Laje de Pedra: A Eterna Revitalização da Festa

Três empresários resgatam abandono gaúcho hotel, retornam luxo de Kempinski (1978). Anteriormente, Quilombo gaúcho seduzia elite brasileira. Valor morto: R$ 52M durante crise financeira de Habitasul. Edgar Graeff concebido, Niemeyer modernista. Inaugurado, hospedou FNDD, MPB e minissérie. Antigas festejos elegantes, preservando prédio autoria Graeff, arquitetura brillante do passado.

Em algum recanto, no cume de um platô de basalto, a atmosfera se transformava em uma celebração sem fim. A 400 metros acima da planície, circulavam artistas, pensadores e a elite do país. Música, arte, entretenimento, gastronomia refinada… a Pedra Laje pulsava vida. Com vista para o Vale do Quilombo, em Canela, no sul do Brasil, o resort foi aberto ao público em 1978.

No segundo ambiente, aos arredores do local, a paisagem simplesmente hipnotizava os visitantes. As formas magníficas esculpidas pela natureza, aliadas ao ar puro e fresco, conferiam um charme único à Pedra. Os entusiastas da natureza contemplavam extasiados a beleza, imersos na tranquilidade que somente a natureza é capaz de proporcionar. Era um refúgio perfeito para quem buscava paz e renovação.

Preservando a Eternidade do Laje de Pedra

Pedra, Laje de Pedra, situado na encantadora cidade gaúcha de Canela, foi inaugurado em 1978, marcando seu lugar na alta sociedade brasileira. Ao longo dos anos, tornou-se um dos quatro mais elegantes e badalados hotéis do país, ao lado de destinos renomados como Copacabana Palace, Tropical em Manaus e Cataratas em Foz de Iguaçu. Porém, a crise financeira da Habitasul nos anos 2000 levou o Laje de Pedra à decadência.

Foi apenas em 2020 que o brilho do passado começou a ressurgir, quando o empresário José Paim, de 71 anos, se uniu a José Ernesto Marino Neto e Márcio Carvalho para adquirir o hotel em um negócio de R$ 52 milhões. Com a incorporação do grupo hoteleiro alemão Kempinski, conhecido por seu luxo e tradição, o Laje de Pedra ganhou um novo fôlego, elevando seu valor para cerca de R$ 180 milhões.

A icônica arquitetura do prédio, autoria de Edgar Graeff com inspiração nos esboços do modernista Oscar Niemeyer, foi preservada pelos novos proprietários. Este local, tão importante para a sociedade brasileira, sediou eventos memoráveis, como o Festival Nacional do Disco entre 1981 e 1983. Durante esses dias de celebração, os renomados corredores e salões do Laje de Pedra foram tomados pela música popular brasileira, com artistas como Milton Nascimento, Chico Buarque, e outros grandes nomes da MPB.

A conexão do Laje de Pedra com a cultura brasileira é evidente em momentos emblemáticos, como em 1986, quando Tom Jobim e Chico Buarque compuseram juntos a música instrumental ‘Anos Dourados’, tema da minissérie homônima. Este encontro memorável ocorreu durante o primeiro show de Tom Jobim em terras gaúchas, enquanto Chico Buarque acompanhava Marieta Severo ao festival de cinema de Gramado.

Ao preservar a história e a arquitetura única do Laje de Pedra, Paim, Marino Neto e Carvalho mantêm viva a essência deste local icônico, que um dia recebeu os líderes de diversos países sul-americanos para importantes encontros diplomáticos. O Laje de Pedra continua a brilhar como um tesouro eterno, enriquecendo não apenas a cidade de Canela, mas todo o cenário hoteleiro brasileiro.

Fonte: @ NEO FEED