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As razões por trás da demissão: Bracks revela se sentir ‘isolado institucionalmente’ e explica processos da SAF do Vasco

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Relembre o ano de 2023 do Vasco em 1 minuto Saída de Paulo Bracks marca início da reformulação do Vasco Ramón Diaz e Emiliano se olham após Bracks dizer que espera seguir no Vasco em 2024 - Todos os direitos: G1

. Dirigente revela surpresa com a demissão na temporada tensa, passa trabalho a limpo e destaca dependência de aprovação de cima.

Após sua saída do Vasco, Paulo Bracks resolveu falar abertamente sobre a sua demissão do clube. Contratado para liderar o departamento de futebol no primeiro ano de SAF, o executivo enfrentou uma temporada conturbada, com pressões devido ao desempenho insatisfatório da equipe, apesar do investimento recorde.

Em entrevista exclusiva ao ge, o dirigente expressou surpresa com a sua demissão logo após o Vasco garantir a permanência na Série A. Bracks defendeu o trabalho de sua equipe em um ano de grandes mudanças no futebol e afirmou que os processos da 777 atrapalharam em diferentes momentos. Além disso, o dirigente também mencionou as contratações do Vasco para 2024, revelando quem chega e quem vai embora.

Vasco: Tensões e Reformulações no Clube

– O problema maior não foi falta de autonomia, foi a transparência do processo, sobretudo de contratações de atletas, e a fluidez deste processo. Se tivessem sido apresentadas as regras e diretrizes desde o início do trabalho, não haveria perda de tempo. Eu sempre tive autonomia na iniciativa, mas tudo dependia de aprovação de cima – disse Bracks, que continuou:

– E uma aprovação de quem não estava aqui no dia a dia, de quem não conhecia o futebol brasileiro na sua essência. Demorava e era natural, porque era o começo de tudo. Claro que não era fácil, mas eu não iria jamais expor externamente. A cara era a minha para bater quando não havia a decisão, mas a decisão dependia de um processo, e esse processo só foi desbloqueado com meses de trabalho. E aí entrou a filosofia, que deveria ser seguida, e foi.

Vasco: Era uma Celebração

Paulo Bracks sentiu que foi ‘apagado’ do Vasco após a permanência. As fotos ao longo desta reportagem foram registradas depois do jogo contra o Bragantino, mas não estão nas redes do clube. Foram enviadas à reportagem pelo dirigente.

Assim que terminou o jogo contra o Bragantino, com a vitória que garantiu o Vasco na Série A, Paulo Bracks deu entrevista, ao lado técnico Ramón Díaz, prevendo a continuidade do trabalho em 2024. Na manhã seguinte, foi comunicado sobre sua demissão.

Vasco: Mudanças e Desafios da Temporada

Leia tudo abaixo:

ge: de noite, celebração pela permanência do Vasco. Pela manhã, a demissão. O que aconteceu?

ge: de noite, celebração pela permanência do Vasco. Pela manhã, a demissão. O que aconteceu?

Paulo Bracks: essa pergunta deveria ser respondida por quem tomou a decisão, mas… Do meu lado, o que aconteceu foi, sim, uma celebração grande de todos do clube após o apito final. Emoção grande no estádio. Primeiro no campo, depois no vestiário, principalmente dos jogadores e funcionários do futebol. Mas também de membros da diretoria da SAF, não usuais nos nossos vestiários, mas estavam lá ao lado de todos. O clima era de título.

Vasco: Relações e Mudanças de Treinadores

Me direcionaram para a coletiva junto do Ramon, onde falei de planejamento para 2024. Na manhã seguinte, a caminho do CT, onde eu teria uma reunião com os scouts, recebo a ligação. Em alguns minutos já passaram à imprensa e meu telefone não parou.

Você sai com a sensação de que fez tudo o que deu pra fazer?

Saio com a sensação que fiz até mais. Eu e minha equipe de trabalho. Incansáveis. Dedicaram ao Vasco o que não dedicam às famílias. Eu também.

Nunca trabalhei tanto para reverter uma situação e fazer dar certo. E valeu a pena. Não arrependo. O objetivo de 2022 era o acesso. O de 2023 era a permanência. O caminho do clube está pavimentado para uma subida de andar e para disputar títulos grandes. A nova era começou e está aí. Só não enxerga quem não quer ver.

Vasco: Relações e Projetos a Longo Prazo

Peguei um time de Série B. Deixei um time de G-7 da Série A. Ninguém apaga isso. Os haters podem até contar a história de uma forma diferente e pior, mas o final é um só e não podem mudar. Contratos fortes, seguros, atletas valorizados e convocados para as seleções brasileiras, ativos, clube respeitado no mercado. Tudo isso com uma torcida maravilhosa e única, que faz o impossível e que merece voltar a comemorar títulos.

Vasco: Relações Anteriores e Visão do Futuro

Como era a relação com Abel Braga? Como era a convivência? Ele sai fazendo referência de solidariedade a você. Foi isso mesmo?

