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Tecnologia

A onda das demissões ao vivo nas redes sociais: o perigo da demissão gravada para o TikTok

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demitir, dispensa, despedida
A perigosa moda de funcionários gravarem demissão para postar no TikTok — Foto: Getty Images via BBC Vídeos de 'trollagem' com funcionários novos no trabalho viralizam nas redes sociais Empresa pode exigir algo da aparência, higiene ou estilo dos funcionários? - Todos os direitos: G1

A transformação de uma demissão em conteúdo de rede social pode trazer consequências profissionais de longo prazo, alertam especialistas.

Um vídeo viral nas redes sociais mostra a executiva de contas Brittany Pietsch sendo dispensada do emprego em uma chamada de vídeo. O vídeo, publicado no TikTok, mostra a reação exaltada de Pietsch ao ser informada de sua demissão por dois representantes desconhecidos da empresa em que ela trabalhava.

Pietsch, profissional de tecnologia, foi demitida do cargo na empresa de TI americana Cloudflare por não atender às expectativas de desempenho. O vídeo, que alcançou milhões de visualizações, mostra a surpresa de Pietsch ao ser informada de sua despedida inesperada.

Como lidar com uma demissão?

Durante a conversa, ela defende seu trabalho, detalhando o feedback positivo que recebeu, e tenta saber dos representantes da empresa quais são os motivos específicos que a levaram a ser cortada (mas os funcionários do outro lado da linha se recusaram a informar esses motivos).

Vídeos similares estão ganhando força no TikTok e no X (antigo Twitter), enquanto as demissões em massa continuam a causar impactos em vários setores em todo o mundo.

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Em mais uma mudança do cenário atual do trabalho, muitos profissionais são demitidos em chamadas de vídeo nas suas próprias casas – uma situação desoladora para os profissionais jovens, especialmente se estiverem sendo demitidos pela primeira vez.

Alguns observadores podem considerar os vídeos de demissão transparentes e empoderadores, especialmente quando conseguem se identificar com essa experiência. E a seção de comentários também pode ser um lugar para oferecer conselhos profissionais sobre como superar uma demissão.

No caso de Pietsch, ela gravou e divulgou a demissão ‘para poder compartilhar o que aconteceu com a família e os amigos’, segundo declarou ao The Wall Street Journal, em 16 de janeiro.

Mas especialistas alertam que transformar uma demissão em conteúdo de rede social, por melhores que sejam as intenções, pode trazer consequências profissionais de longo prazo.

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O conteúdo traz solidariedade

A hashtag #layoffs (demissões) no TikTok já atraiu mais de 366 milhões de visualizações.

Esse pico de interesse é totalmente esperado. Afinal, as demissões em massa no setor de tecnologia em 2023 invadiram o ano novo.

Google, Amazon e outras gigantes da tecnologia reduziram seus quadros de funcionários de 1° de janeiro para cá. E demissões em empresas de comunicação continuam a atingir milhares de pessoas.

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Para os profissionais da geração Z (os que nasceram entre 1995 e 2010) que estão no centro da tendência das demissões ao vivo, os vídeos podem ser interpretados como extensões do conteúdo sobre sua vida cotidiana, publicado na forma de vídeos Get Ready With Me (GRWM – ‘apronte-se comigo’, em tradução livre). Nesta seção do TikTok, os criadores de conteúdo apresentam suas rotinas diárias aos seus seguidores.

Os criadores ganham exposição oferecendo ao público a oportunidade de observar sua vida diária. E, seguindo esse padrão, a demissão do emprego pode ser algo perfeitamente normal para ser compartilhado nas redes sociais.

As demissões simplesmente podem gerar bom conteúdo, perfeitamente alinhado aos formatos de formação de tendências e temas relativos ao zeitgeist (o espírito da época).

Para os espectadores, os vídeos oferecem uma forma de se sentirem menos sozinhos em um novo mundo do trabalho, com demissões ocorrendo frequentemente em chamadas de vídeo de 10 minutos no home office do funcionário, em vez da privacidade de uma sala de conferências sem janelas.

