Vini Jr. enfrenta o racismo no Real Madrid e manda um recado aos racistas: ‘Vou seguir brilhando para que vejam minha cara

Vinicius Jr. fala sobre racismo na Espanha e seleção brasileira após coletiva nesta segunda-feira (25).

Em entrevista coletiva da seleção brasileira nesta segunda-feira (25), o atacante Vini Jr. foi questionado diversas vezes sobre os terríveis episódios de racismo que sofreu no futebol espanhol e se emocionou muito.

O jogador reforçou a importância de combater o racismo no esporte e na sociedade, destacando que é preciso mais do que palavras para mudar essa realidade. Vini Jr. também ressaltou a necessidade de apoio e solidariedade de todos para enfrentar esse problema tão grave.

Perguntado se em algum momento pensou em deixar o Real Madrid para não ter mais que lidar com isso, o brasileiro negou e deu um

recado

aos racistas. Mesmo diante das dificuldades, Vinicius Jr. afirmou que está focado em sua carreira e seguirá lutando contra o racismo, mostrando toda sua força e determinação.

Vinicius Junior: Determinação na luta contra o racismo no futebol

Eu jamais cogitei sair daqui (do Real Madrid e da LALIGA), pois, ao fazê-lo, estaria entregando aos racistas o que eles desejam

, afirmou Vini.

Continuarei aqui batalhando, atuando no melhor clube do mundo, conquistando títulos, marcando muitos gols para que as pessoas tenham de encarar cada vez mais meu rosto, pois continuo evoluindo para realizar estas coisas: jogar futebol e proporcionar alegria à minha gente, espalhando felicidade para os torcedores nos estádios

, prosseguiu.

Os racistas são sempre uma minoria. Frequento todos os estádios e isso não ocorre com frequência. Um jogador audacioso, que joga no Real Madrid, que conquista muitos títulos, é muito desafiador, mas continuarei firme e determinado, pois o presidente me apoia, o clube me apoia para que eu possa seguir aqui e conquistar muitas coisas

, complementou.

Vinicius também mencionou que a Espanha em si não é um país racista, mas ressaltou que há uma grande quantidade de torcedores que preferem fazer insultos raciais nos estádios de futebol.

Tenho certeza de que a Espanha não é um país racista, mas há muitos racistas aqui também, e muitos deles estão nos estádios. E isso precisa mudar, pois talvez as pessoas não compreendam verdadeiramente o que é racismo. Isso é muito desafiador, pois, com apenas 23 anos, tenho de educar muitos espanhóis sobre o que realmente é o racismo, que isso realmente me afeta e entristece muito a minha família em casa

, lamentou.

Como o (ex-meio-campista) Julio Baptista disse em uma entrevista recente, antes havia menos (racismo na Espanha), eu também acreditava, mas, no meu caso, desde que denunciei o racismo nos estádios pela primeira vez, as coisas só pioraram, pois, como eles não são punidos, ganham mais poder, pois sabem que podem fazer tudo

, acrescentou.

Eles sabem que todas as palavras que dizem sobre a cor da minha pele podem me afetar dentro de campo. É isso que tentam fazer para que eu jogue mal. Há outras coisas que podem dizer e eu não terei problema com nenhuma delas. Só quero jogar, estar bem e poder ir a todos os campos da Espanha tendo a tranquilidade de que não serão julgados pela cor da minha pele

, finalizou.

Com Vini Jr. como titular, o Brasil enfrenta a Espanha nesta terça-feira (26), em amistoso no Santiago Bernabéu, em Madri.

Próximos jogos da Seleção Brasileira

• Espanha (F) – 26/03, 17h (de Brasília) – Amistoso

• México (F) – 08/06, a definir – Amistoso

• Estados Unidos (F) – 12/06, 20h (de Brasília) – Amistoso

Fonte: ESPN – Futebol