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Meio Ambiente

Acasalamento extremo: O Antechinus australiano e suas particularidades na reprodução.

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Vale tudo pela reprodução: os antechinus machos sacrificam boas horas de sono — Foto: Erika Zaidpicture alliance/dpa/Cell Press Como a recente descoberta de um clima árido na Bahia pode impactar o restante do Brasil - Todos os direitos: G1

Durante a época de acasalamento, macho competem por fêmeas, sacrificando sono. Alguns morrem e sua carne alimenta os filhotes e a fêmea.

Descansar é essencial para os animais. A falta de sono pode acarretar em sérios problemas de saúde, confusão mental e até mesmo a morte – não à toa a privação de sono é utilizada como forma de tortura. No entanto, parece que um animal originário da Oceania troca o sono pelo acasalamento.

Os cientistas observaram que os machos pertencentes ao gênero antechinus, um marsupial encontrado nas florestas costeiras da Austrália, durante o período de acasalamento ‘ficam obcecados pelo sexo’ e deixam de lado a necessidade de dormir para se dedicarem à atividade reprodutiva.

Descoberta surpreendente sobre o comportamento do antechinus

Um estudo recente publicado na revista científica Current Biology trouxe à tona uma descoberta biológica surpreendente, que provavelmente está relacionada com a seleção natural. Este novo achado é o primeiro a documentar a restrição de sono em um mamífero terrestre, o que levanta questões fascinantes sobre a razão por trás desse fenômeno.

Em seres humanos e em outros animais, restringir a quantidade normal de sono leva a um desempenho inferior quando está acordado, e o efeito piora noite após noite. No entanto, os antechinus fazem exatamente isso: dormem três horas a menos por noite, todas as noites, durante três semanas. Essa é uma descoberta intrigante que nos leva a questionar se dormir menos realmente traz alguma vantagem para esses animais durante o acasalamento.

Restrição de sono durante o acasalamento

No estudo pioneiro, os pesquisadores utilizaram acelerometria para rastrear os movimentos de cerca de 450 marsupiais do gênero antechinus, bem como medições eletrofisiológicas e metabólicas para quantificar o quanto esses animais dormiam. Os resultados sugerem que a restrição de sono pode estar relacionada com a necessidade intensa de reprodução, levando os animais a aceitarem a inconveniência de ficarem acordados para aumentar suas chances nesse contexto.

Segundo especialistas, reduzir o sono pode ser uma forma de adaptação quando a necessidade de reprodução é extrema.

Consequências do comportamento reprodutivo do antechinus

Os antechinus são únicos em vários aspectos. Os machos só se reproduzem uma vez durante toda a sua breve vida de menos de um ano, enquanto as fêmeas têm mais oportunidades reprodutivas, podendo viver até dois anos. Durante a época de acasalamento, os machos competem agressivamente por fêmeas, chegando a se reproduzir por até 14 horas com diferentes parceiras. No entanto, todo esse esforço tem consequências, incluindo lesões na pele, perda de pêlo e diminuição do desempenho após o acasalamento.

Alguns machos morrem logo após o curto e intenso período de acasalamento, e seus restos mortais são utilizados como fonte de alimento pelos filhotes e pelas fêmeas.

Adaptação ou resistência ao sono?

O estudo não esclarece exatamente o que causa a morte de alguns machos após a temporada de reprodução, mas sugere que a perda de sono pode não ser o único fator. A cada dez machos, apenas dois morrem logo após o acasalamento, e esses não eram os que dormiram menos.

Os cientistas também estão interessados em entender como os antechinus lidam com a perda de sono, que chega a um nível que faria com que os humanos agissem como se estivessem intoxicados ou drogados. Estudos futuros poderão esclarecer se esses animais são mais resistentes ao sono do que os humanos ou se continuam a agir instintivamente mesmo nessas condições extremas.

Fonte: G1 – Meio Ambiente

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