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Elevação na bolsa e queda no dólar impulsionam os investimentos em 2023: perspectivas para 2024 – Investimentos em alta.

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aplicações financeiras, alocado, rendimento anual dos principais investimentos
Painel mostra variação de mercado na B3, em São Paulo. — Foto: Amanda Perobelli/Reuters - Todos os direitos: G1

Títulos pré-fixados e CDI no Brasil, patamar de juros e desaceleração da China no exterior. Novo presidente do BC e guerras no radar.

Os brasileiros continuam a aumentar seus investimentos significativamente. Dados recentes da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) revelam que o volume de investimentos por pessoas físicas chegou a R$ 5,5 trilhões em setembro de 2023.

Este crescimento no volume de investimentos é reflexo da busca por aplicações financeiras mais rentáveis, com o objetivo de melhorar o rendimento anual dos principais investimentos. Em comparação ao ano passado, houve um aumento de 9,7% no montante total alocado, atingindo R$ 5 trilhões. Em relação ao mesmo período de 2022 (R$ 4,9 trilhões), o crescimento foi ainda maior, chegando a 12,4%.

Variação dos principais índices

Em 2023, os investimentos em renda variável caminham para ter o melhor desempenho entre os índices pela primeira vez desde 2019. Até o momento de fechamento da avaliação, o principal índice de ações da bolsa de valores brasileira, o Ibovespa, havia acumulado alta de 15,6%.

Veja abaixo como ficaram os demais indicadores.

O que mexeu com os mercados e perspectivas para 2024

Brasil em 2023: economia melhor, mas fiscal ainda pesa

Que as perspectivas para a atividade econômica melhoraram, não há dúvida. Não apenas houve uma redução da dívida bruta do governo e níveis recordes do superávit comercial, como também há uma melhora generalizada das expectativas para o país.

Nesse sentido, os juros e a inflação cairam mais do que o esperado, o real sai levemente fortalecido e há uma previsão quase três vezes maior de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) contra as primeiras projeções.

‘Já víamos um arrefecimento da inflação no final do ano passado, mas a gente ainda tinha receio de que isso poderia ser artificial, diante das medidas de redução pontual de combustível nos últimos meses de 2022’, disse a diretora de alocações da Blackbird Investimentos, Marina Renosto.

‘Mas vimos que a inflação realmente começou a desacelerar e se aproximar um pouco mais da meta, o que contribuiu para que houvesse o início do ciclo de queda de juros no Brasil’, acrescentou.

A meta central de inflação é de 3,25% neste ano, e será considerada formalmente cumprida se o índice oscilar entre 1,75% e 4,75% neste ano. Já a taxa básica de juros (Selic), que começou o ano em 13,75% ao ano, já se encontra atualmente em 12,25% a.a. — e deve terminar o ano em 11,75% a.a.

Além disso, parte dessa melhora ainda veio na esteira de um maior otimismo após a aprovação do novo arcabouço fiscal por parte do governo, que acabou retirando parte dos prêmios que o mercado havia colocado após o período de eleição.

‘É um instrumento que ainda vai ser testado. Mas independente das possíveis imperfeições que foram detectadas e descritas [no arcabouço], o mercado se sentiu mais confortável por ter uma diretriz sobre a maneira como [o governo] conduziria a política fiscal’, disse o gestor de multimercados da Neo Investimentos, Mario Schalch.

Segundo Renosto, da Blackbird, essa maior previsibilidade fiscal trazida pelo arcabouço e a percepção de uma inflação mais controlada permitiu com que as curvas futuras de juros começassem a precificar a trajetória de queda das taxas.

Isso influenciou tanto os CDI — que costumam ganhar quando os juros começam a cair — quanto os Fundos imobiliários, que também ficam mais atrativos nesse cenário.

Inflação e juros nas economias desenvolvidas

Lá fora, o grande foco de atenção ficou com os Estados Unidos. Por lá, o destaque ficou com a resiliência que a economia norte-americana demonstrou ao longo dos últimos meses.

No terceiro trimestre deste ano, por exemplo, o PIB dos EUA cresceu 5,2%, um ritmo mais acelerado do que o inicialmente estimado (4,9%).

Esse cenário veio mesmo em meio a um cenário de juros elevados. Em apenas 11 reuniões, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) subiu o juro norte-americano de um teto de 0,25% para os atuais 5,50% – e sinalizou que as taxas poderiam permanecer altas no país por um bom tempo.

Nesse cenário, outro ponto que ficou no radar foi a situação fiscal dos Estados Unidos. Segundo o economista-chefe da EQI Asset, Stephan Kautz, esse quadro era formado por um endividamento cada vez maior do governo dos EUA e novas emissões de dívidas por parte do Tesouro norte-americano.

‘Isso elevou muito as treasuries [títulos do Tesouro dos EUA] de 10 anos, o que puxou todos os ativos de risco para baixo em determinado momento do ano, que foi quando o dólar a R$ 5,20 e a bolsa perdeu valor’, afirmou ele.

