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Mercado argentino surpreende Javier Milei com choque de realidade após ‘lua de mel’ financeira.
Títulos em baixa, peso enfraquecido, cautela com novos leilões de dívida do governo.
As flutuações nos mercados argentinos continuam a gerar incerteza para investidores e para a economia do país. Após o presidente Javier Milei vencer as eleições, houve um rápido crescimento, mas agora os preços de títulos estão em queda e o peso se enfraquece novamente, o que deixa o mercado financeiro na Argentina em alerta.
A influência das flutuações nos mercados argentinos é um desafio para o governo, que precisa conter a inflação, reconstruir as reservas do país e resgatar um programa de US$ 44 bilhões com o Fundo Monetário Internacional (FMI). A economia argentina enfrenta um período de cautela e desafios, com investidores atentos aos novos leilões de dívida do governo e as medidas que serão tomadas para estabilizar a situação.
Repercussão no Mercado Argentino
Sem maioria no Congresso, o novo presidente argentino também enfrenta resistência ao seu projeto de reforma ‘Ómnibus’, que visa privatizar entidades estatais e aumentar os impostos. Um decreto que desregulamenta a economia também enfrentou obstáculos legais (leia mais abaixo).
‘A realidade está batendo na cara dele’, disse à Reuters o analista financeiro local Marcelo Rojas. ‘Suas intenções são boas, mas isso não é suficiente e é isso que estamos começando a ver.’
Os preços dos títulos soberanos do país começaram a cair após o presidente Javier Milei vencer as eleições, dispararam após a presidente Milei vencer as eleições, um índice de risco do país atingiu o nível mais alto após a vitória de Milei em meados de novembro, e um título destinado aos importadores não conseguiu encontrar compradores após a vitória de Milei em meados de novembro.
Enquanto isso, a diferença entre a taxa de câmbio oficial do peso-dólar e as taxas paralelas — usadas por muitos para contornar os rígidos controles de capital — está aumentando novamente depois que uma grande desvalorização em dezembro a reduziu significativamente.
‘O governo está começando a enfrentar seus primeiros obstáculos. Sua falta de força política está agora mais evidente: o bônus para os importadores não conseguiu decolar e a diferença cambial aumentou novamente mais cedo do que o esperado’, disse a corretora Cohen em uma nota.
Ela acrescentou que o decreto de Milei e o projeto de reforma não parecem promissores, a menos que o presidente esteja disposto a fazer concessões.
No entanto, o banco central acumulou quase US$ 4 bilhões em reservas de moeda estrangeira desde que Milei assumiu o cargo, e o índice de ações local S&P Merval continua em forte alta, com a empresa petrolífera estatal YPF sendo impulsionada por conversas sobre privatização.
Mercado Argentino e a Influência de Suas Flutuações nos Mercados Financeiros na Argentina
Enquanto isso, todos os olhos estão voltados para a economia, com a expectativa de que a inflação tenha chegado a quase 30% em dezembro e ultrapassado 200% no ano passado. Dois quintos da população já está na pobreza.
O país, um importante exportador de grãos, também está correndo para reviver seu enorme acordo com o FMI, com negociações em Buenos Aires na última semana com o objetivo de desbloquear a sétima revisão do programa e cerca de US$ 3,3 bilhões em recursos.
O economista Aldo Abram, da Fundação Libertad y Progreso, disse que as perspectivas do mercado dependem muito do sucesso ou fracasso de Milei em suas reformas.
‘O lado ruim é que, como está acontecendo agora, todas as notícias que possam desacelerar o progresso do governo criarão uma queda ainda maior na demanda por pesos, colocando-nos mais perto da hiperinflação’, disse Abram.
‘Por outro lado, tudo o que levar à confirmação da mudança de rumo incentivará a preferência por ativos locais, afastando-nos da crise.’
Expectativa de Mudanças no Mercado Argentino
O novo presidente da Argentina anunciou em 20 de dezembro o Decreto de Necessidade e Urgência (DNU), medida para reformar ou revogar mais de 350 normas.
Entre outros pontos, o decreto desregulamentou o serviço de internet via satélite e a medicina privada, flexibilizou o mercado de trabalho e revogou uma série de leis nacionais.
As mudanças incluem também a conversão de diversas empresas estatais em sociedades anônimas, facilitando o processo de privatização dessas instituições.
A medida foi alvo de questionamentos. Na última quinta-feira (4), a Justiça do Trabalho da Argentina concedeu medida cautelar para suspender a reforma trabalhista — dentro do pacote — anunciada por Milei.
Um dia antes, o Judiciário já tinha suspendido a reforma com uma primeira medida cautelar. As duas decisões foram tomadas pelos mesmos juízes, mas elas se originaram de ações distintas, cada uma protocolada por uma central sindical diferente.
A decisão mais recente determina que é preciso dar uma ordem liminar até que haja uma decisão definitiva do caso porque há um grande risco de conflito social e a possibilidade de violência.
Entre as medidas anunciadas por Milei, estão:
… e assim por diante.
Fonte: G1 – Mundo