Meio Ambiente
Aumenta a preocupação: encalhe de 14 golfinhos mortos no litoral do ES em dois meses
Especialistas do Instituto Orca acompanham encalhes no litoral do Espírito Santo. Redes de pesca podem estar relacionadas. PMP/ES atua de fevereiro a março.
Nos últimos meses, ocorreram diversos casos de golfinhos encalhados no litoral do Espírito Santo. Números do Instituto Orca apontam que 15 golfinhos foram encontrados encalhados, sendo que 14 deles estavam sem vida e apenas um foi resgatado com vida. Esse é um cenário preocupante que demanda atenção e ação para entender as causas desse fenômeno e buscar soluções para evitar a ocorrência de mais encalhes.
O último caso registrado foi de um Boto Cinza, da espécie Sotalia Guianensis, encontrado morto na sexta-feira (29) em uma praia de Aracruz, no Norte do Espírito Santo. É fundamental que as autoridades intensifiquem o monitoramento dos animais marinhos na região e investiguem as possíveis causas desses encalhes, visando evitar mais mortes e preservar a vida marinha.
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Equipe do Instituto Orca monitora encalhes de golfinhos no litoral do Espírito Santo
Durante o mês de fevereiro e março, o Instituto Orca, responsável pelo monitoramento de animais marinhos no litoral do Espírito Santo, constatou um aumento significativo de golfinhos encalhados. Um dos casos mais recentes foi na Praia de Ubu, em Anchieta, onde, no dia 29 de fevereiro, um golfinho de dentes rugosos (Steno bredanensis) foi encontrado com vida e prontamente devolvido ao mar pelos pesquisadores.
João Marcelo Nogueira, diretor de projetos do Instituto Orca, explicou que apesar do número expressivo de casos, é preciso levar em consideração o aumento da quantidade de famílias de golfinhos no litoral capixaba, o que faz com que a quantidade de encalhes não seja considerada anormal.
‘Vemos o aumento de interação e aparecimento de golfinhos no nosso litoral. E estamos falando de animais que conflitam muito com redes de pesca, sofrem com encalhes e acabam tendo problemas de saúde comuns da interação, como casos de infecção e pneumonia’, destacou Nogueira.
O diretor de projetos mencionou ainda que um estudo está sendo realizado para mapear as causas de encalhes e morte dos golfinhos, e esse estudo tem previsão de ser concluído até 2024.
No caso de se deparar com um golfinho ou outro animal marinho no litoral do Espírito Santo, a orientação é acionar o Projeto de Monitoramento de Praias (PMP/ES), gratuitamente, pelo telefone 0800-039-5005.
João Marcelo destacou a importância desse projeto, afirmando que ‘todos os mamíferos com algum tipo de necessidade quando encalhados são atendidos pelo Projeto de Monitoramento de Praias (PMP) e depois encaminhados pelo Instituto Orca, onde passam por avaliação, estabilização, reabilitação e, quando vem a óbito, a necropsia para descobrir a causa morte’.
Preocupação com a mortalidade dos golfinhos e animais marinhos
A mortalidade dos animais marinhos, especialmente golfinhos, preocupa ambientalistas e pesquisadores. Além dos problemas relacionados à interação com redes de pesca, os encalhes frequentes e as mortes por causas ainda desconhecidas são motivo de alerta. Nesse contexto, o Projeto de Monitoramento de Praias (PMP/ES) e o Instituto Orca atuam de forma coordenada para investigar e atender casos de encalhes e óbitos de animais marinhos no litoral do Espírito Santo.
Com o aumento da interação e aparecimento de golfinhos no litoral capixaba, a pesquisa para mapear melhor as causas de encalhes e morte é fundamental para entender os impactos ambientais e para a preservação desses animais tão importantes para o ecossistema marinho.
Diante desse cenário, o Instituto Orca reforça a importância do acionamento do Projeto de Monitoramento de Praias (PMP/ES) em caso de avistamento de golfinhos ou outros animais marinhos no litoral do Espírito Santo, garantindo atendimento especializado e a devida avaliação para auxiliar na preservação dessas espécies.
Fonte: G1 – Meio Ambiente
