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Após a trégua de quatro dias, o que se seguirá entre Israel e Hamas?
Em uma situação instável para manter-se como primeiro-ministro, Netanyahu muda suas prioridades, sugerindo que está disposto a prolongar o conflito a qualquer custo.
O líder do Hamas na Faixa de Gaza, Yahya Sinwar, já demonstrou aos israelenses que não é uma pessoa confiável para negociações e provavelmente tentará atrasar o reinício dos combates, alegando a necessidade de localizar os reféns, que segundo o grupo estão sob controle de outras facções.
Durante os 23 anos em que esteve detido em Israel, por tentativa de homicídio e sabotagem, Sinwar estudou cuidadosamente o hebraico e analisou minuciosamente o inimigo. Ele retornou a Gaza em 2011, após ser libertado na troca de mil prisioneiros pelo soldado israelense Gilad Shalid. Seis anos depois, foi eleito para liderar o território e permanece indefinidamente no cargo, demonstrando um grande conhecimento sobre Israel e uma determinação inabalável em sua posição.
A retomada dos confrontos também atrasa o andamento do processo contra o primeiro-ministro israelense, que enfrenta acusações em três processos por corrupção e abuso de poder. De acordo com o colunista Uri Misgav, do jornal “Haaretz”, ‘Se depender de Netanyahu, a guerra não terminará nunca’.
A libertação de reféns parece não ser compatível com a continuação dos conflitos. O período de quatro dias de cessar-fogo dá ao grupo Hamas tempo para se reagrupar e mais poder de barganha nas negociações para libertar os 190 reféns ainda detidos no território palestino. Como consequência, as famílias dos reféns aumentarão a pressão sobre Netanyahu.
Fonte: G1 – Mundo