Abel é um campeão, um vencedor, no futebol e na vida. Ter uma pessoa como ele ao meu lado foi um privilégio. Fomos vice-campeões brasileiros no Inter, onde ele é um ícone. O trabalho foi intenso até ele precisar se ausentar por um problema médico. A convivência era a melhor possível e ele me complementava. Tem a experiência e a parte técnica. Sabe gerir um vestiário. Me ajudou muito no CT e também ao Barbieri, que via nele uma referência na profissão.

Vasco: Relações Anteriores e Processos da SAF

A minha saída, da forma que foi, gerou uma revolta muito grande no Abel. Ele é humano. Tem coração. E que coração. E, além disso, viu o trabalho de perto, com todas suas dificuldades. Foi solidário a mim, mas solidário ao projeto, ao trabalho, ao CT.

Sua relação com o Luiz Melo, antigo CEO do Vasco, teve tensões mal explicadas. Você se posiciona muitas vezes como um cara que respeita a hierarquia, mas com o passar do tempo ficou claro que a mensagem era de que você não conseguia fazer o que queria… Afinal, qual o papel do CEO em uma SAF e como isso interfere em funções como a sua?

Não tive tensão mal explicada com ele. As tensões dele eram com a torcida e com a associação, principalmente, não comigo. Ele saiu de cena antes do final do turno e nunca mais nos falamos.

Vasco: Imagem e Meme na Comunicação

CEO, para mim, precisa controlar e comandar as atividades-meio do clube, até para que o futebol cuide do futebol, que é a atividade-fim de um clube. CEO precisa ter o domínio das áreas e ser parceiro do futebol. No Vasco tem um papel importante também, que é o diálogo permanente com a 777. O meu não era tão frequente, até pela diretriz deles. Todos os assuntos institucionais eram na linha vertical deles. Precisa ser a pessoa que destrava lá e viabiliza aqui. Um CEO presente, eficaz e que respeita o futebol ajuda demais a bola entrar.

Qual era a interferência/participação efetiva de executivos da 777 no dia a dia do Vasco?

No dia a dia, nenhuma. Estavam longe fisicamente. Meu superior veio ao Brasil duas vezes em 38 rodadas.

No CT, era 100% comigo e com a minha equipe de trabalho. Mas na tomada de decisão para o clube, ou seja, nas contratações, a palavra final era deles. Interferência, não, comando. Me sentia totalmente adaptado a eles, a recíproca era verdadeira e estávamos em um momento muito bom, porque o início foi difícil para os dois lados.

Vasco: Imagem e Continuidade do Trabalho

Eu tinha uma grande representatividade com os outros clubes também, porque me aproximei dos outros diretores, colegas. Com o tempo, as pessoas se conhecem melhor e a adaptação aprimora o resultado. Projeto de médio, longo prazo, como eles sempre ressaltaram.

Tem uma imagem que virou meme, que é você falando de 2024, ao lado do Ramón, e na hora ele troca olhares com o filho Emiliano. Foi interpretado por muitos como se ele já soubesse da sua saída. Como você viu essa situação e como era sua relação com Ramón Díaz?

Não vi esse vídeo. Mas é polêmica vazia. Fui eu que avisei ao Ramón e Emiliano da demissão, poucas horas depois, e a reação deles foi totalmente incompatível com quem sequer pudesse prever algo parecido. Não sabiam e não podiam saber, porque quem tomou a decisão sequer falava com eles. Mas é simples de resolver, se pairar dúvida. Quando estiverem com eles, se eles forem ficar, claro, basta perguntar.

Vasco: A Reconstrução e a Série A

A relação foi espetacular com Ramón, meu vizinho. Cara vencedor e com uma história incrível no futebol mundial. Com o Emiliano, que é um grande homem e um baita treinador, com a equipe toda deles, com o Diego, que é um dos melhores preparadores físicos que já tive o prazer de trabalhar. Ainda trabalharemos juntos novamente. Mundo da bola gira rápido.

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Vasco: Mercado e Tensões Financeiras

Acredita que as dívidas, atrasos nos pagamentos aos clubes, prejudicou o Vasco no mercado?

As notícias dos não pagamentos a clubes alastram rápido no mercado, mais do que o contrário. No início do ano, tivemos um trabalho árduo para resgatar a credibilidade do clube no mercado. E isso foi tratado várias vezes em reuniões com a 777. Era necessário mostrar outra credencial. O Vasco vinha de anos com dívidas e inadimplências. Pegamos o Vasco sucateado.

Não foi fácil conseguir fazer os movimentos do início do ano, mas no meio, na segunda janela, foi ainda pior, porque teve um outro fator. Aqui se somou ao desempenho desportivo, que estava péssimo naquele momento. Foi o nosso período de caos. O time no Z-4, beirando a lanterna e as notícias de não pagamento.

