Suzano mira adquirir a International Paper por US$ 15 bilhões: a criação de uma gigante revoluciona o mercado, mas desagrada investidores – Análise.

Se concretizada, a compra da International Paper criaria uma empresa internacional com receita superior a US$ 27 bilhões, aumentando volume de vendas, produção de celulose, papel e embalagens em fábricas de vários países. Negociações avançam, superando barreiras, com valor de mercado combinado, EV/Ebitda e Ebitda combinados em questão. Oferta e acordo em andamento.

Em janeiro de 2022, durante um evento, Walter Schalka, CEO da Suzano, mencionou que a companhia estava começando a considerar com mais atenção sua aquisição internacional. Pouco tempo depois, foi divulgado que o executivo seria substituído em julho por João Alberto Fernandez de Abreu, que, até então, ocupava o cargo de CEO da Rumo. A gigante brasileira de papel e celulose pode estar se preparando para uma mudança de liderança em breve.

Além disso, especula-se que a Suzano esteja avaliando a possibilidade de comprar empresas do setor para expandir sua presença global. A estratégia de crescimento por aquisições pode ser uma das formas de consolidar a posição da empresa no mercado internacional. A busca por novas oportunidades de aquisição pode marcar um novo capítulo na história da Suzano sob a gestão de João Alberto Fernandez de Abreu.

Planos de Internacionalização: Suzano em Negociação para Adquirir a International Paper

Os planos internacionais da Suzano parecem estar firmes em seu roteiro, como indicado por uma reportagem divulgada pela agência Reuters em 6 de maio. Segundo a agência, a Suzano teria feito uma oferta substancial para adquirir a International Paper, chegando a quase US$ 15 bilhões, em uma proposta verbal apresentada ao Conselho de Administração da empresa americana. A oferta, feita em dinheiro, estipula o pagamento de US$ 42 por ação da International Paper.

O mercado está apreensivo com a possibilidade de a Suzano oferecer um valor maior do que o divulgado inicialmente. Um gestor investido na ação SUZB3 expressa suas críticas à demora da empresa em divulgar informações relevantes sobre essa possível transação. Enquanto isso, a agência Reuters destaca que há uma tendência em rejeitar a oferta da Suzano.

A provável recusa estaria relacionada, em parte, ao fato de a Suzano condicionar o acordo à suspensão da aquisição da britânica DS Smith, já anunciada em abril pela International Paper, por US$ 7,2 bilhões. Caso as barreiras sejam superadas, a transação acontecerá quatro anos após a venda das operações da International Paper no Brasil para a Klabin, por R$ 330 milhões.

Além de marcar a entrada da Suzano no segmento de embalagens e papelão ondulado, essa união resultaria em uma grande empresa do ramo de papel, celulose e embalagens. Considerando os balanços de 2023, a receita combinada atingiria mais de US$ 27 bilhões, com um volume de vendas total de 27,1 milhões de toneladas em embalagens.

Segundo dados da Levante Insider Corp, a nova empresa teria um Ebitda projetado entre R$ 30 bilhões (US$ 5,9 bilhões) e R$ 40 bilhões (US$ 7,9 bilhões), com uma negociação em curso com um EV/Ebitda de 6 vezes. Levando em conta as avaliações atuais, o valor de mercado combinado ultrapassaria os US$ 26 bilhões.

Em termos de produção, o grupo agregaria 34 fábricas de celulose, papel e embalagens, sendo que a International Paper ampliaria significativamente esse número ao adicionar 28 unidades à conta, somando-se a 200 unidades de conversão de caixas de papelão e 18 de reciclagem. A International Paper atua em mais de 10 países e atende a uma carteira de clientes superior a 21 mil.

Atualmente, a Suzano possui representação em alguns países e está presente nos Estados Unidos, Suíça, Argentina e Áustria. Os analistas do BTG demonstram ceticismo e preocupação com essa possível aquisição em um relatório preliminar aos clientes. Em meio a especulações, a reação inicial do mercado foi dividida: as ações da Suzano na B3 encerraram em queda de 12,27%, enquanto os papéis da International Paper em Nova York fecharam com alta de 5,20%.

Fonte: @ NEO FEED