Esportes
Fluminense x City: a contrastante dinâmica entre os estilos de Diniz e Guardiola.
Comentaristas do Grupo Globo explicam diferença entre estilo de jogo de Fernando Diniz e Pep Guardiola.
O estilo de jogo do Fluminense tem sido comparado ao do Manchester City, e o técnico Fernando Diniz tem sido chamado de ‘Guardiola brasileiro’. No entanto, o treinador rejeita essa comparação. Mesmo assim, a associação entre os dois treinadores é inevitável, especialmente com a proximidade da decisão do Mundial de Clubes. Será interessante observar o duelo de estilos em campo, já que são frequentemente comparados, apesar de suas diferenças.
A polêmica envolvendo o Fluminense continuou quando Felipe Melo respondeu a um jornal inglês que comparou o time com um grupo de aposentados, chamando-os de ‘idiotas’.
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O ge escolheu comentaristas para discutir as diferenças e semelhanças entre o ‘Dinizismo’ e ‘Guardiolismo’. Entre as conclusões, táticas e abordagens distintas são evidenciadas, desde a forma de atacar até a diferença de material humano entre Fluminense e Manchester City. São dois treinadores que compartilham a mesma inspiração, mas a aplicam de maneiras distintas.
Estilos de ataque contrastantes
Inicialmente, o comentarista Rodrigo Coutinho destaca que a abordagem de ataque do ‘Dinizismo’ difere significativamente do ‘Guardiolismo’. Embora ambos tenham em comum a posse de bola, a movimentação e o comportamento dos jogadores em campo são específicos de cada estilo.
— No início da carreira, Diniz tentou montar os times como Guardiola, mas a semelhança está apenas na busca pela posse de bola. A forma como os times atacam é muito diferente. Vai além do passe curto. Guardiola é o mestre do jogo posicional, onde cada jogador ocupa um espaço no campo e se move dentro desse espaço. E há linhas de passe naturalmente formadas – disse Coutinho.
— Diniz, no entanto, procura justamente o contrário disso. Ele quer que os jogadores se movam em direção à bola. No jogo posicional, cada jogador espera que a bola chegue ao seu setor. Este não é o jogo que Diniz busca. Por isso, vemos os pontas Arias e Keno muitas vezes atuando pelo mesmo lado. Marcelo na direita, os dois volantes lado a lado e até Cano, o artilheiro, nestas situações. Existe essa diferença entre os dois estilos, apesar de compartilharem semelhanças na ideia geral de serem protagonistas do jogo, privilegiando a qualidade técnica dos jogadores na escalação. Mas a forma de atacar é bastante diferente, muito diferente.
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‘Guardiola é ordem, Diniz é o caos’
Para Cabral Neto, comentarista do Grupo Globo, é possível associar Guardiola e Diniz a adjetivos opostos. Para ele, Guardiola e Diniz ‘parecem ter estudado na mesma escola, mas com professores diferentes’. Enquanto um busca tumultuar o jogo, o outro procura controlá-lo:
— O futebol é o jogo mais imprevisível que existe e Diniz abraça o caos, Guardiola prefere ter o controle, procura minimizar seus efeitos com repetição e, até mesmo, alguma previsibilidade tática.
— Diniz e Guardiola almejam o mesmo no jogo. Ambos vêem a disputa como uma batalha pela imposição, domínio da posse de bola, combatividade na marcação e muitas finalizações, mas seguem caminhos diferentes para atingir o mesmo objetivo. Guardiola é ordem, Diniz é caos. Diniz trabalha para confundir o jogo, o Fluminense é treinado para parecer taticamente indisciplinado, envolvendo-se muito, com toques curtos alternados com mudanças de direção, pontas movendo-se do mesmo lado, laterais adentrando o campo e muita movimentação. Pep representa um sistema, ocupação de espaço, não se prendendo à bola, paciência e soluções coletivas em alto nível.
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Diferença de material humano
Por último, o ex-lateral e atual comentarista Ramon ressalta que, devido à disparidade no material humano das equipes, provavelmente será mais fácil para os jogadores se adaptarem ao estilo de Guardiola do que ao de Diniz. No entanto, isso não será determinante para o resultado da final da Copa do Mundo de Clubes.
— A diferença começa pela diversidade de qualidade técnica. O jogo posicional de Guardiola é muito estudado, um trabalho de longa data, e qualquer jogador se adaptará rapidamente a ele. Por outro lado, o jogo de Diniz evidentemente levará mais tempo para se desenvolver e dar frutos.
— O jogo posicional permite que os jogadores de Guardiola descansem com a bola, desgastando-se menos. Eles estão sempre em posição, sempre com um jogador próximo da bola na marcação, se o time adversário escapar da pressão. Os jogadores estão treinados para os movimentos que precisam realizar. Nesta final, não acredito que Diniz pressionará o Manchester City. Acredito que ele se manterá fiel ao seu estilo, mas, quando tiver a posse da bola, tentará jogar.
A decisão da Copa do Mundo de Clubes ocorre sexta-feira, às 15h (horário de Brasília). Em caso de empate no tempo regulamentar, haverá prorrogação. Se a igualdade persistir, o campeão será definido na disputa por pênaltis.
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Fonte: G1 – Esportes
