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Por que a diminuição da população da China pelo 2º ano seguido traz preocupações com o declínio populacional
A queda na taxa de natalidade foi esperada, considerando a classe urbana em expansão e o impacto da pandemia, registrada pelo segundo ano consecutivo.
A situação da população da China está cada vez mais preocupante, já que diminuiu pelo segundo ano consecutivo, levantando questões sobre o futuro do país.
Segundo dados divulgados, a população do país chegou a 1,409 bilhão no final de 2023, representando uma redução de 2,08 milhões em comparação com o ano anterior. A queda populacional é o dobro do registrado no ano anterior, quando foi marcada a primeira queda em 60 anos.
No entanto, especialistas já esperavam essa queda, considerando a classe urbana em expansão e a baixa recorde na taxa de natalidade do país. Este declínio na população é um reflexo das mudanças significativas que estão ocorrendo na China.
Pequim: Queda Populacional
Pequim revelou hoje que a população registrou uma redução, com a taxa de natalidade caindo para 6,39 por cada 1.000 habitantes, níveis semelhantes aos de países do Leste Asiático, como Japão e Coreia do Sul.
Custo de vida
A queda populacional na China é um fenômeno que vem se manifestando há décadas. A impopular política do filho único foi implantada nos anos 80, quando o país enfrentava superpopulação. A queda populacional levou o governo a suspender essa política em 2015, buscando reverter a situação e estimular o aumento da população. Incentivos, subsídios e pagamentos foram criados para encorajar a constituição familiar, mas não surtiram o efeito desejado.
Flexibilizando o limite para a formação de famílias, em 2021, a China passou a permitir a constituição de até três filhos. Contudo, as políticas foram ineficazes em conter a queda populacional.
Classe urbana em expansão
A juventude moderna das cidades é categórica ao afirmar que fatores como custo de vida e prioridades profissionais acabam dissuadindo-os da ideia de constituir famílias. A situação econômica do país, que inclui o impacto da pandemia nos últimos anos, tem desencorajado a população. Ainda com todas as medidas tomadas pelo governo para encorajar o aumento populacional, a juventude enxerga muitos obstáculos para a formação de famílias.
A situação do custo de vida se mostra como um dos principais entraves para a queda da taxa de natalidade, segundo avaliam especialistas. Internautas também apontam o custo de vida como um dos principais fatores por trás da tendência.
Especialistas avaliam que o impacto da pandemia foi um fator determinante para o declínio acentuado na taxa de natalidade nos últimos anos. Além disso, as questões econômicas são apontadas como um fator relevante para a queda populacional.
Política populacional
As recentes informações confirmaram as dificuldades econômicas enfrentadas pela China, com a crise econômica atingindo o país e refletindo diretamente nas condições da população. Os dados apontam para uma das taxas de crescimento econômico mais lentas em três décadas. O desemprego entre os jovens também está em patamares recordes, o que deverá acarretar em grande pressão nos sistemas de saúde e de previdência. Mesmo assim, especialistas acreditam que o país tem tempo e recursos para administrar essa transição em sua força de trabalho. A Índia ultrapassou a China como o país mais populoso e hoje se configura com uma população de 1,42 bilhão de pessoas.
Fonte: G1 – Mundo