‘Mas a gente acha que o mercado está terminando o ano numa trajetória um pouco melhor. A expectativa é que o Fed deve encerrar o ciclo de alta dos juros e o risco fiscal nos EUA percebido pelos investidores também diminuiu’, acrescentou Kautz.

O mesmo cenário também era visto em grandes economias da zona do euro. O Banco Central Europeu (BCE) teve que elevar o juro básico da região para a máxima histórica, de 4% ao ano.

Nesse cenário, a estrategista de ações da XP Investimentos, Jennie Li, destaca o bom desempenho das bolsas norte-americanas, puxado principalmente pelas grandes empresas de tecnologia, conhecidas como ‘big techs’.

‘Em parte [essa alta veio impulsionada] pelo tema de inteligência artificial, que ajudou bastante essas companhias. Mas vale dizer que quando olhamos para a média das ações do mercado norte-americano acabou não performando tão bem. Quem realmente carregou as bolsas americanas foram as big techs’, disse.

China e guerras

Ainda no exterior, especialistas também chamam atenção para o atual cenário da economia chinesa. Segundo Kautz, da EQI Asset, o país passa por um ‘processo de realinhamento dos motores de crescimento’.

‘Ela era muito baseada nos setores imobiliário e exportador. E hoje a gente vê que […] esses setores vão diminuir de peso na economia chinesa e outros dois devem ganhar espaço, que é o de tecnologia e o de consumo doméstico’, explicou o economista.

Para o Brasil, isso pode significar uma redução das nossas exportações de minério de ferro para o gigante asiático, que é nosso principal parceiro comercial.

‘Nesses setores que vão ocupar os espaços [de crescimento na economia chinesa], o Brasil não tem tanta vantagem competitiva, a não ser prover de novo as commodities necessárias. Assim, podemos precisar investir em minas de lítio e cobalto, por exemplo’, alertou.

Além disso, ainda do ponto de vista de commodities, outro fator que acendeu o alerta ao longo deste ano foi a continuidade da guerra entre Ucrânia e Rússia e o surgimento do conflito entre Israel e Hamas, no Oriente Médio.

‘Isso deve ter mais influência em cima das commodities, inflação ou algo nesse sentido, o que também pode influenciar nas taxas de juros’, diz Jennie Li, da XP.

O que esperar de 2024?

No Brasil

Para o próximo ano, especialistas reiteram que os pontos de atenção vistos em 2023 devem continuar no radar dos mercados. Por aqui, as atenções devem voltar a recair sobre o quadro fiscal.

‘As diretrizes do governo são no sentido de priorizar gastos. Muitos deles têm mérito, mas na medida que se atende o mérito de todos os gastos que se fazem necessários, a consequência é que, para que se cumpram as metas colocadas de déficit primário, será preciso algum tipo de imposto’, disse Schalch, da Neo Investimentos.

Para além da questão fiscal, a perspectiva de continuidade de redução dos juros também joga os holofotes para o Banco Central.

‘Estamos olhando já há um tempo para a nova liderança do Banco Central. O Campos Neto [atual presidente da instituição] sai da presidência e entra um indicado pelo atual governo’, diz Renosto, da Blackbird, referindo-se à provável indicação de Gabriel Galípolo à liderança do BC.

‘O Galípolo é economista e não devem vir grandes surpresas ou surpresas muito negativas. Mas é algo que vai continuar no radar, porque há a expectativa de que a gente continue com a trajetória de queda de juros de forma saudável’, completa a executiva.

Do ponto de vista de setores presentes na bolsa de valores, a estrategista de ações da XP, Jennie Li, afirma que a orientação principal continua sendo montar uma carteira com um posicionamento mais específico e defensivo.

Ela cita papéis do setor financeiro e associados a commodities como boa alternativa, além de ações do segmento de elétricas, ‘que acabam sendo mais resilientes e pagando bons dividendos’.

No exterior

O ponto principal citado por especialistas está nos próximos passos na política monetária dos Estados Unidos e da Europa, e em eventuais sinalizações sobre uma desaceleração global.

‘Eu olharia um pouco mais atentamente para o mercado internacional. Ações lá fora, a ideia é que haja uma exposição bem pequena. Ao longo prazo, esse mercado deve se valorizar, mas eu não montaria uma posição inteira agora’, opinou Renosto.

Além disso, os especialistas também voltaram a citar eventuais efeitos do cenário econômico na China e dos impactos das guerras. ‘Ambos os pontos certamente merecem atenção porque podem, em algum momento do tempo, ter influência no cenário e em preço de mercado’, avaliou Schalch, da Neo Investimentos.

‘A China é a segunda economia mais relevante do planeta hoje e, um crescimento que vem em velocidade menor pode acabar impactando o mundo como um todo. Já sobre as guerras, é preciso atenção para uma eventual escalada de conflito, que deve trazer reflexos de novas proporções’, completou.

Fonte: G1 – SP

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