Explorando as pesquisas de avaliação do governo: um mergulho na opinião pública

Semana passada, série revelou pior momento económico, com reversão, tendência negativa, fôlego, números negativos e empate. Técnico sugere metodologia para retomada.

Indícios surgem no cenário do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de que a baixa na aprovação do presidente, observada no começo de 2024, começou a se reverter em abril e maio. Diversas pesquisas de opinião pública divulgadas nesta semana identificaram, cada uma com abordagens e momentos específicos, essa mudança de rumo.

É interessante observar como as pesquisas refletem a percepção da sociedade em relação ao governo, demonstrando a importância da opinião pública na política. A análise desses dados revela nuances e tendências que moldam os rumos das decisões governamentais e a relação do presidente com a sociedade. As pesquisas são ferramentas valiosas para compreender o cenário político e o termômetro da opinião pública.

Pesquisas mostram retomada da imagem do presidente

A incerteza recai sobre a intensidade e a extensão desta retomada de fôlego na imagem do presidente. O levantamento mais recente, realizado pela Atlas e divulgado nesta terça-feira (7), surge horas após a pesquisa CNT/MDA ter sido publicada. Na véspera, a Febraban/Ipespe também apresentou dados sobre a percepção dos brasileiros em relação ao governo Lula.

No cenário atual, Lula é aprovado por 50,8% da população, segundo a Atlas, enquanto 45% o desaprovam. A avaliação positiva do governo Lula sofreu uma queda de 5 pontos entre janeiro e maio, conforme a pesquisa CNT/MDA. Já a pesquisa da Atlas indica que o governo Lula é considerado ótimo ou bom por 42,9% dos entrevistados, enquanto 40,9% o classificam como ruim ou péssimo.

Como interpretar corretamente tantos dados disponíveis? O sociólogo e cientista político Antonio Lavareda propõe uma abordagem interessante: focar na pergunta inicial realizada pelos institutos de pesquisa aos entrevistados, que geralmente é se aprovam ou desaprovam o governo. Essa pergunta dicotômica permite extrair um saldo, positivo ou negativo, a partir da diferença entre os que aprovam e os que desaprovam.

No entanto, a precisão desse cálculo pode ser questionada quando se considera a avaliação por uma escala que vai de ótimo/bom a ruim/péssimo. Com essas três pesquisas em mãos, a compilação feita por Lavareda já engloba 43 levantamentos realizados desde o início do mandato de Lula.

Dentre esses levantamentos, apenas um apresentou um saldo numericamente negativo, de acordo com o Paraná Pesquisas, realizado entre 18 e 22 de março. Em contrapartida, pelo menos sete pesquisas apontaram para um empate técnico, indicando que, embora a aprovação seja maior que a desaprovação, estão dentro da margem de erro, impossibilitando uma afirmação estatística definitiva.

Sobram, então, mais de 30 levantamentos nos quais o saldo é significativamente positivo para o governo. Em resumo, esses resultados revelam momentos em que os institutos identificaram, estatisticamente, uma maior aprovação do que desaprovação em relação ao governo de Lula.

A análise dos dados nos conduz a uma reflexão sobre a tendência das opiniões públicas. Como mencionou Lavareda, é fundamental considerar que as pesquisas são um retrato do momento e que é necessário olhar para um panorama mais amplo ao se tratar da opinião pública sobre determinado assunto.

Neste sentido, a metodologia proposta por Lavareda, que sugere acompanhar a trajetória dos saldos ao longo do tempo através de diferentes institutos de pesquisa, revela-se eficaz. A alternância de períodos mais distantes entre levantamentos de um mesmo instituto pode ocultar nuances importantes, como exemplificado pelo intervalo entre os levantamentos do CNT/MDA, que não contemplou o mês de março.

A análise da Atlas, que realizou pesquisas em janeiro, março e maio, evidencia uma queda nos primeiros meses do ano seguida por uma retomada em abril até o momento. Essa oscilação é claramente percebida, com o saldo passando de 9 pontos para 1 e, atualmente, situando-se em 6.

Ao explorar os dados compilados por Lavareda, surgem três informações cruciais para a compreensão das variações nas tendências e para vislumbrar para onde apontam as opiniões públicas:

– O aumento da desaprovação foi mais acentuado do que a redução da aprovação entre janeiro de 2023 e maio de 2024;
– A desaprovação se mantém consistente nos levantamentos recentes, indicando uma possível reversão na tendência;
– A variação nos saldos dos levantamentos destaca a importância de analisar os dados de forma minuciosa para compreender as nuances da opinião pública.

Fonte: @ CNN Brasil