Vasco: Planejamento e Contratações

Olha, o que fizemos no mercado da segunda janela foi um verdadeiro milagre. Um milagre. Nesse cenário, conseguir contratar atletas do nível de um Medel, de um Paulinho, de um Vegetti, de um Payet. Nunca vou esquecer os dias vividos nessa janela, o esforço e dedicação de toda a minha equipe de scouts, que trabalharam comigo sem parar, e a recompensa com os negócios fechados. Valeu a pena. Montamos um time de nível alto.

Vasco: Mudanças e Permanência de Treinadores

E com Barbieri, como foi a relação? Vocês mantém contato? Porque ele ficou tanto tempo mesmo com o Vasco em crise? Acha que ele deveria ter saído antes?

Ele foi escolhido pela 777, em um processo rigoroso de análise dos nomes aptos no final de 2022. E eu chancelei, junto do Abel, porque o conhecia, já tínhamos trabalhado juntos, e acompanhei muito os três anos de Red Bull. Tudo o que a empresa queria no nosso início de trabalho, era com ele que executaríamos. É um profissional muito competente e um ser humano incrível. Começamos o ano bem, a reformulação foi muito grande. Trocamos um elenco inteiro.

Vasco: Mentalidade e Mudanças na Direção

Qual é o clube brasileiro com mais trocas de treinadores no século? O Vasco. Qual a razão? Culpa dos técnicos ou das gestões? Fizemos só uma troca esse ano, contrariando a cultura do próprio Vasco. Seguramos até quando se tornou insustentável a continuidade. E a troca foi eficaz não só pela qualidade indiscutível do Ramón e do Emiliano, mas por outros fatores, como as trocas de atletas e a manutenção da gestão que já estava sendo feita. Ele me mandou uma mensagem parabenizando pelo objetivo alcançado, via todos os jogos e torcia por nós.

Vasco: Planejamento e Estratégia Temporada Tensa

Qual é o clube brasileiro com mais trocas de treinadores no século? O Vasco. Qual a razão? Culpa dos técnicos ou das gestões? Fizemos só uma troca esse ano, contrariando a cultura do próprio Vasco. Seguramos até quando se tornou insustentável a continuidade. E a troca (…)
forte e corrigir todos os erros do início, convivia com a inoperância de algumas atividades-meio do clube, como comunicação, comercial, operações, marketing. E não era a minha pasta.

CEO, para mim, precisa controlar e comandar as atividades-meio do clube, até para que o futebol cuide do futebol, que é a atividade-fim de um clube. CEO precisa ter o domínio das áreas e ser parceiro do futebol. No Vasco tem um papel importante também, que é o diálogo permanente com a 777. O meu não era tão frequente, até pela diretriz deles. Todos os assuntos institucionais eram na linha vertical deles. Precisa ser a pessoa que destrava lá e viabiliza aqui. Um CEO presente, eficaz e que respeita o futebol ajuda demais a bola entrar.

Vasco: Perspectivas e Consolidação da Nova Administração

Tem uma imagem que virou meme, que é você falando de 2024, ao lado do Ramón, e na hora ele troca olhares com o filho Emiliano. Foi interpretado por muitos como se ele já soubesse da sua saída. Como você viu essa situação e como era sua relação com Ramón Díaz?

Não vi esse vídeo. Mas é polêmica vazia. Fui eu que avisei ao Ramón e Emiliano da demissão, poucas horas depois, e a reação deles foi totalmente incompatível com quem sequer pudesse prever algo parecido. Não sabiam e não podiam saber, porque quem tomou a decisão sequer falava com eles. Mas é simples de resolver, se pairar dúvida. Quando estiverem com (…)
futuro. Foi o nosso período de caos. O time no Z-4, beirando a lanterna e as notícias de não pagamento.

Olha, o que fizemos no mercado da segunda janela foi um verdadeiro milagre. Um milagre. Nesse cenário, conseguir contratar atletas do nível de um Medel, de um Paulinho, de um Vegetti, de um Payet. Nunca vou esquecer os dias vividos nessa janela, o esforço e dedicação de toda a minha equipe de scouts, que trabalharam comigo sem parar, e a recompensa com os negócios fechados. Valeu a pena. Montamos um time de nível alto.

Vasco: Planejamento e Continuidade

Este valor hoje é umas três, quatro vezes mais suficiente do que ano passado.

Terceiro, não foi dinheiro no ralo. Os atletas comprados estão aí no clube, e te afirmo que a maioria vale muito mais do que foi pago na compra. Léo Jardim, Léo, Lucas Piton valem absurdamente mais do que quando chegaram, sem entrar em outros nomes. Os ativos estão no clube e darão retorno financeiro. É lógico. Quarto e último, investimos R$ 100 milhões, (…)
vitória contra o Fluminense, vice-campeão mundial, veio no Brasileiro. Vencemos os três rivais esse ano. Perdemos a semifinal para um clube de projeto consolidado. E não fizemos jogos ruins.

Vasco

Fonte: G1 – Esportes

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