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Estudo da Fundação Getúlio Vargas: Direito Civil desponta como a principal área de atuação entre advogados no Brasil, representando 26% dos profissionais – Migalhas
Idosos preferem especialidades: área de maior atuação para idosos, maior número de preferências por gênero em escolhas de especialização, variáveis demográficas influenciam perfil regional por faixa etária, diferenças de preferência por faixa etária em área de especialização.
O campo do Direito Civil é muito atrativo para advogados no Brasil, representando a escolha de 26% dos profissionais do ramo jurídico. Em seguida, vêm Família e Sucessões (14%), Direito Trabalhista (12%) e Direito Previdenciário (11%). Esses dados, provenientes de uma pesquisa feita pela Fundação Getúlio Vargas a pedido do Conselho Federal da OAB, foram obtidos após entrevistas com 20.885 advogados em todo o território nacional.
Além do Direito Civil, é interessante observar a diversidade de áreas jurídicas em que os advogados atuam. O direito comum engloba diversas especialidades, com destaque para Família e Sucessões, Direito Trabalhista e Direito Previdenciário. A pesquisa da Fundação Getúlio Vargas oferece um panorama abrangente do cenário da advocacia no Brasil, revelando as preferências e especializações dos profissionais entrevistados.
Direito Civil: preferência de especialização por gênero e faixa etária
Quando se analisa a preferência por área segundo o gênero, o Direito Civil mantém-se como destaque, com 24% das mulheres e 28% dos homens atuando nessa área. As diferenças mais significativas por gênero são observadas em Família e Sucessões, com 18% das advogadas optando por essa especialidade, em contraste com apenas 9% dos advogados.
No âmbito do Direito Previdenciário, verifica-se uma divergência, sendo 13% das mulheres e 9% dos homens que preferem essa área, enquanto o Direito Penal registra 10% de preferência entre os homens e apenas 6% entre as mulheres. Esses dados ilustram disparidades importantes na escolha de especialização por gênero.
Na área de Família e Sucessões, 18% das advogadas se especializam, em comparação com apenas 9% dos advogados. Já em Previdenciário, 13% das mulheres optam por essa área, contra 9% dos homens. Curiosamente, o Direito Penal é mais popular entre os homens, com 10%, enquanto somente 6% das mulheres escolhem essa especialidade.
Além disso, o estudo também observa as preferências por faixa etária, indicando que advogados acima dos 60 anos tendem a preferir o Direito Civil, com 33% atuando nessa área. Entre os mais jovens, de 21 a 23 anos, o Direito Previdenciário e Penal são mais comuns, com 13% e 12%, respectivamente.
Regionalmente, também são observadas variáveis significativas. No Norte, a área de Família e Sucessões é menos escolhida, com apenas 8% dos advogados a favor, enquanto o Direito Penal alcança 11%. No Nordeste, o Direito Civil permanece como a área mais popular, mas cai para 20%, e o Direito Previdenciário aumenta para 18%, sendo essa região também a que mais menciona o Direito do Consumidor, com 11%.
O estudo, encomendado pelo Conselho da OAB e realizado pela FGV – Fundação Getúlio Vargas, destaca-se como o 1º Estudo sobre o Perfil Demográfico da Advocacia Brasileira. A pesquisa buscou identificar o perfil dos advogados brasileiros por meio do levantamento direto de dados primários e instrumento de coleta especificamente elaborado para esse fim.
Utilizando metodologia quantitativa, a pesquisa foi realizada por meio de questionários de autorresposta, on-line, preenchidos pelos respondentes por meio de link fornecido pela FGV e compartilhado no site da OAB, com possibilidade de acesso aos inscritos de todas as seccionais do país.
A amostra de 20.885 entrevistados é representativa do universo de 1.370.476 advogados inscritos na OAB, com controle de cotas para seccionais, sexo e idade, preestabelecidas com base na proporção dessas variáveis no universo de inscritos, de acordo com o CNA – Cadastro Nacional da Advocacia.
Fonte: © Migalhas