Ambev (ABEV3) e o impacto das ‘canetas do emagrecimento’ na visão de gestora – Seu Dinheiro

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As canetas do emagrecimento têm se destacado no mercado farmacêutico, como é o caso do Ozempic, que tem impulsionado as ações das farmacêuticas. Com um aumento na procura por medicamentos antiobesidade, a tendência é que a indústria de canetas emagrecedoras continue crescendo nos próximos anos.

Além disso, o impacto das canetas do emagrecimento também pode ser observado no mercado de medicamentos antiobesidade, o que apresenta oportunidades de investimento para empresas como a Ambev (ABEV3). A demanda por soluções de emagrecimento e saúde tem impulsionado o setor e promete influenciar o mercado de forma significativa.

Impacto das ‘Canetas do Emagrecimento’ na Economia Brasileira

Um estudo da Ace Capital, que é uma gestora responsável por um patrimônio superior a R$ 3 bilhões, realizou um mapeamento sobre os possíveis efeitos em diversos setores da economia do Brasil — e os setores de bebidas e alimentos podem ser alguns dos principais abalados no futuro.

Mudanças nos Hábitos de Consumo e nas Indústrias do Brasil

A expectativa da gestora é que o sucesso dos medicamentos antiobesidade resulte em mudanças de hábitos de consumo importantes, gerando riscos e oportunidades para as empresas brasileiras. De acordo com a gestora, é necessário que as empresas considerem os riscos relacionados aos medicamentos antiobesidade para suas atividades e decisões de investimento.

O setor de varejo de vestuário, por outro lado, pode ser beneficiado pelo sucesso das ‘canetas do emagrecimento’.

Impacto nas Empresas Brasileiras

A redução do consumo calórico da população pode não ser tão relevante, mas a busca por certos tipos de alimentos e bebidas pode ser mais afetada do que outros. A Ambev, por exemplo, deve ser uma das maiores empresas da B3 afetadas negativamente pelo uso crescente de ‘canetas do emagrecimento’.

Segundo a gestora, estudos mostraram que o uso de medicamentos antiobesidade pode levar à redução do consumo de álcool, especialmente de bebidas como cerveja em detrimento a outros produtos alcoólicos. Além disso, a indústria de bares e restaurantes deve ser impactada pelos novos hábitos de consumo — o que inclui companhias como a Zamp, dona do Burger King no Brasil, e IMC, que administra as redes de fast-food KFC, Frango Assado e Pizza Hut.

Uma pesquisa da Blundell aponta para a redução entre 24% e 35% no consumo total de calorias em indivíduos que fazem uso de semaglutida, a depender da quantidade do medicamento, e esse consumo menor se concentra em alimentos gordurosos ou muito calóricos, comumente adquiridos fora de casa.

Além da Ambev, as empresas do varejo de alimentos, como Pão de Açúcar, Grupo Mateus, Carrefour e Assaí, e a produtora de alimentos M.Dias Branco também podem enfrentar uma queda no consumo de alimentos ultraprocessados — o que implicaria na necessidade de migrar a área de atuação para a fabricação de produtos mais saudáveis.

O CEO da Nestlé, Mark Schneider, afirmou que a companhia já está desenvolvendo uma série de produtos complementares para abordar o risco da desnutrição e a perda de massa muscular durante o uso do medicamento e evitar ou limitar o ganho de peso após o tratamento.

Oportunidades no Setor de Vestuário e Farmácias

Enquanto as empresas ligadas a alimentos e bebidas, como a Ambev, devem sofrer um efeito negativo do aumento do uso de medicamentos como o Ozempic, a Ace Capital projeta que as companhias de moda podem brilhar nesse cenário. A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) projeta que pacientes que perdem entre 15% e 20% do peso corporal tenham propensão a comprar novas peças de roupas, o que beneficia varejistas de moda voltadas para classes de renda superiores.

Além do varejo de roupas, as farmácias podem se beneficiar do aumento de tráfego nas lojas e dos custos elevados dos medicamentos para obesidade, que atualmente são totalmente bancados pelos pacientes. Segundo a gestora, as drogarias mais expostas positivamente são a RaiaDrogasil, Panvel e Pague Menos.

Fonte: © Seu Dinheiro