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Meio Ambiente

Ponto de não retorno na Amazônia: devastação aponta para um futuro irreversível

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A ação humana é um dos principais fatores de degradação da floresta amazônica. — Foto: Divulgação/André Dib Parte da floresta degradada depois de incêndios na região. — Foto: Divulgação/Brune Nelson Parte da população local faz da floresta sua fonte de renda. — Foto: Divulgação/André Dib Amazônia Legal tem menor nível de desmatamento em 9 anos - Todos os direitos: G1

Quase metade da Amazônia está exposta a fatores de degradação, o que levaria a uma transformação irreversível. Medidas urgentes precisam ser tomadas para reduzir o estresse hídrico e o desmatamento.

Ponto de não retorno é um estágio crítico a partir do qual se inicia uma mudança irreversível, um ponto sem volta.

No caso da Amazônia, seria o estágio irreversível em que a floresta passaria a ‘morrer’ de maneira acelerada, caminhando para um colapso ambiental.

Pesquisa mapeou os principais fatores de estresse aos quais a Amazônia está exposta e como os diferentes tipos de degradação interagem entre si.

Ao atingir o ponto de não retorno, a Amazônia passaria por transformações significativas, com implicações para a biodiversidade e alteração na disponibilidade de recursos.

Preocupações sobre o ponto de não retorno na Amazônia

Quase metade da floresta amazônica pode estar exposta a fatores de degradação que levariam a Amazônia a um ponto de não retorno até 2025, conforme a pesquisa publicada na revista científica ‘Nature’ nesta quarta-feira (14).

👉 Contexto: o ponto de não retorno é um estágio a partir do qual se inicia uma transformação irreversível. No caso da Amazônia, seria o ponto em que a floresta passaria a morrer de maneira acelerada, com modificações no bioma e extensas áreas começando um processo de colapso.

Ameaças em potencial à Amazônia

A pesquisa mapeou os principais fatores de estresse aos quais a Amazônia está exposta e como os diferentes tipos de degradação interagem entre si. Estima-se que entre 10% e 47% da floresta amazônica esteja exposta a ameaças graves até 2050, que podem levar a transições no ecossistema.

De acordo com os pesquisadores, ao atingir o ponto de não retorno, a Amazônia passaria por transformações significativas, com implicações para a biodiversidade e alteração na disponibilidade de recursos.

Análise das causas de degradação

Para compreender o potencial de colapso da floresta amazônica, os pesquisadores analisaram as principais causas de degradação do bioma, incluindo o estresse hídrico.

⚠️Os fatores de impacto analisados na pesquisa foram:

Bernardo Flores, pesquisador de pós-doutorado em ecologia da UFSC e um dos líderes do estudo, destaca que é fundamental considerar também a ação humana em meio a todo o estresse que a Amazônia vem sofrendo.

‘A Amazônia toda está esquentando significativamente. A temperatura média da estação seca pode aumentar quatro graus até 2050 e isso é muito prejudicial para o bioma’, alerta o pesquisador.

Ele afirma que a combinação de secas extremas, calor e queimadas pode acelerar o processo de colapso da região, contribuindo para uma mudança de grande parte da Amazônia.

Consequências possíveis e irreversíveis

Ao atingir o ponto de não retorno, se estabeleceria na Amazônia um sistema que se retroalimenta, com a aceleração de perda de florestas.

🌳Nesse cenário, o estudo projeta três possíveis caminhos de transformação do ecossistema:

Se estabelece quando há a recuperação da floresta, mas em estado degradado, isto é, dominada por espécies nativas oportunistas, como cipós ou bambus.

  • Savana de areia branca

Esse tipo de ecossistema é antigo na Amazônia e ocorre normalmente em áreas que ficam sazonalmente inundadas.

  • Áreas não-florestais degradadas

Ocorre em regiões em que a floresta não se recupera mais e permanece em estado de vegetação aberta, com incêndios recorrentes.

Bernardo também alerta que a transformação do bioma impactaria diretamente o clima da região. ‘A degradação contribui para a redução da ocorrência de chuvas na Amazônia. Haveria uma diminuição na capacidade do ecossistema de reciclar as águas das chuvas e a floresta precisa disso para viver’, analisa.

Alerta e chamado para ação

Além do impacto para o meio ambiente, os pesquisadores destacam os efeitos que todas essas mudanças já têm para as populações locais.

‘Essas pessoas vão sentir as consequências antes de todo o Brasil. São as pessoas que vivem na Amazônia, os povos que vivem da floresta e que mantém a floresta em pé’, lembra a pesquisadora Marina Hirota.

Para as demais regiões do Brasil, a devastação da Amazônia pode significar uma alteração significativa no regime de chuvas.

‘Há um impacto nos locais que recebem um fluxo de umidade da Amazônia. Esse fluxo abastece muitas chuvas nas Cataratas do Iguaçu, no Pantanal e na Bacia do Prata’, destaca Marina.

Com a situação preocupante exposta pela pesquisa, os pesquisadores entendem que é urgente que medidas sejam tomadas para que se evite uma transformação irreversível da floresta.

Para eles, são necessárias ações locais dos países que compreendem a Amazônia para reduzir o desmatamento e expandir áreas de restauração florestal. Além disso, eles reforçam a importância de ações globais, com todos os países se comprometendo com a redução da emissão de gases do efeito estufa.

‘Considerando a gravidade desse ponto de não retorno e as incertezas sobre quanto tempo isso poderia demorar, é preciso usar o princípio da precaução e evitar ao máximo chegar perto de limiares críticos’, avalia Bernardo.

Fonte: G1 – Meio Ambiente

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