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Conheça os rebeldes houthis do Iêmen e sua promessa de atacar navios rumo a Israel no Mar Vermelho
Rebeldes houthis financiados pelo Irã atacam navios mercantes no Mar Vermelho.
Os houthis, grupo rebelde que controla grande parte do território do Iêmen, ameaçaram atacar todos os navios que seguirem pelo mar Vermelho em direção a Israel.
Em outubro, os houthis iniciaram uma operação de retaliação contra alvos israelenses na Faixa de Gaza, disparando mísseis e drones. Desde então, eles também atacaram navios mercantes com foguetes e drones, incluindo o sequestro de um navio de carga ligado a Israel no Mar Vermelho.
Como os houthis atacaram alvos israelenses?
Depois do início da operação de retaliação israelense na Faixa de Gaza em outubro, os rebeldes houthis dispararam diversos mísseis e drones em direção a Israel. Os Estados Unidos declararam que suas forças navios de guerra no Mar Vermelho interceptaram alguns deles, enquanto outros caíram no mar ou em território egípcio.
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Israel nega a captura do navio por rebeldes houthis
Em novembro de 2023, um navio de carga israelense supostamente foi capturado por rebeldes houthis no Mar Vermelho. No entanto, Israel nega veementemente que o navio seja de origem israelense, afirmando que não havia tripulantes do país a bordo. Relatos não confirmados sugerem que o navio pertencia a um armador israelense, mas a questão ainda é controversa.
Após o dia 3 de dezembro, os houthis lançaram uma série de ataques contra navios mercantes no mar Vermelho, usando drones e mísseis balísticos. As investidas partiram da costa do Iêmen, onde os rebeldes controlam a região. Em resposta, navios de guerra dos EUA, Reino Unido e França interceptaram muitos desses projéteis, mas diversos navios foram atingidos, como o navio de carga israelense.
Ameaça aos navios mercantes: ação internacional é necessária
Diversas companhias, incluindo a Mediterranean Shipping Company, CMA CGM, Maersk, Hapag-Lloyd e a BP, desviaram suas rotas para evitar o Mar Vermelho. A preocupação com a segurança das embarcações na região é evidente e parece ser necessária uma força-tarefa naval internacional para garantir a proteção da navegação comercial contra futuros ataques dos houthis.
Quem são os rebeldes houthis e qual é seu papel?
Os rebeldes houthis, conhecidos oficialmente como Ansar Allah, são um grupo armado iemenita da minoria muçulmana xiita do país, os zaiditas. Eles surgiram nos anos 1990, inicialmente se opondo à corrupção do então presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh (1942-2017). Posteriormente, alcançaram influência política e militar ao assumir o controle de grandes partes do Iêmen, incluindo a capital do país, Sanaa.
Os houthis seguem uma linha de resistência liderada pelo Irã, com afirmações de luta contra os inimigos da nação islâmica, incluindo Israel e Estados Unidos. Em virtude disso, a Arábia Saudita e outros países árabes intervêm ativamente no conflito, com apoio internacional para conter a crescente influência dos houthis na região.
Rebeldes houthis: influência, apoio e controle
Os rebeldes houthis ocuparam importantes regiões do Iêmen, ganhando influência política e militar. Eles desempenham um papel significativo em conflitos no Golfo Pérsico e Mar Vermelho, impactando diretamente as rotas marítimas, a economia e a segurança de países da região.
Após alianças e confrontos políticos com autoridades iemenitas, os houthis hoje controlam áreas estratégicas no norte do país, inclusive o litoral do Mar Vermelho, de onde lançaram ataques contra navios mercantes. Esse controle territorial e as ações beligerantes são fatores cruciais nas negociações de paz na região. O envolvimento do Irã e do grupo armado xiita no Líbano, o Hezbollah, tem sido amplamente debatido, com denúncias de fornecimento de armas e investimentos em treinamento militar.
Instabilidade regional: desdobramentos andam de mãos dadas
Tendo em vista a proximidade do conflito no Iêmen com rotas marítimas vitais e instalações petroleiras, a região enfrenta um contexto de instabilidade geopolítica. A operação de retaliação israelense apresenta um panorama mais amplo, envolvendo potências regionais e internacionais focadas na manutenção da estabilidade no Oriente Médio.
O embargo das Nações Unidas é uma tentativa de controlar a escalada do conflito, bem como as preocupações com o aumento dos ataques lançados por forças dos houthis nas e ao redor do Golfo Pérsico. Nesse contexto, uma força-tarefa naval torna-se um imperativo para proteger interesses econômicos, segurança e a navegação comercial na região.
Em suma, a influência dos houthis, seus aliados e a resposta internacional desempenham um papel crucial na configuração do cenário político e econômico no Oriente Médio, com reverberações em várias partes do mundo. As complexidades da geopolítica na região têm impactos profundos e duradouros, demandando ações coordenadas e estratégicas para mitigar conflitos e garantir a estabilidade e segurança regional.
Fonte: G1 – Mundo