Dinheiro
Dólar recua para R$ 4,85 com perspectiva de corte de juros nos EUA e queda de 0,30% na semana
Dólar teve ligeira alta (+0,08%) nos primeiros pregões de 2024, porém, mercado doméstico aposta em início de queda.
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O mercado doméstico de câmbio registrou hoje o terceiro pregão consecutivo de baixa do dólar, que encerrou a sessão desta sexta-feira, 12, no menor nível de fechamento deste ano. O enfraquecimento da moeda americana em relação a divisas emergentes e o recuo das taxas dos Treasuries contribuíram para esse cenário.
O aumento das apostas em início de queda de juros nos EUA a partir de março impulsionou o real e outras moedas frente ao dólar. Além disso, a leitura fraca da inflação no atacado americano em dezembro também impactou a cotação da **moeda americana**. A nova rodada de alta do petróleo teve um efeito adicional sobre o comportamento do dólar no mercado cambial.
O dólar despenca no início do pregão
Com a cotação mínima chegando a R$ 4,8320 pela manhã, diante do aumento do apetite ao risco no exterior, o dólar encerrou o pregão cotado a R$ 4,8575, registrando uma queda de 0,36%. Após ter apresentado um acréscimo de 0,39% na primeira semana de janeiro, quando ultrapassou o teto de R$ 4,90, a moeda americana teve uma redução de 0,30% nesta semana. No acumulado dos nove primeiros pregões do ano, no entanto, o dólar ainda mantém uma leve alta (+0,08%).
Expectativas de desinflação nos Estados Unidos favorecem o mercado
Após o desapontamento com a inflação ao consumidor nos Estados Unidos em dezembro, o mercado celebrou a leve desaceleração da inflação no atacado, sinalizando a continuidade da tendência de desinflação no país. O índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês), divulgado de manhã, mostrou uma deflação de 0,1% no último mês, ficando abaixo das estimativas dos analistas, que previam um aumento de 0,2%.
Apostas em cortes de juros nos EUA fortalecem moedas emergentes
Diante desses dados, os investidores têm reforçado as apostas no início de um afrouxamento monetário nos Estados Unidos, principalmente durante o primeiro trimestre. Um monitoramento do CME Group indicou que as chances de um corte de juros pelo Federal Reserve em março aumentaram de 71% para mais de 80% após a divulgação do PPI. No final da tarde, essas chances haviam recuado para 79,5%.
Expectativa de fortalecimento do real diante da desvalorização do dólar
O sócio e head de câmbio da Nexgen Capital, Felipe Izac, destacou que os dados robustos do mercado de trabalho americano na semana passada causaram um aumento nos Treasuries e no dólar no cenário internacional, com reflexos no mercado doméstico de câmbio. Com as leituras de inflação referentes a dezembro, esperava-se que contrapusessem os resultados do relatório de emprego (payroll), evidenciando a continuidade do processo de desinflação nos EUA, mesmo diante do mercado de trabalho ainda apertado.
O CPI ontem não correspondeu às expectativas. No entanto, os dados do PPI foram surpreendentes e reforçaram a narrativa já consistente de que o Fed vai reduzir os juros em março. Isso resultou na queda do dólar em relação às moedas emergentes, que também se beneficiaram do aumento do petróleo
, afirmou Izac, que vislumbra a possibilidade de uma nova valorização do real.
Nesse cenário macroeconômico, parece muito mais provável que o dólar fique abaixo de R$ 4,80 em vez de próximo ou acima de R$ 5,00
.
Fluxo cambial total apresenta resultado negativo na primeira semana do ano
No período da tarde, o Banco Central comunicou que o fluxo cambial total registrou um saldo negativo de 2,062 bilhões na primeira semana do ano, devido à saída líquida de US$ 3,793 bilhões pelo canal financeiro. Já no comércio exterior, houve uma entrada líquida de US$ 1,731 bilhão.
Fonte: Info Money