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Caminhos da Reportagem: 40 Anos de Luta pelas Diretas Já no Brasil
Domingo, TV Brasil: “Nova República” discute maiores manifestações, política e consolidação, com atletas e autogestão. Lenta e segura redeemocratização contra inflação. Corinthiana, “Formas de Expressar Posição” (Política), SNI Serviço Nacional de Informações. Lucélia Santos, entre termos: abertura, nova república, município, técnica, comissão, vestindo cor, diretas.
O especial Caminhos da Reportagem, apresentado pela TV Brasil no domingo (28), às 22h, comemora quatro décadas de uma das maiores mobilizações cívicas já ocorridas no Brasil: as Diretas Já!. Neste episódio exclusivo, são compartilhadas narrativas de indivíduos conhecidos e desconhecidos, durante o período de transição política, e suas ponderações acerca da consolidação da Nova República.
No segundo bloco, o programa mergulha na importância da luta por eleições diretas para presidente da República e como isso influenciou o cenário político da época. As discussões atuais demonstram que o debate sobre a democratização do país permanece relevante até os dias de hoje, sensibilizando as novas gerações a se engajarem na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Diretas: A Luta pela Democracia em 1984
O ano de 1984 testemunhou as maiores manifestações populares no Brasil desde o período pré-AI-5. As ruas ferviam de energia e protestos, clamando por Diretas Já! e a volta das eleições diretas para presidente da República. Em abril, o ápice da campanha foi marcado por comícios marcantes na Candelária, no Rio de Janeiro, e no Anhangabaú, em São Paulo.
A abertura política, iniciada no governo Geisel e continuada por Figueiredo, permitiu um consenso nacional sobre a necessidade de uma nova república. No entanto, a transição para um regime democrático ainda parecia distante e incerta. A inflação descontrolada, que atingia 160% ao ano, corroía a economia e minava a confiança na estabilidade do país.
O movimento pelas Diretas ganhou impulso em diferentes regiões do Brasil. Em Abreu e Lima, um recém-emancipado município pernambucano, vereadores como Reginaldo Silva e Severino Farias deram voz ao clamor popular. Mesmo diante do medo da repressão, a coragem e a vontade de mudança impulsionavam a luta pela redemocratização.
As manifestações foram além dos políticos, unindo artistas, intelectuais e atletas em prol das Diretas. O movimento Democracia Corinthiana, liderado por jogadores do Corinthians como Walter Casagrande Jr, tornou-se um símbolo de resistência e engajamento político. Vestindo a cor amarela em apoio às Diretas, os jogadores encontraram formas criativas de expressar suas posições.
Outra figura que se destacou no apoio às Diretas foi a atriz Lucélia Santos. Reconhecida por seu papel em novelas e pelo serviço de informação que a monitorava, Lucélia foi uma voz ativa na luta pela redemocratização. A mistura de atores, esportistas e anônimos nas manifestações mostrava a diversidade e a força do movimento Diretas Já.
A Marcha pelo Direito de Votar em 1984
Em 1984, o Brasil testemunhou um marco na sua história política com as maiores manifestações populares desde o período pré-AI-5. A campanha Diretas Já! mobilizou milhares de brasileiros em defesa da volta das eleições diretas para presidente da República. O desejo por uma democracia plena era evidente nas ruas e nos corações dos cidadãos.
A abertura política, embora lenta e gradual, estava em curso desde o governo Geisel, passando por Figueiredo. No entanto, a consolidação de uma nova república democrática enfrentava desafios, especialmente diante de uma inflação galopante que minava a estabilidade econômica conquistada no ‘milagre econômico’ dos anos 70.
As primeiras vozes pedindo eleições diretas ecoaram em Abreu e Lima, um município recém-emancipado em Pernambuco. Mesmo diante do medo da repressão, lideranças locais como Reginaldo Silva e Severino Farias levantaram a bandeira da mudança. O movimento ganhou força, atraindo aliados de diversos setores da sociedade.
Além dos políticos, artistas, intelectuais e atletas se uniram em apoio às Diretas. O exemplo da Democracia Corinthiana, liderada por jogadores como Walter Casagrande Jr, mostrou novas formas de expressar posições políticas dentro e fora dos gramados. O amarelo das Diretas se tornou um símbolo de esperança e resistência.
Outra voz importante no movimento foi a atriz Lucélia Santos, que, apesar da vigilância do Serviço Nacional de Informações (SNI), não hesitou em se posicionar a favor da redemocratização. A participação de figuras públicas como Lucélia acrescentou diversidade e visibilidade à causa das Diretas, mostrando que a luta pelo direito de votar era de todos.
Fonte: @ Agencia Brasil