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Argentina enfrenta baixa na economia, porém mantém índices sociais superiores ao Brasil; compare

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Sergio Massa (esquerda) e Javier Milei disputam segundo turno das eleições presidenciais na Argentina neste domingo (19) — Foto: JUAN MABROMATA, Tomas CUESTA / AFP Javier Milei, candidato da extrema direita à presidência da Argentina, defende dolarizar a economia — Foto: Agustin Marcarian/Reuters Candidatos na Argentina encerram campanha sob clima de incerteza e forte rejeição

Inflação acumulada de aproximadamente 120% e mais de 40% da população vivendo abaixo da linha da pobreza: este é o cenário do país vizinho, que, no entanto, mantém um alto índice de desenvolvimento humano.

Em 2022, a economia argentina se recuperou, retornando ao nível alcançado em 2017, após um período de crise. Mesmo com a crise, o PIB per capita argentino continua sendo maior do que o do Brasil. Além disso, a taxa de pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza na Argentina é mais de 10 pontos percentuais superior à do Brasil. De acordo com especialistas, as diferenças nos indicadores sociais entre os dois países estão relacionadas às suas formações econômicas e sociais distintas. Neste domingo (19), os argentinos irão às urnas para eleger o novo presidente do país, em uma disputa entre o ultraliberal Javier Milei e o atual ministro da Economia, Sergio Massa.

Independentemente de quem seja o vencedor da eleição, é provável que a pessoa eleita irá se deparar com uma situação econômica precária, que pode impactar negativamente os índices sociais do país, de acordo com as análises do professor de economia da Universidade de São Paulo (USP) Márcio Bobik.

Nos dias de hoje, a Argentina está lidando com uma taxa de inflação acumulada de aproximadamente 120% ao ano, com mais de 40% da população vivendo abaixo da linha da pobreza, de acordo com os dados mais recentes do governo. Essa situação coloca um desafio significativo para qualquer novo líder que assumir o cargo.

Estabilidade macroeconômica: Brasil versus Argentina

A situação econômica do Brasil se destaca pela estabilidade macroeconômica, com controle da inflação e perspectiva de reformas. Por outro lado, a Argentina enfrenta desafios econômicos mais complexos, sem um cenário favorável para melhorias sociais. Essa diferença de cenários gera preocupações em relação ao futuro do país vizinho.

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A taxa de inflação acumulada na Argentina atingiu 120% neste ano, de acordo com o boletim mais recente do Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec), vinculado ao Ministério da economia do país. Enquanto isso, no Brasil, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou um aumento de 3,75% em 2023, conforme os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A inflação é o aumento generalizado dos preços, o que significa que o mesmo valor de dinheiro compra menos produtos e serviços. Isso afeta negativamente o poder de compra das pessoas, principalmente aquelas que recebem salários menores, já que o aumento dos preços não é acompanhado por um aumento proporcional nos salários.

O risco-país é um indicador que avalia a confiança dos investidores em um determinado país. Quanto maior a credibilidade de um país, menor será o risco percebido pelos investidores, o que pode atrair mais investimentos e impulsionar o desenvolvimento econômico. Por outro lado, países com baixa credibilidade podem enfrentar dificuldades para atrair investimentos e seu crescimento econômico pode ser prejudicado.

Índice de risco na América Latina

Na Argentina, o índice de risco atual é de 4.177,5 pontos, enquanto em 2022 a média foi de 2.061,8 pontos. Já no Brasil, o índice de risco é de 157,7 pontos atualmente, em comparação com 254,42 em 2022. Esses dados foram fornecidos pelo economista Victor Beyruti, da Guide Investimentos, a pedido do g1.

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O valor do Produto Interno Bruto (PIB) da Argentina em 2022 foi registrado em US$ 632,7 bilhões, de acordo com informações do Banco Mundial. Esse resultado demonstra uma recuperação da atividade econômica, retornando a um nível semelhante ao de 2017, que foi de US$ 643,63 bilhões.

O PIB representa a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e é uma medida importante para acompanhar a evolução da economia. Na Argentina, esse indicador sofreu quedas consecutivas em 2018, 2019 e 2020, mas recuperou-se nos anos de 2021 e 2022.