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O vídeo de Pietsch gerou comentários de apoio e empatia.

‘Sinto muito por ouvir isso’, escreve um espectador. ‘Fui demitido depois de sete anos de lealdade a uma empresa na qual trabalhei. Aquilo literalmente me matou.’

Outra pessoa escreve: ‘As empresas não se importam com você, então também podemos constranger essas pessoas’.

À parte do seu valor como entretenimento, esse tipo de conteúdo também reflete o panorama profissional de momento, depois da mudança de poder favorável aos funcionários, especialmente em meados do ano passado.

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Ao lado dos movimentos trabalhistas, como o ‘verão de greves’ de 2023 (um período de atividade sindical generalizada com grande repercussão nos EUA e no Reino Unido, com os trabalhadores conseguindo acordos em níveis recorde), os vídeos de demissão ao vivo questionam o padrão segundo o qual os empregadores sempre detêm o poder.

Video post demissão: uma abordagem arriscada

Os vídeos pós demissão estão ganhando popularidade, mas com grandes riscos. Além da demissão em si, os jovens que decidem postar vídeos mostrando o momento da saída do emprego estão se expondo de forma vulnerável. Ainda assim, muitos estão decidindo mostrar ao mundo sua experiência.

A ira dos criadores de vídeos de demissões pode ser justificada, mas analistas aconselham os jovens profissionais a reconsiderar sua abordagem. Eles chegam a criticar esses profissionais como sendo ingênuos e precipitados.

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No X, a comentarista conservadora Candace Owens chamou Pietsch de ‘jovem e estúpida’ depois que seu vídeo viralizou.

‘Agora, qualquer empresa que pesquisar Brittany Pietsch no Google irá encontrar esse vídeo da gravação secreta da empresa em que ela trabalhava, expondo-os por fazerem seu trabalho. Inacreditavelmente inconsequente’, escreveu ela.

Outro comentarista criticou Pietsch e a Cloudflare, considerando que ambos agiram mal. Para ele, ‘ser demitido é difícil, mas é importante enfrentar a situação com dignidade. Demitir alguém também é difícil e exige compaixão e respeito. Total desastre de ambas as partes, neste caso.’

Mas antes de tomar a decisão de postar esse tipo de conteúdo, é importante relembrar os contratos de confidencialidade que muitas empresas fazem seus ex-funcionários assinarem ao serem demitidos.

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‘Embora esses vídeos possam oferecer apoio e solidariedade, eles também têm o potencial de prejudicar as perspectivas profissionais futuras daquela pessoa. As grandes empresas de tecnologia, por exemplo, formam um mundo pequeno no topo [das companhias] e, se um desses vídeos viralizar, é mais do que provável que um recrutador, um gerente de contratações ou um entrevistador tenha visto.’

As empresas podem pensar duas vezes antes de contratar um candidato que poderá ‘expor publicamente o trabalho interno da companhia’, afirma ela.

Este, de certa forma, é um caso de assertividade extrema nas redes sociais, que pode fazer o gerente parar para pensar antes de contratar um funcionário. E, em alguns casos, esses vídeos podem até colocar seus criadores em dificuldades.

Antes de seguir o impulso de postar, Sharghi recomenda que os indivíduos demitidos verifiquem seus acordos de rescisão. Eles podem conter cláusulas de não depreciação ou limitações à discussão das suas experiências na empresa.

Nos Estados Unidos, a Junta Nacional de Relações Trabalhistas determinou em 2023 que as cláusulas de não depreciação em acordos de rescisão profissional são ilegais. Mas existem exceções a esta regra, como divulgar segredos da companhia ou prestar declarações falsas e mal-intencionadas.

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‘Divulgar publicamente detalhes sobre o processo de demissão, especialmente se retratarem a empresa de forma negativa, pode representar uma quebra dessas cláusulas’, adverte Sharghi.

Este é um conselho valioso que cada pessoa deve levar em consideração quando se depara com a decisão de compartilhar sua demissão nas redes sociais.

Veja também:

Fonte: G1 – Tecnologia

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