Vacina revolucionária contra o câncer intensifica defesa do corpo contra tumor cerebral

Ensaio clínico pequeno sobre glioblastoma: resultados publicados em “Cell” apresentam nanopartículas lipídicas como complexo de entrega de Fase 1 em ensaio clínico pediátrico, gerando resposta imunológica quente. (146 caracteres)

Um breve estudo clínico revelou que uma vacina contra câncer de mRNA (RNA mensageiro), criada na Universidade da Flórida, nos Estados Unidos, estimulou a reação do sistema imunológico para combater o glioblastoma, a variante mais agressiva e fatal de tumor cerebral, com resultados promissores.

Além disso, a pesquisa demonstrou que a vacina anticâncer desenvolvida na Universidade da Flórida, nos Estados Unidos, apresenta potencial para revolucionar o tratamento do glioblastoma, destacando-se como uma esperança para pacientes com esse tipo de tumor intracraniano.

Estudo sobre Vacina Contra Câncer Publicado na Revista Científica Cell

Os resultados do estudo sobre a vacina contra câncer foram divulgados na renomada revista científica Cell em 1º de maio. O ensaio clínico pequeno envolveu quatro pacientes adultos e trouxe à tona descobertas significativas, corroborando pesquisas anteriores realizadas com 10 pacientes caninos afetados por tumores cerebrais naturais, além de estudos em ratos.

A próxima etapa consistirá em um ensaio clínico pediátrico de Fase 1, focado no tratamento do câncer no cérebro. A vacina anticâncer utilizada neste estudo inovador emprega tecnologia de mRNA e nanopartículas lipídicas, semelhante às vacinas desenvolvidas para combater a Covid-19.

O diferencial dessa vacina contra tumor é a sua abordagem personalizada, utilizando células tumorais do próprio paciente para criar uma vacina sob medida e um complexo mecanismo de entrega. O Dr. Elias Sayour, oncologista pediátrico da UF Health e autor principal do estudo, descreve a técnica como a injeção de aglomerados de partículas que se assemelham a cebolas, proporcionando uma ativação mais profunda do sistema imunológico em comparação com partículas isoladas.

Uma das descobertas mais notáveis do estudo foi a rápida e robusta resposta imunológica desencadeada pela vacina. Em menos de 48 horas após a administração intravenosa, os tumores passaram de um estado ‘frio’ para uma resposta ‘quente’, com uma atividade imunológica intensa e eficaz.

Avanços no Tratamento do Glioblastoma e Ensaios Clínicos

O glioblastoma, um tipo agressivo de tumor do sistema nervoso central, é conhecido por sua alta letalidade e invasividade. Com uma sobrevida média de aproximadamente 15 meses, o tratamento convencional envolve cirurgia, radioterapia e quimioterapia.

O estudo recente integra uma série de pesquisas realizadas ao longo dos últimos sete anos, incluindo ensaios pré-clínicos em roedores e um ensaio clínico com 10 cães de estimação diagnosticados com câncer cerebral terminal. Este segundo ensaio foi conduzido com a aprovação dos tutores dos animais e em colaboração com a Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade da Flórida.

A Dra. Sheila Carrera-Justiz, neurologista veterinária da instituição, destaca a relevância dos cães como modelos para estudos de tumores cerebrais, dada a ocorrência espontânea dessas condições nessa espécie. A pesquisa demonstrou a eficácia da vacina contra câncer em induzir uma resposta imunológica vigorosa, abrindo caminho para avanços promissores no tratamento do glioblastoma e outras formas de câncer cerebral.

Fonte: © CNN Brasil