Desigualdade Educacional: Pesquisa aponta disparidades na infraestrutura escolar de acordo com a maioria étnica dos alunos.

Estudo mapeou 12.376 escolas predominantemente brancas e 21.992 escolas predominantemente negras na educação básica brasileira, utilizando indicador socioeconômico criado.

Recentemente, foi divulgado um estudo que evidenciou a desigualdade educacional no Brasil. De acordo com os dados do Censo Escolar de 2021 analisados pelo Observatório da Branquitude, escolas onde a maioria dos estudantes é negra apresentam uma infraestrutura inferior em comparação com as unidades escolares urbanas. Nesse sentido, a disparidade de recursos escolares torna-se ainda mais evidente, impactando diretamente a qualidade da educação oferecida.

A disparidade de oportunidades educacionais é um reflexo da injustiça na distribuição de infraestrutura educacional, o que perpetua a falta de equidade no sistema de ensino. Diante desse cenário, é fundamental promover a consciência e ações que visem mitigar essas discrepâncias, garantindo a todos os estudantes acesso a uma educação de qualidade. A transformação desse quadro exige um esforço coletivo e contínuo em prol da justiça educacional.

Desigualdade educacional: um reflexo da disparidade de oportunidades educacionais

A desigualdade educacional revela-se claramente na discrepância de recursos escolares disponíveis nas instituições de ensino. Bibliotecas, laboratórios, e quadras de esportes são elementos cruciais, mas nem todas as escolas têm acesso igualitário a essas estruturas essenciais. A injustiça na distribuição de infraestrutura afeta diretamente a qualidade da educação proporcionada aos alunos.

Uma pesquisa recente destacou que 69% das escolas de educação básica com melhor infraestrutura no Brasil têm uma predominância de alunos brancos. Por outro lado, mais da metade das escolas com maioria de alunos negros enfrentam carência de recursos, faltando-lhes bibliotecas, laboratórios de informática e quadras de esportes. Essa disparidade de oportunidades educacionais contribui significativamente para a perpetuação da desigualdade.

A desigualdade educacional não se restringe apenas às questões de recursos e infraestrutura, ela também apresenta nuances geográficas. Nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, é mais comum encontrar escolas com maioria branca e melhores indicadores econômicos. Por outro lado, as escolas com predominância de alunos negros e índices econômicos mais baixos concentram-se principalmente nas regiões Sudeste – com exceção de São Paulo -, Norte (Amazonas, Pará e Amapá) e Nordeste (Maranhão).

Além disso, a pesquisa classificou as escolas conforme as faixas socioeconômicas 3 e 4 do Inse, um indicador socioeconômico desenvolvido pelo Ministério da Educação (MEC). Esse índice, que varia de 1 a 7, revela que as escolas classificadas como nível 1 do Inse estão majoritariamente localizadas em áreas rurais, especialmente nos estados do Amazonas, Pará e Maranhão, com menos de 70% delas tendo acesso a água potável. Por outro lado, as 32 unidades escolares classificadas no nível 7, com maioria branca, estão predominantemente em áreas urbanas e todas contam com acesso a água potável.

A análise desses dados demonstra a urgência de abordar e combater a desigualdade educacional de forma abrangente, considerando não apenas a distribuição de recursos, mas também os fatores geográficos e socioeconômicos que impactam diretamente a qualidade da educação básica brasileira. É essencial promover políticas e ações que visem a equidade e a justiça na educação, garantindo a todos os estudantes oportunidades iguais de desenvolvimento e aprendizado.

Fonte: © CNN Brasil