Futebol
O encontro decisivo de Benzema com Mourinho: ‘Quer que eu faça gols?
Bezema defende Al Ittihad no jogo contra o Sepahan, com transmissão pela ESPN no Star+.
Enquanto estava como assistente técnico do **Real Madrid**, José Morais relembra vividamente o dia em que foi convidado por José Mourinho para participar de uma reunião particular com o jovem atacante francês, **Karim Benzema**.
O jogador, que havia sido contratado como uma grande promessa do **Lyon**, encontrava dificuldades para se destacar no time merengue e frequentemente ficava na reserva do argentino Higuaín, que não estava em sua melhor fase. No entanto, com o passar do tempo, Benzema mostrou seu valor e se tornou peça fundamental no esquema tático do Real Madrid.
A nova perspectiva de Benzema
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Benzema era um atleta muito apreciado tanto pela torcida quanto pelo presidente Florentino Pérez, mas não estava conseguindo muitos gols
, relatou Morais, ao ESPN.com.br.
Mourinho queria expressar um pedido simples para o futuro ídolo. Por falar francês, o auxiliar serviu como intérprete na inusitada conversa, que ele descreve a seguir.
Você tem que fazer gols, né?
, disse o treinador.
O jogador olhou atentamente para Mourinho e perguntou:
O Mister quer que eu faça gols?
.
Claro que eu quero que você faça gols. Está aqui para quê? Para fazer gols, é um ponta de lança
, argumentou o técnico.
Benzema respondeu:
Então, ok. Se quer que faça gols, vou fazer
.
José Morais conta que após a breve conversa, o francês mudou completamente dentro de campo.
Ele era um craque, mas não tinha bem a consciência do que se pedia. A missão dele era apenas fazer gols. Ele estava ali para jogar, mas fazer gols era algo secundário. Ele tem muita qualidade no toque de bola, na simplicidade como dribla e na visão de jogo. Ele criava as situações e depois entregava a bola para outros marcarem os gols
.
Depois desse momento, ele tomou consciência do que o treinador queria. E foi assim que começou, com essa simplicidade
, contou.
Busto polêmico e confronto no campo
Além do reencontro entre José Morais e seus antigos colegas do Real, a partida guarda uma história polêmica. No duelo de ida, que deveria ter sido realizado em outubro deste ano no Irã, o Al Ittihad se recusou a jogar por causa de um busto do general iraniano Qasem Soleimani, considerado um mártir pelo governo local e inimigo da Arábia Saudita. Ele foi morto em janeiro de 2020, em Bagdá, no Iraque, após um bombardeio ordenado pelos Estados Unidos.
As relações entre os iranianos e os sauditas têm problemas há muitos anos. Até pouco tempo atrás, os jogos entre os países eram realizados em campos neutros.
O estádio tinha sido aprovado pela Federação Asiática de Futebol em uma vistoria. O busto está na saída do túnel do vestiário há muitos anos e ninguém disse nada. Na véspera do jogo eles treinaram e no dia do jogo nem se uniformizaram. Eles não queriam jogar. Eles foram embora do estádio antes do horário que o comissário cancelou o jogo. Por questões políticas, dizem que o jogo não se realizou. O futebol é para unir os países, para se competir de forma saudável
, lamentou.
Depois disso, foi decretada a vitória por 3 a 0 do Al Ittihad pela organização do torneio. Além disso, a equipe foi punida com um multa de 200 mil de euros e está impedida de fazer os três próximos jogos da competição no estádio. As partidas serão realizadas em Teerã, que fica cerca de 500km de Isfahan.
Apesar do incidente diplomático, o treinador acredita que não terá problemas para o duelo na casa do adversário.
Foi uma situação que não nos parece justa, mas precisamos dar o nosso melhor e enfrentar isso
.
Carreira: de Angola a treinador renomado
Nascido em Angola, José Morais fez carreira como jogador em Portugal antes de trabalhar nas categorias de base do Benfica e ser treinador da equipe B dos Encarnados. Além disso, foi assistente no time principal do técnico alemão Jupp Heynckes e de José Mourinho, no começo dos anos 2000.
Depois, treinou equipes na Tunísia, Arábia Saudita, Portugal, até voltar a trabalhar como auxiliar técnico de Mourinho – no lugar de André Villas-Boas – na Inter de Milão, em 2009. Ele seguiu o português por Real Madrid e Chelsea.
Em 2014, retomou a carreira para comandar Antalyaspor, AEK, Barnsley, Karpaty e Jeonbuk Motors, da Coreia do Sul. Ele chegou a ter o nome oferecido ao Vasco em 2020, mas o clube carioca acertou com Sá Pinto.
Depois disso, treinou o Al Hilal antes de chegar ao Sepahan na temporada 2022/2023.
Sou procurado no mercado asiático por ter conseguido títulos em clubes da região por ter passado por grandes times da Europa. Não conhecia bem o Irã, mas foi uma proposta interessante do ponto de vista esportivo
.
Nós competimos contra as duas principais forças do pais: Esteghlal e Persepolis. Nós temos o apoio de uma das maiores fábricas de aço do mundo. Estamos crescendo e ficamos a um ponto de sermos campeões no ano passado. A tendência é melhorarmos porque a nossa equipe está mais forte. É interessante jogar a Champions League da Ásia
.
Fonte: ESPN – Futebol