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Meio Ambiente

Os incríveis rituais de enterro de crias mortas por elefantes asiáticos observados pela 1ª vez por cientistas

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elefantes indianos, mammals do Sri Lanka
Estima-se que atualmente haja cerca de 26 mil elefantes asiáticos vivendo de forma selvagem na natureza — Foto: Getty Images/BBC É a primeira vez que se registra elefantes cobrindo os corpos de seus filhotes mortos com terra — Foto: West Bengal Forest Department/BBC Os elefantes aproveitam os canais de drenagem abertos por agricultores para enterrar seus filhotes — Foto: West Bengal Forest Department/BBC - Todos os direitos: G1

Cientistas indianos registram enterros metódicos de crias de elefantes em locais isolados, demonstrando comportamento compassivo e prestativo.

Os seres humanos não são os únicos que têm rituais para lidar com a morte. Alguns animais também apresentam comportamentos particulares quando um deles morre, como os elefantes asiáticos.

🐘 Um exemplo são os elefantes indianos, uma subespécie dos elefantes asiáticos, que foram observados realizando rituais de luto e cuidado com os corpos de outros membros da manada.

De acordo com pesquisas, os elefantes asiáticos também são conhecidos por carregar durante dias os corpos de suas crias mortas, em um comportamento que demonstra o luto e cuidado com suas crias.

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Elefantes Asiáticos Sepultam Crias: Novas Descobertas e Mistérios

Uma informação relevante nos surpreende agora, vinda de um estudo conduzido por dois renomados cientistas indianos e publicado na prestigiada revista Journal of Threatened Taxa.

Na época de 2022 a 2023, Akashdeep Roy, do Instituto de Educação e Pesquisa Científica de Pune, e Parveen Kaswan, do Serviço Florestal da Índia, colheram cinco registros de enterros de bebês elefantes, um comportamento até então desconhecido para tal espécie.

Os casos que chamaram a atenção dos pesquisadores aconteceram em Bengala, região ao nordeste da Índia, e, surpreendemente, não tiveram qualquer intervenção humana, conforme apontado no estudo.

Elefantes Indianos e Homenagens Póstumas

Não apenas isso, um ponto de destaque entre as descobertas é que as pegadas e rastros de esterco encontrados nas cinco sepulturas nos provam que elefantes de todas as idades se uniram em cada enterro. Nesse contexto, os cientistas mencionaram que esse comportamento é um sinal de ‘comportamento compassivo e prestativo’ destes animais.

Surpreendentemente, os corpos estavam posicionados da mesma forma, situados em canais de drenagem feitos por agricultores, cobertos por terra com as patas para cima.

A explicação para esta posição foi trazida por Roy em uma entrevista ao Live Science.

Algumas testemunhas afirmaram ter ouvido os elefantes indianos bramindo após o enterro, uma atitude que, para Roy, tinha por fim expressar agonia e dor, além de prestar homenagem aos elefantes falecidos.

Entretanto, por que somente as crias são homenageadas após a morte? A pesquisa aponta o motivo pela inviabilidade de transportar e enterrar elefantes jovens ou adultos, devido ao seu grande peso e tamanho.

Mamíferos do Sri Lanka: Isolamento e Cuidados Póstumos

Investigações anteriores já adiantavam que os elefantes asiáticos expressavam luto em família, fato reforçado por Raman Sukumar, pesquisador do Instituto Indiano de Ciência, em informações concedidas à revista National Geographic.

Não só isso, mas também notavam que estes animais reagiam ao luto com carinho e outras demonstrações de afeto.

Já era conhecido que elefantes africanos praticavam rituais fúnebres, cobrindo suas crias com folhas e ramos. No entanto, este estudo com elefantes asiáticos se destaca por ser o primeiro registro de elefantes organizando os corpos em uma posição única — e os enterrando com terra, comunicado pela Live Science.

Os elefantes asiáticos não escolhem qualquer lugar para enterrar suas crias.

Estes paquidermes procuram ‘locais isolados, afastados de seres humanos e animais carnívoros, ao buscar valas e depressões para enterrar a carcaça’, reforça o estudo.

Os cinco corpos colocados em covas, conforme relatado na pesquisa, estavam localizados em áreas de chá, longe de áreas habitadas.

E, importante notar, os cientistas examinaram os corpos e observaram que as idades dos animais variavam de 3 meses a um ano. Muitos estavam com desnutrição ou infecções.

🐘 Hematomas encontrados nas costas de cada filhote evidenciam que foram conduzidos por longas distâncias por adultos até os locais de sepultamento.

‘Os elefantes sensíveis se negam a abandonar o corpo até que comece o processo de putrefação ou seja removido pelo Departamento Florestal’, observa a pesquisa.

Diferentemente dos elefantes africanos, os elefantes asiáticos não retornam ao local do enterro — eles buscam rotas alternativas para seus deslocamentos.

Interpretações das Descobertas

O biólogo e conservacionista Chase LaDue enfatizou que esta pesquisa é significativa, pois fornece ‘evidências impressionantes das complexidades sociais dos elefantes’.

‘Outros (estudos) haviam percebido que os elefantes agiam de forma diferente com seus parentes falecidos, mas este estudo é o primeiro a retratar o que parece ser um enterro metódico e deliberado de crias de elefantes após a movimentação até o local de sepultamento’, acrescentou LaDue, que trabalha no Zoológico e Jardim Botânico de Oklahoma, nos Estados Unidos, em entrevista à revista New Scientist.

LaDue, no entanto, recomenda cautela na análise desse achado.

‘A vida mental e emocional dos elefantes ainda é, em grande parte, um mistério’, concluiu.

O biólogo explica que pesquisas como esta podem contribuir para o desenvolvimento de novas estratégias com o intuito de preservar essa espécie.

Os elefantes asiáticos, cuja expectativa média de vida varia entre 60 a 70 anos na natureza, estão na lista de espécies ameaçadas de extinção da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Estima-se que, no mundo, estejam circulando cerca de 26 mil exemplares vivendo de forma selvagem, em especial na Índia e mais alguns países do Sudeste Asiático.

Fonte: G1 – Meio Ambiente

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