O Produto Interno Bruto do Brasil atingiu US$ 1,92 trilhão em 2022, após atingir o pico de US$ 2,62 trilhões em 2011. A crise econômica de 2015 e a pandemia de 2020 resultaram em quedas para US$ 1,8 trilhão e US$ 1,48 trilhão, respectivamente.

  • Dólar

A Argentina possui distintas cotações de dólar, como o dólar turista utilizado por viajantes argentinos que compram no exterior, ou o dólar vaca muerta destinado ao setor de petróleo e gás natural.

Além do dólar oficial, existe também o chamado “dólar blue”, que é negociado de forma paralela e sem regulação do Banco Central argentino.

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Recentemente, o governo argentino congelou a cotação do dólar oficial e anunciou uma depreciação para 353,05 pesos.

De acordo com o economista Victor Beyruti, a média da cotação do dólar em 2022 foi de 130,65 pesos para US$ 1, enquanto em 2023 foi de 261,94 pesos para US$1. No Brasil, a cotação média do dólar foi de R$ 5,01 em 2023 e de R$ 5,17 em 2022.

Impacto do PIB per capita no desenvolvimento social

O Brasil, apesar de ser uma das maiores economias do mundo, possui um PIB per capita 34% menor do que o da Argentina. De acordo com dados do Banco Mundial, em 2022 o PIB per capita do Brasil foi de US$ 8.917,7, em comparação com US$ 13.686 da Argentina.

É interessante observar que, apesar da economia Argentina estar em crise, os indicadores sociais do país estão à frente de vários indicadores do Brasil. Isso sugere que o crescimento acumulado ao longo da história da Argentina, apesar de ter problemas distributivos e sociais menores, contribuiu para que o PIB per capita do país fosse maior que o do Brasil, refletindo diretamente no desenvolvimento social.

A situação econômica adversa na Argentina vem resultando em um aumento significativo de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatísticas e Censos da Argentina (Indec), houve um aumento de 0,9% entre o segundo semestre de 2022 e o primeiro de 2023, totalizando aproximadamente 11,8 milhões de pessoas em situação de pobreza, o que representa 40,1% da população do país.

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Em comparação, no Brasil, o percentual de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza é de 29,4%, de acordo com dados de 2021 do IBGE.

De acordo com Bobik, em situações em que a economia não está crescendo e há questões fiscais, o Estado perde sua capacidade de mitigar os problemas sociais que surgem. Isso significa que o governo terá menos recursos e ferramentas disponíveis para lidar com questões como pobreza, desigualdade e falta de acesso a serviços básicos.

O Brasil se encontra na 87° posição no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) em 2022, conforme o cálculo da Organização das Nações Unidas (ONU). Esse índice leva em consideração fatores como educação, expectativa de vida e renda per capita e é um indicador importante do bem-estar da população e do desenvolvimento de um país.

O Brasil possui um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,754, enquanto a Argentina está trinta posições à frente, ocupando o 47° lugar com um IDH de 0,842. Este relatório avalia o desenvolvimento com base em critérios de saúde, educação e renda.

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A Argentina apresenta melhores indicadores de expectativa de vida, mortalidade infantil e analfabetismo em comparação com o Brasil. Por exemplo, a expectativa de vida média na Argentina é de 75 anos, enquanto no Brasil é de 73 anos, conforme os dados de 2021 do Banco Mundial. Além disso, a taxa de mortalidade de recém-nascidos na Argentina é de 6% a cada 1.000 nascidos, em contraste com 13% no Brasil.

Percentual de analfabetismo no Brasil em 2022

Apesar de estar desatualizado, o índice de analfabetismo no Brasil era de 1,9% da população, de acordo com o censo de 2010. Entretanto, em 2022, esse número aumentou para 5,6% da população, de acordo com dados do IBGE.

De acordo com um professor da USP, as diferenças nos indicadores sociais entre os dois países podem ser explicadas pelo processo de formação econômico e social. Além disso, ao longo da história, houve uma preocupação do estado em prover educação, o que contribuiu para a melhoria dos indicadores sociais. Isso ajuda a explicar a aparente contradição nos números. No entanto, também é importante considerar que os indicadores sociais do Brasil são muito desfavoráveis, conforme explicou Bobik.

Fonte: G1

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