Meio Ambiente
Salvando o rinoceronte-branco: Primeira fecundação in vitro pode ser a chave para a sobrevivência da espécie em extinção
Em 2018, o último rinoceronte-branco-do-norte morreu no Quênia, restando apenas duas fêmeas.
A equipe de cientistas conseguiu realizar com sucesso a primeira fecundação in vitro de embriões de um rinoceronte-branco. O marco foi anunciado na última quinta-feira (24) em Berlim, trazendo esperanças para a preservação da subespécie rinoceronte-branco-do-norte, que enfrenta uma ameaça crítica de extinção.
Originário da África, o rinoceronte-branco se divide em duas subespécies: o rinoceronte-branco-do-sul e o rinoceronte-branco-do-norte. O último rinoceronte branco do norte faleceu em 2018 na reserva de Ol Pejeta, no Quênia, deixando apenas duas fêmeas para representar a subespécie. Infelizmente, ambas as fêmeas são incapazes de suportar sozinhas uma gestação completa.
Avanços na reprodução do rinoceronte-branco
Para o sucesso da fecundação in vitro, os cientistas coletaram óvulos de fêmeas de rinocerontes-brancos-do-norte e utilizaram o esperma de rinocerontes machos falecidos da mesma subespécie. A fecundação in vitro foi realizada seguindo rígidos protocolos de reprodução assistida.
Inseminação bem-sucedida em rinoceronte-branco-do-sul
O embrião resultante foi inserido em uma mãe de aluguel, uma rinoceronte-branco-do-sul, no Quênia, em setembro de 2023, o que resultou em uma gestação bem-sucedida de 70 dias, com um embrião masculino bem desenvolvido. A notícia causou grande comoção na comunidade científica e ambiental.
Desafios na gestação de rinocerontes-brancos-do-norte
Infelizmente, a rinoceronte grávida acabou falecendo devido a uma infecção, levando consigo o feto de 70 dias. A gestação pós-fecundação, mesmo sendo bem-sucedida, apresentou complicações, resultando em uma perda irreparável para a conservação da espécie.
Importância da reprodução para a preservação do rinoceronte-branco-do-norte
O rinoceronte-branco-do-norte é considerado o mamífero de grande porte mais raro do mundo, com apenas dois exemplares remanescentes – duas fêmeas estéreis, de 23 e 33 anos, que vivem no Quênia. A expectativa de vida entre 40 e 45 anos torna a situação crítica para a subespécie.
Esforços para a produção de novos rinocerontes-brancos-do-norte
Conforme declarado por Thomas Hildebrandt, o processo é um avanço que deve permitir a produção de novos rinocerontes-brancos-do-norte em um prazo de até dois anos e meio. Para alcançar esse objetivo, foram criados 30 embriões de rinoceronte-branco-do-norte, que estão congelados desde 2019.
Desafios para a reprodução assistida de rinocerontes-brancos-do-norte
Embora haja a expectativa de uma nova fase em maio ou junho, a perspectiva de um nascimento bem-sucedido ainda demanda grandes esforços e investimentos. A dificuldade na reprodução assistida de rinocerontes-brancos-do-norte reflete a complexidade da preservação de uma subespécie à beira da extinção.
Fonte: G1 – Meio Ambiente