Futebol
Palmeiras questiona acordo que livrou São Paulo de punições e até desculpas de Belmonte
Palmeiras indignado com impunidade do São Paulo em não ter sido julgado pelo TJD-SP após confusões no jogo contra o Novorizontino no Campeonato Paulista. Além disso, acordo feito com dirigentes causou revolta nos bastidores alviverdes.
De acordo com informações obtidas pela ESPN, o Palmeiras expressou grande descontentamento com o acordo realizado na última segunda-feira (12) entre São Paulo e TJD-SP (Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo), que resultou na isenção do Tricolor de sanções esportivas pelas incidências ocorridas no recente Choque-Rei durante a etapa de grupos do Campeonato Paulista.
O pacto, que envolve um determinado montante financeiro, levantou questionamentos sobre a imparcialidade e a justiça do sistema disciplinar, deixando o Palmeiras em uma posição desconfortável. A participação do clube no processo para compreender o caso tornou-se ainda mais crucial diante das circunstâncias.
Palestrinos indignados
Nos bastidores da equipe alviverde, há revolta com o fato de sequer ter havido julgamento dos dirigentes, como o presidente Julio Casares e o diretor de futebol Carlos Belmonte, além de atletas como Jonathan Calleri, Wellington Rato e Rafinha.
O Verdão entende que todos deveriam ter sido julgados e punidos de acordo com as infrações.
Na visão dos torcedores, seria até aceitável que as penas fossem convertidas em multas ou outras punições, mas o Palmeiras desaprovou o fato do acordo evitar que sequer o julgamento acontecesse.
A ESPN também apurou que o Palmeiras ainda colocou em dúvida a validade do vídeo divulgado por Carlos Belmonte pedindo desculpas ao técnico alviverde, Abel Ferreira, por ter chamado o treinador de
português de m***
.
No clube, questiona-se se as desculpas foram sinceras ou apenas emitidas de forma protocolar, como parte do acordo com o TJD para evitar os julgamentos.
Por fim, o Verdão também se mostrou incomodado com mais um episódio de impunidade no futebol brasileiro.
É feita até uma relação entre recentes casos de violência ocorridos antes e depois de partidas de futebol por todo o país, com a impunidade sendo apontada como o problema mais grave desta mazela.
Caso polêmico
Na última terça-feira (12), o São Paulo se livrou de suspensões que poderiam tirar jogadores importantes da reta final do Campeonato Paulista e também suspender dirigentes por conta das confusões após o clássico com o Palmeiras, no dia 3, no Morumbis.
Em acordo homologado entre o clube e o TJD-SP, ficou definido que jogadores e dirigentes pagarão multas financeiras pelas ofensas proferidas ao árbitro Matheus Delgado Candançan. Assim, não haverá nenhum julgamento dos envolvidos como era previsto.
De acordo com documento obtido pela ESPN, o lateral-direito Rafinha, o meia Wellington Rato e o atacante Jonathan Calleri escaparam de suspensões em troca do pagamento de R$ 25 mil. Os três foram vistos no túnel de acesso aos vestiários da arbitragem protestando por erros contra o São Paulo no clássico.
O diretor Fernando Bracalle Ambrogi (mais conhecido como Chapecó), o presidente Julio Casares e o auxiliar Estéphano Kiremitdjian Neto também tiveram multas estipuladas no acordo e as pagarão do próprio bolso, assim como o diretor Carlos Belmonte, que não ficou apenas no aspecto financeiro.
Além de ser punido com R$ 50 mil, Belmonte precisou gravar um vídeo de retratação, com pedido de desculpas público ao técnico Abel Ferreira, do Palmeiras, a quem chamou de
português de m***
. Ele também está proibido de frequentar estádios do Paulistão por um período de 30 dias.
Punições estabelecidas
- São Paulo: multa de R$ 10 mil
- Rafinha, Wellington Rato e Calleri (jogadores): multa de R$ 25 mil
- Carlos Belmonte (diretor): vídeo de retratação e multa de R$ 50 mil. Proibição de acesso, ingresso e permanência em arenas desportivas do Campeonato Paulista por 30 dias
- Fernando Bracalle Ambrogi (diretor): multa de R$ 30 mil
- Julio Casares (presidente): multa de R$ 25 mil
- Estéphano Kiremitdjian Neto (auxiliar-técnico): multa de R$ 10 mil
Consequências
A equipe recebe o Novorizontino no próximo domingo (10), pelas quartas de final, no Morumbis.
Com o acordo, Calleri poderia pegar até quatro jogos de suspensão, enquanto Rafinha e Rato corriam risco de dois jogos de gancho. Agora, o trio fica livre para atuar na reta final do Paulistão.
Dos três, Rafinha está apto para enfrentar o Novorizontino, no próximo domingo (17), pelas quartas de final, enquanto Calleri depende da liberação do departamento médico, pois foi diagnosticado com uma lesão chamada
cisto de Baker
. Já Rato continua vetado por problemas físicos.
Agenda do Palmeiras
- Ponte Preta (C) – 16/03, 18h (de Brasília) – Campeonato Paulista
Próximos confrontos do São Paulo
- Novorizontino (C) – 17/03, 18h (de Brasília) – Campeonato Paulista
Fonte: ESPN – Futebol