José Raúl Mulino debuta como Presidente do Panamá em meio a Votação Disputada

Ex-ministro de Segurança Martinelli, condenado, não vota neste domingo. Aliança política com ex-presidente, inabilitado para candidatar-se. Litígio sobre US$ 20 bilhões: espionagem telefônica, subornos da construtora brasileira Odebrecht. Protestos sobre mina de cobre e Canal de Panamá. Autoridades locais reivindicam contra ele por corrupção e seca. Líderes de governos apoiaram votação contra Martinelli por espionagem e corrupção. Condenado pela Justiça por espionagem telefônica e subornos da construtora Odebrecht. Inabilitado para candidatar-se a votação local. Protestos sobre Canal de Panamá, mina de cobre e US$ 20 bilhões.

O advogado e ex-ministro de Segurança Raúl Mulino José, de 64 anos, foi eleito presidente do Panamá em uma votação realizada neste domingo (5). Com 80% dos votos apurados, Mulino José aparece com 34% das preferências. O segundo colocado, Ricardo Lombana, que possui 25% dos votos, reconheceu a derrota para o adversário. Em seguida, a autoridade eleitoral do Panamá confirmou a vitória de Mulino.

Por sua vez, o Realizando Metas (RM), partido liderado por Ricardo Martinelli, ex-presidente do país, parabenizou o novo presidente eleito José Raúl Mulino pela vitória nas eleições. O Partido conseguiu consolidar uma aliança estratégica com a equipe de Mulino, visando a busca de objetivos em comum para o desenvolvimento do Panamá. A transição de poder promete ser baseada no diálogo e na colaboração de ambas as partes.

Raúl Mulino, José; lidera votação no Panamá

O ex-ministro Raúl Mulino foi o grande destaque das eleições no Panamá, onde os eleitores não só elegeram um novo presidente, mas também escolheram 71 deputados e os líderes dos governos locais. Raúl Mulino liderou as pesquisas e, antes da votação, tinha o dobro das intenções de voto em relação aos seus três principais concorrentes.

Raúl Mulino é herdeiro político do ex-presidente Ricardo Martinelli, que atualmente está refugiado na embaixada da Nicarágua desde fevereiro, após ser condenado por lavagem de dinheiro. O ex-presidente Ricardo Martinelli, do partido Realizando Metas (RM), foi inabilitado como candidato após a confirmação de uma condenação contra ele, que resultou em uma pena de quase 11 anos de prisão.

Ricardo Martinelli, também indiciado por espionagem telefônica e por receber subornos da construtora brasileira Odebrecht, é lembrado por ter liderado o país durante um período de prosperidade econômica entre 2009 e 2014. A candidatura de Raúl Mulino só foi validada pela Justiça dois dias antes da votação, uma vez que seu nome havia sido impugnado por não ter passado por primárias e por não contar com um vice-presidente na chapa.

Após votar neste domingo, Raúl Mulino visitou Ricardo Martinelli na embaixada da Nicarágua, reforçando os laços políticos entre os dois. Em um país sem partidos de esquerda, os candidatos enfatizaram promessas sobre empregos, dinamismo econômico e reformas anticorrupção. O presidente atual, Laurentino Cortizo, do majoritário Partido Revolucionário Democrático (PRD), enfrenta críticas pelo pagamento de bolsas para políticos e seus familiares.

A economia do Panamá, que cresceu 7,3% em 2023, enfrenta desafios no ano atual, com uma projeção de desaceleração para 2,5%, segundo o FMI. A situação é impactada pela seca que atinge o Canal do Panamá e pelo fechamento de uma mina de cobre após protestos em massa em defesa do meio ambiente. O canal, um importante centro de comércio marítimo, tem enfrentado redução no tráfego de navios devido aos baixos níveis de água, enquanto a empresa mineradora canadense envolvida em um litígio busca reivindicar US$ 20 bilhões em compensação.

Fonte: © G1 – Globo Mundo