haver mais punições de uma forma forte

, complementou.

Atentado a Bomba no Ônibus do Fortaleza Motiva Mudanças

Um dos

estopins

para a mudança foi o atentado a bomba sofrido pelo ônibus do Fortaleza, com envolvimento de torcedores do Sport, no dia 22 de fevereiro, após confronto pela Copa do Nordeste. Na ocasião, alguns atletas ficaram feridos e precisaram ser levados a hospitais da região.

A CBF já trabalhava nos bastidores com a intenção de aumentar as punições em casos de violência, mas o assunto se tornou prioridade após a gravidade do atentado com a delegação tricolor. A expectativa é de que o Regulamento Geral de Competições seja publicado nos próximos dias.

Fonte: ESPN – Futebol